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Um professor universitário que conheci, certa feita, contava sempre a mesma história aos seus novos alunos, a cada novo começo de semestre. O que me marcou ouvindo ele contar da estória em uma palestra que assisti não sei onde – tampouco quando, foi que “vocês não precisam ter um carro novo para se mostrarem competentes para seus clientes, mas o carro ainda que velho precisa estar sempre limpo”.

Embora tenha achado, na época, a mensagem meio boba, logo entendi a perspectiva do professor. Quando jovens todos nós chegamos aos bancos universitários pensando em mudar o mundo, achando que o problema do sistema são as pessoas e não o próprio desinteresse desse em que algo seja feito diferente. Afora que, na flor da idade, pouco prestamos atenção nos mestres que cruzam por nossos caminhos.

Aquele professor tinha, com uma frase quase que tola, encontrado uma forma de chamar atenção até dos mais abobados que se encontravam ali, diante de si.

Chegamos a uma Copa Libertadores de carro velho. Mais de uma década de uso. Os adversários, mesmo aqueles mais fuleiros, nos olham com desdém; com um certo ar de deboche e desrespeito. Se não bastasse as marcas do tempo na lataria, o maldito motor anda engasgando nos últimos meses e deu uma fumada poucos dias antes de iniciarmos mais uma jornada em La Copa.

Em terra de possantes, esquecem do nosso passado e nos tratam como ninguém. Pensam que “nesses trajes” não chegaremos a lugar algum.

Mas aí recordo que o nosso auto vermelho rubro já conhece do caminho, esteve lá outras duas vezes e, por velho, conhece dos atalhos para quem sabe até chegar mais rápido. Está bem usado, é verdade, mas uma boa lavagem de vitória na estreia, uma polida na carcaça já na segunda partida e uma regulada no motor meio cansado antes do ‘pega’ com outro cansado na terceira, já nos colocará no páreo novamente. E com isso, fazendo com que os mesmo que hoje nos desdenham vos digam: “olha ali o que um clássico é capaz de fazer…”

Clássicos são atemporais.

A realidade é que eu quero ser grande. Ou melhor: eu quero esfregar na cara de quem quer que seja que nunca deixei de ser grande. E para isso não é hora de economizar nas peças de reposição do velho monstrão. Nada de peça paralela. Temos que investir naquilo que tem de mais genuíno no mercado. É competição de arrancada. A hora, pois, é agora. Ou quem sabe nunca.

Vamos, sim, para mais uma Copa com fama de carro velho. Mas, ora, se eu já cheguei bem longe com os meus – era o que tinha e dava para fazer, não será o Colorado que haverá de ficar pelo caminho. O Internacional não é um carro velho, e sim um clássico.

Clássicos, como disse, são atemporais. São grandes sempre e em qualquer lugar. Nunca deixam de acentuar seu prestígio e valor. Tem gente que fala e está andando a pé. Vamos limpar e polir a belezura. E vamos para mais uma jornada de glória.

A estrada é longa, contudo já conhecemos a chegada. Vamo, vamo, meu Inter!

 

CURTAS          

– Mano Menezes, como já disse aqui e repeti, acertou na sua chegada dizendo que precisava de nós e nós dele. O problema é que o tempo passou e agora creio que o Internacional já não se encontre mais na mesma premissa;

– Depois de domingo, vamos combinar que quase ninguém mais prestou. Como diria Don Telmo, “quem vendeu tesouras na ilusão povoeira, volte pra fronteira para se reencontrar”. E para reencontrar o futebol perdido;

– Não quero queimar guri algum, mas além do estilo do cabelo, Estevão lembra em muito o menino Nonato. Até no domínio de bola. Se um não serviu, logo…;

– Precisamos dum camisa 5, de verdade e já para o primeiro jogo de la Copa como falei aqui um mês atrás. E enquanto o relógio beira à última badalada, os “ágeis” da direção ainda procuram solução;

– Só que boi lerdo bebe água suja;

– Até data de reunião no Conselho a direção tá perdendo para os vampiros do poder;

– Alessandro Barcellos precisa compreender que para presidir o nosso possante Colorado precisa de audácia e coragem. Somos um clube de futebol e não uma empresa de telemarketing. Sua política de austeridade precisa conviver em harmonia com o futebol, sob pena de seu nome e de seus pares acabarem por entrar para a história como um mero acidente de percurso. A hora é agora, Presidente!

 

PERGUNTINHA

Quem disse que alguma coisa vem de barbada para o Colorado?

 

A peleia é peleada e só acaba no fim meu Povo do Inter. Vamos com fé mais uma vez.

PACHECO

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