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Ao mesmo tempo que a imprensa do centro do país passou a relembrar que o Internacional existe dentro do Campeonato Brasileiro, bem como a nossa pampeana se obrigou a considerar que ainda podemos chegar algum lugar, vejo parte da torcida em euforia nas redes sociais e, principalmente, falando de um jogo que será realizado em 10 dias: falo-lhes do clássico greNAL, obviamente. Outros, por sorte, lembram que na próxima semana enfrentaremos o hoje líder São Paulo. Esquecem, a maioria, que o próximo jogo, mesmo, é contra o Fortaleza e que este vale os mesmos três pontos que os seguintes. Aliás, um time que é melhor que o Goiás que nos impôs muitas dificuldades; um time que precisa reagir no campeonato pois hoje beira a degola; um time com um novo treinador que quer mostrar serviço, apesar de eu achar um profissional limitado. Será certamente mais uma jornada de futebol ‘meia boca’ do Internacional que, ao fim e ao cabo, tem que ganhar de qualquer maneira. E ponto.

A torcida Colorada é calejada, sim, mas também gosta duma ilusão barata, convenhamos. As vezes o romantismo para como trata as coisas do futebol beira o patético. Time joga mal em casa e os caras aplaudem ao final da partida. Como assim? Tanto por isso estamos há tanto tempo na fila de espera dum grande campeonato. O problema dessa euforia é que isso acaba por chegar no vestiário que, conforme já dito por aqui, é composto por jogadores acomodados e sem muito propósito. Ou os caras jogam as últimas rodadas sob o manto de algum propósito ou estas cinco vitórias vão virar apenas um devaneio sob o calor de Porto Alegre. O papel da torcida é realmente fundamental. Não tanto os que aqui vem é que vivem numa realidade paralela, mas o povo das redes sociais que adora acreditar naquela balela dita sempre pelos mesmos. Precisamos, pois, manter o foco de que em verdade nada conseguimos até agora.

Mas o assunto que seria a tônica de hoje, essa da euforia, acaba ficando em segundo plano quando na tarde de ontem uma notícia sacudiu (e desalentou) a torcida Colorada: mais uma grave lesão de joelho, a quinta do ano (Guerrero, Saravia, Roberto, Boschilia), agora atingindo Rodrigo Moledo, justamente quando o sistema defensivo havia tomado um rumo na temporada, muito justamente pelas atuações do Moledão da massa (é preciso referir também que Galhardo pela primeira vez se afasta por lesão, ainda que muscular). Que coisa! Veja-se que as discussões em torno dos motivos povoam a mente dos torcedores. Uns falam na preparação física (discutível, afinal, não são lesões musculares sucessivas, mas sim de ligamentos), outros referem que o método Coudet acabou sobrecarregando os atletas, que jogaram muito tempo no limite; e há quem pense que tudo isso na verdade é algo quase que sobrenatural (macumba, mandinga, xamãs colombianos…), enfim.

Confesso que já não descarto mais nada, afinal, estamos num momento ascendente no Campeonato e justamente agora aparece mais essa…

Na última semana falei que era acordado que poderíamos alcançar o sonho do tetra. Pode até ser que ao final do próximo mês eu, com a licença de LF Veríssimo, diga aqui que se tudo for um sonho, não me acordem. Mas, enquanto o final de fevereiro não chega, seguimos acordados povo colorado.

Acordados e sem euforia.

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