4.9
(27)

Não vai muito o River Plate fez uma campanha beirando não se classificar na primeira fase da Copa Libertadores, e na segunda fase cresceu de uma maneira que se tornou campeão. Creio ter sido o último título que não foi brasileiro. Só que tal crescimento do time muito se amparou na mentalidade do grupo de jogadores.

O mental do Internacional, entretanto, parece que não existe há anos e pensar em crescimento do time, sem ter feito um único mísero bom jogo no ano, é quase uma heresia.

De qualquer sorte, sem um goleiro de verdade não vamos chegar a lugar algum. Keiller pode não ter cometido nenhuma falha crassa, mas a verdade é que é um “chama gol”. Duas tentativas do time ruim adversário e dois gols. Patético. Ridículo. Desestimulante.

Quando vi o Internacional no velho Gigante da Beira Rio, pela primeira vez, o goleiro já era Benítez. Um goleiraço que teve sua bela carreira abreviada num jogo sem valor no interior do Estado. Antes dele, formamos um dos melhores times da história do futebol com o Manga sob as traves, que de tão fenômeno, transformou sua data de nascimento no dia comemorado à profissão. Ser goleiro, tal qual centroavante, é profissão. Na Copa do Brasil em 1992 o arqueiro era Gato Fernandez. Em 2006, o multicampeão Clemer, em 2008 era o Lauro, tecnicamente o mais fraco destes que relacionei. Em 2010 a exceção Renan, mas quem lembra bem sabe que só chegamos lá pois tivemos o argentino Abbondanzieri no gol antes.

O que quero dizer com tudo isso?

Que em todos os títulos de relevância do Internacional o camisa 1 era estrangeiro, ou seja, um goleiro não forjado na nossa base. Não creio que tenham sido coincidências quaisquer, e sim uma realidade pura e simples: a maldição do gol do Internacional se aflora sempre que o guarda redes é cria do celeiro.

Num empate com sabor de derrota em casa eu poderia elencar vários problemas. Fácil, afinal, eles vêm se repetindo. Para evitar a minha própria fadiga e a dos amigos que aqui vêm para ler das bobagens que escrevo, vou me apegar somente ao assunto goleiro e a maldição que nos acompanha. Farei apenas uma breve exceção: de nada adianta jogar demais nos primeiros 30 minutos quando uma partida hoje em dia tem 100; e como diz a juventude atual, ir derretendo em campo até o derradeiro apito.

Ainda que eu pense que sepultamos, ontem, qualquer esperança que se tinha em título de Libertadores, afinal se não ganha desse arremedo de time – uma afronta à história do futebol charrua  – e em casa, não tem como ser campeão. Logo, seguirei apegado ao assunto goleiro. Só isso já desgasta o nosso torcedor. Por uma verdade simples que praticamente já nasceu com o futebol, a ponto de virar adágio popular: todo grande time começa por um grande goleiro.

Não temos um grande goleiro. Não temos um grande time. Não temos um grande Presidente. Não temos ninguém lá de dentro que parece querer enxergar isso, também. Só temos uma maldição redundantemente maldita que cisma em nos perseguir.

Aliás, acho que maldição é ter te torcer para o Internacional. E o pior: ter de vê-lo em campo.

 

CURTAS          

– Para evitar fadiga ainda maior, sobre o treinador hoje não falarei. Já disse tudo que meu vocabulário educado permite. Só repito o que pisca: a pobreza tática se reflete nas substituições simplórias;

– Mas, também é preciso reconhecer: não há técnico que salve tanto gol perdido;

– De Pena não é volante. Vão estragar de forma irremediável um bom jogador;

– Profissionalmente falando, Wanderson parece eu antigamente tomando decisões: precipitadas e inúteis. A diferença é que meu salário nunca passou de 1% do que o jogador ganha;

– Se o goleiro é chama gol, Vitão igualmente não merece crédito algum. Ainda não jogou no ano corrente e ontem foi um desastre;

– Fluminense na terça-feira mostrou bem qual a diferença de se ter (ou não) um centroavante de verdade;

– Aliás, o jovem Lucca é a única boa valência que temos para o horizonte;

– 43% é o índice de empates do Inter no ano até aqui. Talvez julho seja tarde. É possível que até lá não tenhamos mais nada a realmente disputar;

– Executivo de Futebol, preparador físico, preparador de goleiros, Vice de Futebol. Me questiono se estes nossos compõe o Departamento de Futebol ou o Departamento Amador (coisa antiga, como eu). A bola pune, como diria o Muricy;

– Diretoria fraca vai morrer abraçada com o Mano Menezes. De acordo com a qualidade do seu desempenho no futebol, parece que se merecem. Só quem perde, mesmo, somos nós.

 

PERGUNTINHA

Até quando iremos do nada pra lugar nenhum?

 

O que nos resta é mesmo somente a fé, Nação Colorada.

PACHECO

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