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Sem querer querendo, tal qual o Chaves, o que escrevi na semana passada se alinhou ao resultado do sorteio das oitavas de final da Copa Libertadores da América. Pegamos justamente o meu exemplo, River Plate que há algum tempo cozinha a primeira fase em água morna, com algum fiasco ali ou acolá, mas acaba sempre se classificando e engrossando o caldo daí por diante.

Não será um adversário fácil e isso me parece claro tal qual a falta coragem de alguns que rodeiam o Internacional.

Estranhamente nos dias de hoje eu penso muito antes de fazer qualquer coisa. No último negócio que fiz, levei quase dois meses para decidir, enfim, que ia mesmo trocar de carro. A coitada da Márcia, minha vendedora, já nem quer mais me ver. Esgotei-lhe emocionalmente naquele dia após dia, anoitecendo com o negócio fechado e na manhã seguinte voltando atrás. Mas nem sempre foi assim.

Muito do que hoje não tenho, foi por causa dos negócios impulsivos que fiz ao longo da vida. Sou daqueles últimos românticos que quase sempre deixava a paixão tomar a frente da razão. E muito embora isso tenha parecido arrojo e me trouxe alguma fama, a longo prazo arrumei mesmo foi encrenca e muitas parcelas para pagar. A verdade é que a única paixão que merece imediatismo para muito além da razão é a paixão que no fim vira amor. Toda passionalidade diferente disso flerta com a loucura.

O Internacional vai enfrentar um time que já teve seus dias de glória. Está naquele momento que no futebol se chama “reconstrução”. A diferença é que sobra no seu país e vai ser campeão nacional; afinal, o futebol dos argentinos já viveu seus melhores dias, apesar de ser a sua seleção a última campeã. Título, aliás, que só fez aumentar a presunção dessa gente…

Na bola o Inter é melhor. Digo no papel, obviamente, pois dentro de campo ainda estamos aguardando a tão sonhada estreia. Pois a hora é agora, até porquê é agora ou nunca. É momento para paixão e não para razão.

O futebol nem sempre caminha em conjunto com a lógica. Temos uma chance irretocável de ganhar passando talvez pelo adversário mais difícil de arrancada. Não é o melhor adversário tecnicamente falando, mas é o mais preparado emocionalmente para esse tipo de competição que começa agora. Como disse semana passada, agora é outra história.

Talvez vocês já conheçam da história do Padre que não gosta de castelhano. Não sou um homem de Deus, ao menos não com está envergadura, porém também não gosto de castelhano. Então, não refugo qualquer tipo de embate com essa gente e penso que o Inter encontrou o adversário certo, no momento certo. A hora é agora!

E ao final do segundo jogo não faltará um argentino zonzo depois da derrota questionando Deus sobre ser sua a responsabilidade por ter nascido castelhano e tanto por isso sair derrotado: “¿Señor, acaso serei yo?”. Quando Deus haverá de responder (em português): “Sim, é tu o penitente!”

Eu não tenho pena de castelhano. Nem o Internacional haverá de ter.

Sem dó. Sem piedade, pois.

 

CURTAS          

– Mano Menezes precisa compreender que empate é derrota e derrota por saldo mínimo é pensamento que não compactua com a grandeza do Internacional;

– Chega desse coitadismo e dessa ideia de perdedor acomodado;

– Argentinos preocupados em enfrentar o Internacional, mas muito verdadeiros ao apontarem dos nossos problemas com a bola aérea defensiva;

– Uma vergonha que o treinador parece que não quer ver. Vitão com aquele tamanho todo tem deixado bastante a desejar;

– Sempre gostei de Maurício, ainda que pareça uma eterna gangorra. Mas parece que segurá-lo até o final do ano é fundamental para qualquer pretensão para o que resta desta temporada;

– Precisamos dum lateral esquerdo reserva. Tauan Lara já demonstrei aqui não levar fé, e Renê não voltou bem depois da lesão;

– Enner Valência pronto para jogar. E agora a história é outra(!);

– Barcellos anda dando entrevista até mesmo para quem lhe esculhamba dia após dia. Não tenho pena, afinal, resolveu só às vésperas da eleição lembrar que precisa se comunicar com a torcida;

– Pra mim tem ídolos e ídolos. Fernandão, por exemplo, colocou seu prestígio em jogo em prol do Clube; nunca cobrou nada. Falcão, Valdomiro e outros tantos: fizeram pelo Inter. Temos ídolos e “ídolos”, esta é a verdade.

 

PERGUNTINHA

Temo mais o Inter que o River Plate. E tu, Povo Colorado?

 

É agora ou nunca, Nação Colorada.

PACHECO

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