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Lembro como se fosse hoje do dia que deixei o meu rincão e parti para o mundo. Enquanto aquele ônibus levantava o poeirão da estrada, eu ainda enxergava minha mãe com seu olhar de aflição pelo filho que partia, mas que me mirava com firmeza para que coragem nunca me faltasse. Ela sabia que eu precisava seguir em frente e eu tinha consciência que não podia decepcioná-la.

A Capital naquele tempo era outra, romântica, apesar de agitada (ao menos pra mim). Lógico que os gaiatos já viviam por aqui e isso era o que mais me proporcionava angústia: perder para um qualquer o pouco que eu tinha. Mas aí lembrava da minha mãe e sua fé, e novamente transformava o medo em coragem. Eu escolhi acreditar. Acreditar que Deus iria me poupar de qualquer mal através da fé da senhora minha mãe e da minha própria.

Pois bem.

Eu agora escolhi acreditar no Internacional. Acreditar que os dias passados de angústia e aflição não precisam mais povoar a mente do torcedor Colorado. Que, sim, é possível ser campeão e também parar de ficar pensando coisa ruim no que compete ao campeonato nacional. Que as coisas vão entrar nos eixos e o time também entrará numa maré de sorte e competência no certame tupiniquim.

Eu escolhi acreditar, eis que nós Colorados também temos o direito de sonhar. Temos o direito de ganhar. De acreditar que a felicidade está ali, a poucos jogos de distância…

Numa das minhas tantas jornadas da vida, lembro quando prestei a prova de proficiência para adentrar na repartição. Não chegava a ser bem um concurso público à época, mas era como se fosse um embrião da coisa. Eram duas etapas: teoria e prática. Quando saiu o resultado da primeira parte, me faltaram duas questões para seguir em frente; fiquei bastante decepcionado. Piorou quando dias depois cruzei numa livraria com dois dos meus “concorrentes”, eles já “contando” com a estabilidade do cargo.

Recordei então da promessa que fiz a eu mesmo de não decepcionar minha mãe. Elaborei um recurso, pois estava seguro de mim mesmo de que eu tinha acertado o mínimo de questões necessários e a correção estava errada. E eu tinha razão. Também lembrei da fé da minha mãe em Nossa Senhora do Caravaggio e adentrei na primeira igreja que avistei, pedindo sua intercessão por mim. E nada supera uma fé verdadeira: revista a correção pelos organizadores, ainda me sobrou uma questão de vantagem.

Fui à segunda etapa e passei com louvor; dali foram mais de três décadas de serviços prestados à repartição. E o detalhe: os contadores de vantagem não passaram da segunda fase, ficaram pelo caminho.

Neste momento o Internacional da primeira fase (a da desconfiança) já passou. Sabemos que podemos acreditar sim no título. O time do Inter também já provou que, querendo, ganha os jogos que disputa, e tanto por isso eu sei que também no brasileiro logo vamos dar uma arrancada rumando ao topo.  Ou seja, agora precisamos rumar à segunda fase, aquela em que ganhamos provando que assim merecemos. E como merecemos!

Nesse meio de caminho, o que resta a nós Colorados é acreditar e ter fé. Se ela não me faltou naquele tempo quando era minha obrigação não decepcionar a senhora minha mãe, tampouco faltará e falhará agora em que preciso mostrar aos meus filhos e netos a razão por ter-lhes feito Colorados.

Escolhi acreditar: que Nossa Senhora do Caravaggio rogue por nós e pelo Sport Club Internacional!

Sim, seremos…

 

CURTAS          

– Eduardo Coudet foi feliz em sua jornada e quando o tem sido nossas vitórias vão marcando história. Se alinhar bem suas convicções à realidade, o topo nos espera;

– Como é bom ganhar da forma que foi e calar a boca dos gaitados de hoje em dia…;

– Eu sei que foi um jogo de exceção, altitude e tudo mais. Só que tem que corrigir nossa defesa na bola aérea. Pra ontem;

– O goleiro já se pagou e tá nos dando lucro. E o príncipe Aranguiz também mostrou, enfim, a que veio. Johnny tem jogado futebol;

– Gabriel Mercado é outro em jogo de boca entaipada; que zagueiro. Renê também foi bem. Ainda assim nos falta mais um lateral esquerdo, ao menos. Não dá para arriscar;

– Repiso uma vez mais: precisamos agora nos alinhar no campeonato nacional;

“Uma batalha a mais. E seguimos com a ilusão de ir com tudo. Lembrem constantemente, a ilusão de ir com tudo, de jogar pela gente que amamos… vamos jogar por eles, por nossa gente querida…”Coudet, Chacho;

– De ilusão entendemos bem, Chacho. E escolhemos acreditar e nos iludir junto contigo…

 

PERGUNTINHA

Que tal acreditar e se iludir junto conosco, Povo Colorado?

 

Hoje é o aniversário do meu Bê, pequeno grande Colorado! Parabéns, Bê!

PACHECO

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