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Arrisco dizer que faz bastante tempo que não adentro a uma sala de cinema. Para ver filme de “gente grande” quem sabe uma década já, eu que ainda sou da época dos cinemas de rua. Eu teria uma história bem legal sobre o cinema do seu Antoninho, que lá no rincão da donde vim montou no último e terceiro andar do seu hotel de interior, num prédio de madeira; conto outro dia quem sabe. Por hoje, lembro das grandes películas que tive o privilégio de ver na tela grande.

De já hoje as telas grandes já não procuram mais o povo e, tampouco, são tão bons os filmes que são disponibilizados. Cinema pode até se fomentar de grandes produções e arrojo de produção, mas nada, repiso, nada supera uma boa história. São histórias que guardamos na memória e não o colorido que surge na tela.

Há um frisson, pelo que pude perceber, num filme com gente adulta que fizeram sobre a boneca mais famosa que foi feita para crianças. E assim vai o mundo, recheado de crianções que falam de futuro porém só pensam no passado. Em suma, redescobriram o famoso mundo cor de rosa. Aliás, eu ao menos sou mais coerente: sigo vivendo de ontem desde que me entendo por gente.

Quando cheguei na Capital empunhando quase que somente uma mala de garupa, apavorado em meio a tanta gente, deixei o mundo em preto e branco para viver a cores. Mas nunca cor de rosa, afora quando cruzava as catracas do Beira Rio para assistir um toque de bola envolvente de jogadores que desfilavam classe naquela que foi a década mais glamourosa da história do Sport Club Internacional. Sei que ganhamos muito mais adiante, mais cor de rosa para o Colorado, se assim posso dizer, foram os anos de 1970 e que me perdoem os que pensam diferente.

Os tempos hoje são outros é bem verdade. Não haverá de ter recurso tecnológico para recolocar em campo, agora, um time como: Manga, Cláudio, Figueroa, Marinho e Vacaria; Caçapava, Falcão e Carpegiani; Valdomiro, Flávio Bicudo e Lula. Bahh e quantos monstros da bola ainda deixei aí de fora?

Pois bem.

Logo, assim como não há filme que possa resgatar o passado para me fazer viver melhor no presente, não há chance da história gloriosa do Internacional entrar em campo para disputar o restante da temporada. Então, agora está nas mãos de Coudet e nos pés dos jogadores que aí estão, a oportunidade de se mostrarem valorosos e de buscarem para si uma própria história a se fundir com a de tantas glórias do Sport Club Internacional e assim pairar para eternidade. E que seja mesmo que sem muito glamour, uma vez que o mundo hoje em dia parece querer viver em preto e branco.

Não tem boneca cor de rosa que me leve de volta a um cinema. Mas tem um time alvirrubro ali na Padre Cacique que vai me levar de volta ao Beira Rio, para vivermos novos e grandes momentos.

Seremos campeões! Em vermelho e branco.

 

CURTAS                                                                              

– Ainda que muito capenga, é possível afirmar que o time do último jogo ao menos parecia deter algum padrão tático; muitíssimo melhor que o amontoado que há meses adentrava em campo;

– Wanderson e Carlos de Pena ainda abaixo do que podem render; este último muito, aliás. Mas Renê tá jogando pouco igualmente e Alan Patrick tem ficado devendo;

– Concordo que Rômulo se mostrou um atleta valoroso e importante no contexto anterior, mas vamos combinar que não virou nenhum Guiñazú da noite pro dia. Afora que talvez tenha alguma questão na renovação de contrato que lhe está tirando de campo;

– John é goleiro de milagres e Rochet é goleiro de transformar defesas em algo simples. É bom ter dos dois estilos (Manga era ambos e por isso um fenômeno), mas acredito que tem um deles que fica mais perto de título. E daí a escolha de Coudet;

– Falam em busca por lateral direito, mas é o lado esquerdo que me dói;

– O problema de trocar da água pro vinho em matéria de treinador é que agora parece que ainda falta centroavante de reposição no grupo, enquanto sobram jogadores em outros setores que antes parecia faltar;

– Depois de mais uma chanchada política no universo do Internacional, afirmo sem medo: a verdade é que o nosso Conselho Deliberativo tem que acabar.

 

PERGUNTINHA

Gostaram do primeiro Inter de Coudet, Colorados?

 

Não tem mais como esperar meu Povo Colorado. Agora é que são elas!

PACHECO

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