Mauro Loch

Sabíamos que iríamos perder

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Não sei se foi bem essa frase, mas o sentido foi esse. Sabíamos que iríamos perder uma hora, ou um jogo, ou em algum momento.

Esta frase pronunciada por um jogador de qualquer outro time é uma frase aceitável, e, de uma certa forma, correta. No Inter, essa frase ou qualquer outra com o mesmo sentido, jamais deveria ser dita.

São poucos, pouquíssimos os times que podem dizer que passaram um campeonato sem derrotas, que levantaram uma taça sem ter perdido um jogo sequer, e isso tem que ser lembrado, venerado, almejado.

Dizer o óbvio, que perder é do jogo, que a derrota pode ocorrer ainda que jogue bem, que feitos os mesmos movimentos o resultado pode não ser o mesmo, vem desde muito antes do princípio da incerteza de Heisenberg.

O Inter tem que honrar sua história, seus jogadores, de qualquer categoria, tem que honrar e lembrar sua história, a todo momento, em toda manifestação. O Inter é um time que pode passar um campeonato sem nenhuma derrota, já fez isso. Passar um turno da série B sem derrota não é esperar demais.

Talvez esse seja um dos motivos que nos levou ao rebaixamento, essa ideia de que a derrota é aceitável, esperada, possível.

Perder é parte da competição, e são raríssimos os casos de invencibilidade. O judoca francês não perde uma luta desde 2008, e acho que o Arsenal tem um título invicto também. Perder não me incomoda, o que me irrita é não lembrar que não perder pode ser uma hipótese.

Irrita mais por vir de um jogador identificado como clube, criado na base, que tem obrigação de conhecer essa história, ainda mais pela posição que joga. A não ser que a própria direção não busque refrescar essa memória do clube para forjar nossos jogadores.

E não perder para o Juventude não seria nenhum feito heróico. Esquecendo qualquer questão financeira, se colocarmos os 11 do Juventude á disposição do Inter, talvez 1  jogaria no Inter, ao passo que, colocados os 11 do Inter, acredito que o Juventude ficaria  com todos, menos o Ernando.

Nao ganhar do Juventude talvez tenha passado por finalizações ruins do Damião, pela falta de ousadia, pela escalação medrosa ou pela falta de alternativas táticas, mas acredito  que a vitória, ou mesmo o empate, não veio porque o clube passou a pensar que em algum momento a derrota pode acontecer.

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