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Se eu fosse adepto a criar teorias conspiratórias afirmaria que desde que nasceu a CBF, digo, desde que a CBD virou CBF o Inter nunca mais foi Campeão Brasileiro. Até 23 de setembro de 1979 a entidade que comandava o futebol era a CBD (Confederação Brasileira de Desportos). A partir de 24/09/1979 iniciou a era CBF.

Para temperar minha teoria conspiratória, as partidas entre INTER e Vasco pela final do campeonato brasileiro de 1979 ocorreram nos dias 20 e 24 de dezembro. Deve ter sido um natal mágico e invejável para os colorados naquele já distante ano de 1979… 

Por outro lado, cortando para 2023, será um final de ano melancólico. Completaremos 44 anos sem repetir o feito e colecionamos frustrantes NOVE vice-campeonatos. Esse ano foi especialmente torturante. Eliminados de maneira inexplicável do campeonato gaúcho, eliminados de forma ridícula da Copa do Brasil (na disputa de pênaltis colocando todas as cobranças dentro do gol) e, pra mim a mais doída de todas: a eliminação da Libertadores na semifinal depois de ter duas partidas praticamente ganhas e os jogos dominados. O maior “Ruas de Fogo” já feito antecedeu uma ressaca sem tamanho.

Exceção feita a 2005, onde as forças ocultas não estiveram tão nas sombras, em 2009 e 2020 não tivemos competência quando dependia apenas de nossas forças garantir o título por antecipação. Já em 2022 tivemos nossa melhor campanha na nossa história do campeonato de pontos corridos e fomos obscurecidos pelo Palmeiras. E por aí vai…

Podemos enumerar infinitos elementos externos que não levaram ao êxito, mas será que comissão técnica, jogadores e direção conduziram tudo com o profissionalismo, dedicação e seriedade que o fato merece?

Os caras não conseguem nem ficar sem beber álcool durante a temporada. Não conseguem treinar com seriedade, muito menos correr um pouco a mais em todos os jogos. Nem treinar chutes em gol e cobranças de falta até a exaustão fazem mais. Eles, os jogadores – ao menos os que têm cérebro, aprenderam a falar o que queremos ouvir e fazer o que eles bem entendem. 

O que deixou escapar o ídolo de alguns em um momento de raiva foi a célebre frase: “minha vida não acaba aqui”, resume bem o que acredito que passa na cabeça dos boleiros. Se for campeão? Beleza! Se não for vencedor mas tiver um bom contrato? Tudo certo, tudo sob controle!

E assim passou ano após ano nessas últimas 4 décadas. Nós nos remontando enquanto as beldades davam desculpas esfarrapadas pelos seus fiascos. 

O que nenhum boleiro entendeu ainda é que não estamos nisso pelas vitórias. Se fosse esse o nosso motivador já teríamos “saltado da barca” como afirmou na mesma ocasião da outra célebre frase o ídolo de alguns. Queremos um jogo bem jogado. Queremos nos divertir com uma performance digna. Se fosse pra passar raiva, todo mundo já tem os seus problemas privados.

Não queremos, realmente, que os jogadores suem sangue. Não precisam de penitências, jejum, celibato ou coisas que o valha. Alguns nem precisam ser açoitados ou jogar usando um ciílico (apesar de eu achar que mereciam). Nada disso levará a lugar nenhum. Não quero sacrifícios ou motivação. Isso tudo é fogo de palha no final das contas.

O que precisamos no elenco é disciplina e comprometimento. Força de vontade e DO-A-ÇÃO (ler essa palavra com a voz do Fernandão). Um correndo pelo outro e quando achar que não dá mais, correr mais um pouco ainda. Não apenas contra o time A ou B considerados de primeiro escalão, mas, também, contra times C e D considerados candidatos ao rebaixamento quase certo. Porque se percorrermos toda nossa história dentro dos campeonatos e torneios foi especialmente em confrontos tidos como menores que perdemos os pontos que nos faltaram no final.

É fácil manter disposição em 38 rodadas como se estivesse jogando contra o Barcelona do Ronaldinho? Claro que não… até porque se fosse não estariam ganhando salários de 3 dígitos na casa dos milhares para fazer isso. Deixariam pra gente como nós que jogaria de graça só por ter um campo pra jogar.

O quase machuca mais do que não ter conseguido. Perder uma oportunidade depois de tê-la firme entre as mão dilacera qualquer sorte de bom sentimentos só deixando espaço pro remorso.

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