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Se…

Talvez essa seja a palavra mais pronunciada, não só no futebol, mas, também, no mundo.

Em última análise, imaginamos o que vivemos com outro possível desfecho e, normalmente, esse “final” seria melhor que a situação real… apenas não tivemos sorte naquilo.

Acredito que a maioria de nós já se pegou fazendo isso em todos os campos da vida. Fazemos isso a quase todo momento, especialmente quando estamos insatisfeitos, como se uma situação sempre pudesse ter a solução perfeita. Não digo que a imaginação seja má, pelo contrário, acho vital.

Contudo, não devemos cair no vício de nos esquivar de nossas responsabilidades. Correto é usar a imaginação como ferramenta de trabalho, não como muleta do fracasso.

O que a vida tem me mostrado é que precisamos sempre aprender, com os erros e acertos. Saber porque perdemos, mas, fundamentalmente, saber também porque ganhamos.

Onde eu quero chegar com isso? Falando de INTER, é que muitas vezes criamos expectativas altas com o nosso time que, analisadas friamente, tendo como base nosso elenco, condição financeira, organização administrativa e outros fatores técnicos não são possíveis serem plenamente atingidas… exceto, é claro, que ocorra um milagre.

Assim, juntando expectativas que estão acima da realidade, com baixa capacidade efetiva de atendê-las nos tornamos reféns da solução mágica. Dos craques aposentados que são apresentados como solução, por exemplo, e assim vamos dando condições para que o caos administrativo no clube se perpetue.

Hoje eu admito duas coisas: era contra a vinda do Guerrero e estava errado. Mas, Guerrero é uma exceção dentre tantos casos. Quantas nabas com mais de trinta anos tivemos de bancar o prejuízo? Enquanto isso, jovens talentosos foram vendidos na primeira oportunidade. Além disso, cabe destacar que existe sempre uma grande diferença: quando há prejuízo é sempre só do clube, já quando existe lucro existem vários donos para dividir.

Mas pra nós, pobretões e torcedores, só existe um lucro e um prejuízo real: ganhar ou perder títulos. O que não ocorre verdadeiramente para a busca desse lucro para nós, torcedores e pobretões, é roubo.

Voltando ao ponto anterior…

Muitas vezes projetamos o “filme do desfecho alternativo” mudando o que aconteceu em nossa memória. Via de regra esse filme fraudado é o que acaba ficando gravado como nossa lembrança. Nisso, acabamos sem ficar com aprendizado, apenas lembrando das dores e prazeres… nada mais. Acredito piamente que isso seja o cerne que faz dessas novas gerações tão fracas, acham que na vida é só prazer… molecada, a gente já nasce chorando! Aprendam com os erros para terem mais acertos, Maldita Geração “oba-oba”!

No futebol o SE justifica, qualifica, desmerece… o SE serve para praticamente tudo: “Se fulano jogasse”, “Se beltrano não jogasse”, “Se não chovesse”, Se… Se… Se…

Convenhamos: NÃO existe a solução perfeita! Seja homem! Faça sempre o melhor que puder!

Vocês acham que eu estou divagando? Nada disso! Tudo é para a direção e comissão técnica. Chega de contratarem nabas e jogarem acovardados.

 

 

 

Poema “If”, de Rudyard Kipling:

Se

Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para esses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretensioso;

Se és capaz de pensar –sem que a isso só te atires,
De sonhar –sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste,
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
E refazê-las com o bem pouco que te reste;

Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe,
E a persistir assim quando, exaustos, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena: “Persiste!”;

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E, entre reis, não perder a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
Se a todos podes ser de alguma utilidade,
E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao minuto fatal todo o valor e brilho,
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo
E o que mais –tu serás um homem, ó meu filho!

 

If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don’t deal in lies,
Or being hated, don’t give way to hating,
And yet don’t look too good, nor talk too wise;

If you can dream–and not make dreams your master,
If you can think–and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you’ve spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build ’em up with worn-out tools;

If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: “Hold on!”

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings –nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds’ worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that’s in it,
And –which is more– you’ll be a Man, my son!

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