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Relutei voltar ao BV para tratar desta questão que envolve LFF x Libra. A uma, eis que a política em si há muito vem dividindo o país criando a máxima do “nós ou eles”; na política do Inter, obviamente, não é diferente, ainda mais quando os discursos (de ambos os lados) aparentam tão somente um simplório desejo de poder. A duas, que venho figurando pouco por aqui e voltar logo com um assunto espinhoso é bem mais desgastante do que possa parecer.

Não vou, contudo, isentar-me de opinião. De arrancada justifico o título: o processo pelo qual o Sport Club Internacional (como instituição) restara envolvido em seu Conselho Deliberativo há cerca de dois meses (sim, durou este tempo pelo menos) se trata muito menos de a quem servir 20% de possíveis ganhos futuros com direitos de transmissão em plataformas audiovisuais diversas, mas sim e principalmente, sobre o que representa (e tem representado) a política para o Clube e os claros reflexos disto dentro de campo.

Ora, que Clubes de futebol e outras associações do gênero desde os seus primórdios são vitrines à exposição da vaidade humana e afirmação de posição social não há dúvida. O que me preocupa é que no caso do Inter, atualmente, a vaidade aparenta ser um mero ato de interesse pelo poder. E isso ficou transparente na votação de ontem, e não pelo fato dos conselheiros da oposição votarem numa perspectiva que ainda me parece um tanto quanto nebulosa (falo da LIBRA), todavia, simplesmente por votarem num conceito: o da retomada das rédeas do Clube a qualquer custo em detrimento ao que era realmente melhor.  E não escrevo isso por ter convicção que a LFF é de fato a melhor escolha, mas sim, pois, ao fim e ao cabo, desconheço o que pretende mesmo a LIBRA.

Vejamos que ao priorizar a politicagem e a vaidade a oposição não conseguiu atingir o mínimo de comunicação razoável com o torcedor, que ainda é o público alvo mesmo neste caso. Tivesse convencido nós torcedores respaldaria alguns votos a mais que fatalmente lhe trariam uma vitória, enfim. Por outro lado, o presidente Alessandro Barcellos e seus pares conhecem da proposta da Liga Forte de cor e salteado. Sei que facilita o fato do mandatário ser precursor do projeto, porém de nada adiantaria se não conhecêssemos dos seus argumentos; e se teve algo que Barcellos soube transmitir bem foram as razões para optar pela LFF, convenhamos.

Fosse eu conselheiro e tentei o ser uma única vez, sem sucesso, reconheço que votaria igualmente na proposta vitoriosa. A LFF, se não é a melhor coisa que já surgiu em prol do Internacional, ao menos neste caso em específico parece a ‘menos pior’ no que compete aos direitos de transmissão desportiva. Ao menos, ela não nos diminui e coloca dois entes suseranos a dar as cartas fazendo-nos de meros vassalos. Ao demonstrar que o caminho é a diminuição da disparidade de orçamento, mantém a ideia de todos são grandes e não transforma clubes com história em futuros coadjuvantes ou deixa os coadjuvantes relegados sempre ao lado B desta própria história.

Por outro lado, alguém levantou uma questão pró LIBRA que poderia ter sido o carro chefe da oposição em prol à sua adesão: por estarem os clubes mais “fortes” do lado de lá, serão eles que ditarão os preços e ganharão os melhores contratos. Um manifesto exercício de mera futurologia é bem verdade, contudo pertinente, também convenhamos. Não se pode dizer que num país como o Brasil, onde a principal detentora dos direitos de transmissão até aqui sempre teve seus ‘preferidos’, a mudança em prol da democracia restará num processo natural.

Em suma, prós e contras existem de ambos os lados e, com o caminho que já parece traçado, queira o destino ter sido a nossa escolha a mais acertada ou, com mais honestidade, a menos pior. Resta-nos, agora (fora de campo), juntar dos cacos que restam da política do Clube para que possamos (dentro de campo) vencer novamente. A mera luta pelo poder há algum tempo não nos leva a lugar algum, afora que ainda se mostra inexplicável. Não há vaidade em comer pão com banha.

Não há vaidade em obter o poder para conseguindo seguir perdendo ou ficando “no quase” naquilo que é o objeto fim: o futebol. Precisamos é acreditar em novos e melhores dias, por mais ilógico que isso possa parecer agora. Brigar menos pelo próprio ego e ser mais proativo em prol do Sport Club Internacional. Ou não mais sairemos do meio do caminho onde já nos encontramos faz bastante tempo.

Chega de politicagem. Basta de vaidade. Mais Internacional, por favor!

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