0
(0)

 

Muito ou pouco assunto para escrever: tanto fez como tanto faz. A angústia do “postista” é a mesma.

Se muito assunto houvesse, faltaria espaço para escrever sobre os mesmos. Louis Big Boss me impôs uma limitação para atender ao gosto dos fregueses: mais ou menos 600 palavas. Sempre passo disso mas acho que ele não fica contando e vai indo.

Se pouco assunto há, escrever 600 palavras sobre o que exatamente? Já sei!

Esse é um blog de futebol e não genericamente falando, de um time: o nosso.

Quanto a isso de acordo? Vamos lá: e quanto ao nosso time?

As palavras já foram faladas, os pensamentos pensados, as músicas cantadas, os desenhos desenhados, os esquemas esquematizados …. o que falta falar, pensar, cantar, desenhar ou esquematizar?

O País tem uns 200 milhões de habitantes e deve ter uns 60 milhões de técnicos de futebol. Cada um entende mais do que o outro: quem ganha com isso é o dono do bar onde esses técnicos se reúnem e discutem e discutem, e bebem e bebem. Alguns brigam, outros riem, todos – como eu – acham que sempre tem razão. E por isso se bebe para ser mais articulado e se bebe para se esquecer de tudo.

Dito isso, vamos ao que interessa, mesmo que esteja sendo repetitivo e chato (se alguém disser “mais chato?” pode, desde que fique cá entre nós).

 

Assisti Guarani e Inter pela TV, como sempre: futebol horrível, e no que diz respeito ao Inter falta um algo mais, falta um tempero: um pouco mais disso, muito mais daquilo. Se a zaga está equilibrada e o ataque tem nomes de algum peso, só resta um setor do time que é o meio que nesse momento desequilibra negativamente.

Nele, Dourado é um desarmador, Edenilson um carregador de piano e Sasha se esforça (ontem até gol fez) mas, quem cria algo para alimentar o ataque? Em tese seria D´Alessandro mas creio que seu tempo acabou, seja pela forma que joga – enrolando no meio – seja pela falta de condições físicas para ser um meia incisivo, o que aliás nunca foi e não vai ser agora que o será.

Com ele o time perde ímpeto, não tem velocidade, não explora contra-ataques.

Essa figura do meia clássico, dono do time, que é capitão e é quem recebe mais bolas (viram que todos dão a bola para ele?), acabou.

A uma, porque se marcar bem esse “um” acaba o time; a duas porque se esse “um” joga mal, se omite, fica ciscando no meio, não chega na área nunca (ontem chutou uma bola em gol, para fora) o time acaba.

Em resumo: quem tem “um” não tem nenhum. E se esse “um” é dono de uma personalidade egocêntrica que só olha seu umbigo, que é endeusado pelo drible “la boba” (o tal drible de tão tão que é tem até nome! ), e otras cositas mas, perde o time com esse “um”.

“Tudo já foi dito uma vez, mas como ninguém escuta é preciso dizer de novo”, disse André Gide.

D´Alesssandro acabou e levou junto com ele o que se esperaria de um time agressivo, contundente, amassador. Impossível nesse momento não comparar grana com grana, mas o Inter gasta 8 milhões/mês dos quais só D´Alessandro embolsa por baixo por baixo, uns 600 mil/mês (20 paus por dia =  500 quilos de picanha/dia).  O super-time do Guarani custa 500 mil/mês.

D´Alessandro é o último ídolo que nos resta; inexistem mais os índios e os fernandões e por isso a grande quantidade de admiradores. O gringo é abusado, icônico, folclórico até na sua forma de provocar adversários, tão ao gosto dos portenhos e nossa, por proximidade geográfica. Leio que “se” ele estivesse ai ano passado não iriamos cair. O “se” é isso mesmo: manifestação da vontade que encerra um tanto de esoterismo.

Seja o que for, não é mais. D´Alessandro acabou para o Inter. A relação custo/benefício é muito pequena….

Mudando do saco pra viola: domingo que vem é dia dos Pais (com letra maiúscula).  Muito fui no Beira com meus filhos; muito carreguei um que dormia no final do jogo nos ombros até o carro, estacionado lá em cima no morro Santa Tereza; muita bunda tive que limpar com papel que o vendedor de cachorro quente me cedia, consternado; ser pai é desdobrar fibra por fibra de tudo para torcer pelo Inter. Lembro de mim, lembro dos pais. Somos heróis e o nosso reconhecimento é dado por nós mesmos; a medalha no peito de “Bom Pai” nos doamos, na surdina, sem alardes. Quer coisa melhor do que isso? Ter o seu próprio  reconhecimento pessoal?

Ah! Cansei!  Isso é o que dá não ter assunto…..São 771 palavras, Big Boss pode contar.

How useful was this post?

Click on a star to rate it!

As you found this post useful...

Follow us on social media!