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Esse post é uma divergência, saudável por supuesto, do post do Bruno. Lá ele destila otimismo em abundância, aqui só se verte pessimismo às mancheias.

Bruno é um prá cima, eu sou prá baixo. Bruno enxerga um enorme clarão no fim do túnel, eu nele ando às cegas por nada ver nas trevas tenebrosas. Bruno é o bom, eu o feio, sujo e malvado.

Não há um certo ou um errado: há o que há e o que se quer ver e como ver.

Há poucos dias sentei com minha filha em frente à TV e acessei o Youtube. Procurei por Internacional, golos, títulos, etc. E se desencantado estava, pior fiquei. Desfilaram nomes e imagens que, na falta de algo melhor para pensar, pensei: Como pode isso? Não estamos falando da queda do Império Otomano ou Persa ou Romano, coisa de séculos passados. É tudo desse século, de poucos anos se consideramos uma breve dimensão de tempo/espaço.

Como pode um time orgulhoso, em fase de crescimento de número de sócios, com um estádio que já era bonito e ficou esplendoroso, com uma base que fornecia em quantidade mão de obra qualificada para o time titular, com títulos e mais títulos conquistados, como pode chegar onde chegou?

Do post do Davi de dias atrás pinço um dado impressionante:   O quadro social encolhe! Imagino e só imagino porque não tenho nem ideia de valores que associados pagam, mas penso que em cada ano algum reajuste deva haver. Sendo assim, ocorreu uma redução de quase 10% do número de sócios de 2016 para 2017. O efeito “segunda divisão” foi devastador apesar de todas as enganações e digital influencers.

Esse ano a coisa segue ruim: eliminação do Gauchão que bem ou mal poderia trazer algum estímulo e ânimo, seguida da caída na Taça Brasil para um Vitória que com todo ou sem nenhum respeito, é um pequeno ponto no cenário futebolístico nacional: perder para o Vitória foi “A” derrota. O time está em 10º lugar na tabela do Brasileirão, na beirada para ir à segunda página.

Calma, calma. Apenas irá ocorrer a 4ª rodada. Estou calmo, CALMO!!! Sei que é cedo, mas é sempre cedo e quando se vê, já é tarde. No Inter nada se vê. O endividamento vem rolando por várias gestões, se acentuando com a de Piffero. O Inter, endividado, sempre gasta mais do que deve e, falando de jogadores, gasta mal.

Eu jogava futebol como lateral direito e muito bem: apoiava com firmeza e defendia ainda melhor, com um chute forte. O problema é que acordei, o sonho acabou e, bem, voltando à lateral direita:

O Inter já teve de tudo ali, dos mais diversos estilos. Houve famoso, como Gabriel; consagrado, cansado e lesionado, como Ceará; jovem, como Junio; aposta como Alemão; folclórico, como Édson Ratinho; estrangeiros, como Bruno Silva e PC Magalhaes. E até alguns que certamente você não se lembra, como Arílton e Marquinhos Vilela. Ainda Nei, William, Daniel, Gilberto, Winck, Dudu, Fabiano e Zeca. Ainda, por falta de lateral direito (hein? como é?) improvisou Edenilson, Fabinho e Danilo Silva. Quase 20 nomes correram pela beira do campo. Para sua sorte nenhum caiu no túnel de acesso ao campo (há esse túnel?) e temos carência nessa posição (nem falo de outras para não entrar em polêmica por causa de um simples “xogo”).

Isso mostra porque o dinheiro se esvai pelas beiradas do campo e de resto, por todo ele. Nem quis chegar na ala dos volantes para lhe poupar meu leitor, sim, você mesmo, o único que me lê e a quem devo todo o respeito e gratidão do mundo. A grana se esvai também pelas afanadas que afetados dirigentes praticam, num estilo “unidos tiraremos”, o bloco carnavalesco mais rentável do pedaço. Cada um saca um naco dessa vaca cujo leite está secando, de tetas antes fartas, agora murchas.

Mas – e sempre há ao menos um mas – todo saco cheio um dia se esvazia, dizia um tio meu. Eu altero a frase: todo saco cheio um dia ainda enche mais. O meu estoura de pensar que tenho que ser colorado. É uma sina, acho, um carma, algo como uma provação que se deva passar nessa vida para encontrar um estado de espírito mais elevado, imune às torturas ditadas por tantas e nada poucas pegadinhas que nos aprontam, certamente em outras vidas porque nessa, cara!, tá brabo.

E nada como um dia depois do outro para confirmar a tese de que tudo segue igual para as bandas do Rio Guaíba. Mas felizmente domingo teremos futebol: Barça e Real Madrid. Nada vale porque o Barça já é campeão espanhol mas é sempre um prazer se assistir futebol.

E então, caríssimos, numa boa: dá para se ufanar com tudo isso rolando pelas bandas do Beira?

 

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