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De onde Zago vem, todos sabem, pois “impressionou” ao chegar longe na copa do Brasil, eliminando o São Paulo e, por pouco, não superando o Galo. Ainda, em partidas dramáticas, subiu de série.

Zago virou protagonista, manifestou estudos europeus, trabalhos com técnicos renomados e estágios em times qualificados, mas nada diferente, hoje, do que a maioria está fazendo. Tite, o mais badalado treinador do momento, almoçou com Ancelotti e fez algumas visitas a treinadores e times europeus. É curioso como, no futebol, o conhecimento é passado em algumas poucas conversas, em algumas visitas a centros de treinamentos, em alguns contatos com outros profissionais. O que normalmente leva anos em outras profissões, ou até meses em cursos de especialização, no futebol se apreende em tempo muito menor, conversando.

Voltando ao Zago, e voltando ao Juventude e sua campanha vitoriosa no ano passado, se verifica que Zago jogava no 4-4-2, no máximo no 4-2-3-1, esquema que disse ser seu preferido quando chegou no Inter, e que abandonou na primeira derrota, mostrando toda sua convicção.

Bem, Zago não veio do 4-3-3 que tenta implementar no Inter, muito menos do 4-3-2-1, a árvore de Natal que é uma variação do 4-3-3. Zago jogava com dois volantes, e, na maioria das vezes, com 3 meias, e, no sufoco, que foram vários, corria para tirar um atacante ou meia mais ofensivo para colocar um volante ou um zagueiro. Ou seja, no aperto, a retranca.

Essa é a origem do Zago, taticamente falando. Nada diferente do que havia fazendo, empilhando atacantes quando precisa de resultado (Fortaleza), empilhando defensores quando quer manter o resultado (Galo e SP).

Aí Zago vem pro Inter, time que lhe ofereceu recursos

bem melhores que o Juventude, trazendo Klaus e Roberson, implementa um esquema que lhe parece moderno, diz que os dois volantes tem que jogar em linha e abre o time pelos lados, com meias, ou meias-atacantes colados nas linhas laterais, e abandona as jogadas pelo meio, sem aproximações ou infiltrações.

Claro que não deu certo, e no primeiro revés, Zago utiliza 3 volantes, evoluindo para um esquema com três atacantes, mas mantendo a ideia de dois abertos pelas pontas. Naufraga de novo, pois o time fica sem meio campo, sem jogadas. Além disso, promove escolhas erradas, como Paulão, Ernando e Bob, recentemente reeditou Fabinho.

Zago começa a dizer que adotou a árvore de natal, ou o 4321, que mais parece contagem regressiva do que efetivamente o esquema utilizado.

Mas Zago não entende da mecânica de jogo, principalmente a marcação, do esquema que propõe. Zago fez no máximo duas a quatro boas apresentações, em tempos que duraram 30 ou 40 minutos, não mais que isso, e todas jogando no 4-4-2, como foi no grenal, Ypiranga, Oeste e Sampaio Correia, talvez um pouco contra o Brasil, e muito pouco contra o Novo Hamburgo. Em alguns minutos de algumas partidas, e nunca no começo do jogo. Seus melhores jogos são contra times muito fracos, e tem encontrado muita dificuldade contra times também fracos.

Zago precisa olhar pra trás, ver de onde veio, buscar nas raízes de seu sucesso a sua manutenção e parar de inventar, de copiar o Milan de Pirlo, Kaka e Seedorf. Precisa montar o time dentro do que conhece, que não é muito; e, claro, parar de escalar Paulão a qualquer Cuesta.

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