Cristian

Grêmio: o único time que nunca perdeu. Só foi injustiçado…

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Toda cidade tem um bar.
E todo bar tem um torcedor do Grêmio.
Ele tá lá. Sempre.

Na segunda-feira, na sexta ou no amistoso contra o Aimoré.
Ele tá lá, no mesmo banco, com a mesma cerveja quente e a mesma frase pronta:

“A gente foi roubado!”

Essa frase, meus amigos…
Ela é mais estável que o dólar.
Mais certa que fila no INSS.

Porque o Grêmio… o Grêmio é o único clube que pode sair de campo com 3 a 0 contra, dois expulsos, um gol contra e ainda assim…
a culpa é do juiz.

E não é exagero. É doutrina.

No mundo gremista, a arbitragem é uma entidade maligna.
O VAR é o Darth Vader.
O(a) bandeirinha, um agente secreto da KGB.
E o juiz?
O juiz é um poeta da tragédia grega, recitando versos de injustiça com o apito.

Mas não pensem que isso começou agora, não…
Esse sentimento vem de berço.

O gremista nasce, aprende a falar “mamãe”, “papai” e logo depois:
“esse árbitro aí é colorado.”

É ensinado em casa. Passado de geração em geração como receita de cuca ou de frango com polenta.

E olha que curioso…
Nos jogos grandes, então, é sempre o mesmo roteiro:

  • Se o Grêmio vence:
    Foi épico, foi raça, foi contra tudo e contra todos.

  • Se empata:
    Foi heróico, porque jogaram sozinhos contra o juiz, o VAR e a imprensa gaúcha.

  • Se perde:
    Bom… aí é caso pra CPI.

E quando sai o pênalti contra, ninguém analisa o lance.
Analisa-se o passado do juiz.
O histórico familiar. A árvore genealógica.
“Esse juiz apitou jogo do Caxias em 2004! É suspeito!”

E a imprensa?

Ah, a imprensa…
Ela já aprendeu: ou o grêmio tem uma vitória apoteótica, ou um empate heróico… fora disso o que aconteceu foi roubo! Com essa narrativa ela gira em torno do gremismo como satélite ao redor de Saturno.

Sai uma manchete:
“Grêmio perde por 4 a 1, mas reclama de escanteio mal marcado no primeiro tempo.”
Ué?
Parece até que o escanteio tava jogando no meio campo.

E o torcedor?
Ele acredita. Ele vibra. Ele sofre.
Ele sai do jogo dizendo que foi prejudicado —
mesmo que tenha jogado mal, perdido chances, e o goleiro tenha saído pra pegar pastel no intervalo.

Porque no fundo, o gremista não quer explicações.
Ele quer expiação.
Quer carregar sua cruz azul celeste rumo ao Gólgota da Série B dizendo:
“Nos garfearam, mas seguimos de cabeça erguida!”

E é por isso que o Grêmio, meus amigos…
É eterno.
É imortal.
É, acima de tudo… injustiçado.

Nunca perde.
Nunca erra.
Nunca aceita.

E se um dia perder de verdade — sem desculpa, sem VAR, sem bandeira levantada…
Bom, nesse dia…

Nem precisa acender a luz.
Porque o gremista… já vai entrar no bar dizendo:
“Foi armação!”

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