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O primo do Agnaldo (taura gaiteiro que por alguns anos ombreou palco junto comigo nas tantas gauchadas que fizemos por aí) depois de anos morando no outro Rio Grande (do Norte) resolveu vir passar uma temporada visitando a família. Tentei algum tempo ainda na madrugada lembrar como era mesmo o nome do vivente, sem êxito e, então, tratarei como o “Primo do Agnaldo”. O que eu lembro, e bem, é que era o indivíduo funcionário da carreira da Petrobrás. Um “coitado” obviamente.

Pois depois de uma temporada pelo Rio Grande véio, o mais macanudo do Brasil, o Primo do Agnaldo que, por óbvio, havia chego no pago gaudério de avião, ao invés de voltar do mesmo jeito que é o que a boa sensatez recomenda, inventou de comprar um motor-home dum tio deles. Negócio que deixaria a China corada, certamente. Detalhes do negócio eu nunca sequer quis saber, pois já fui informado da fábula às vésperas do retorno do cidadão ao seu Rio Grande de moradia.

E aí está a curiosidade do meu envolvimento com toda esta indiada: o Primo do Agnaldo comprou um ônibus sem ter habilitação para conduzir o mesmo. E o pior: sem nem mesmo saber fazê-lo. Aí entrou Agnaldo e eu na jogada: cruzamos o Brasil dividindo a boléia levando o motor-home e o Primo do Agnaldo. A esposa do homem, certamente muito mais sóbria, negou-se a encarar aquele desvario do marido e voltou de avião. Em suma, partimos por uma jornada margeando sempre que possível o belo litoral brasileiro e foi nessa que conheci muitos lugares que nunca mais tive a oportunidade de voltar, contudo, jamais esqueci.

Mas a história alcança o ponto em que quero chegar já em solo do estado do Rio Grande do Norte. Saímos brevemente da rota para ir a uma cidade chamada Espírito Santo, para que o Primo do Agnaldo mostrasse o novo brinquedo dele para um colega de firma que residia por ali ou algo assim. Já chegamos noite adentro e naquela casa simples, mas aconchegante, nos aguardava o amigo do Primo (evidentemente também não recordo o nome), um calor infernal e uma galinhada que não cheirava bem, e sim, muito bem.

E a fome da estrada, meus amigos, não espera. Nos atracamos naquela galinhada com avidez e talvez tenha sido a melhor galinhada que já experimentei na vida. Só que tinha um ‘porém’: era muito apimentada. Olha que eu já tinha uma relação razoável com pimenta, mas não naquela quantidade toda. Óbvio que não deu boa coisa.

O Agnaldo, que só comia comida com sal e olhe lá, passou uma madrugada de rei…

Pois, em todos os sentidos, lembrei daquela galinhada após a derrota de ontem do Colorado. O resultado, obviamente, não restara condizente com a atuação, sobremaneira pelo nosso primeiro tempo. Uma vez mais criamos um caminhão de oportunidades de botar a bola pra dentro, mas pecamos naquilo que tem sido um percalço já de algum tempo. Time do Internacional é inimigo do gol.

Derrota esta que soa como um desperdício, pontos aqueles que dificilmente se recuperam pela estrada que ainda temos pela frente, embora ela seja relativamente longa. E como quem não faz leva, e aqui o adágio popular nos fora cruel, tomamos o gol de misericórdia no apagar das luzes da partida e restou somente o gosto amargo do que poderia ter sido e novamente não foi. Por nossa própria culpa e incompetência.

Cumprida a missão ao nordeste do país, após dias de viagem, chegamos à Natal e de lá retornamos daí de avião. Na bagagem as boas memórias daqueles dias de estrada e da galinhada apimentada e seus efeitos. Mas, quero pensar que o que ficou na lembrança foi o melhor da iguaria. Voltamos para casa com o melhor do que vivemos e presenciamos.

Então, tomara que ao final do campeonato brasileiro o Internacional também possa dizer que a missão fora cumprida, e que consiga votar para casa com o melhor de tudo aquilo que viveu e presenciou.

Apesar dos percalços e seus efeitos…

 

CURTAS                                                                              

– Coudet as vezes me deixa sem saber o que pensar. Ora exagera no número de defensores em campo e noutras parece que poderia ter sido mais conservador;

– Agora uma coisa é certa: ou entramos em campo para vencer partidas ou entramos em campo com Renê de titular. As duas coisas juntas são como água e óleo;

– Wanderson, o único atacante de estofo que teremos para domingo, se perdeu (e bonito) em alguma encruzilhada por aí;

– Vitão, Fernando e Robert Renan tem de jogar. Maia foi bem, ontem. Logo, parece óbvio quem tem que passar longe desse time;

– Ainda não digeri bem esse resultado e talvez não conseguirei fazê-lo. Se esqueci de algo, os bons deste BV não o farão;

– Nada contra jogar em Criciúma. E nada a favor também. Tivesse sido em Floripa o jogo, tenho certeza que o resultado seria outro;

– Felizmente o velho Gigante da Beira Rio está de volta!

 

PERGUNTINHA

Quando aprenderemos a colocar a bola na casinha?

 

Hoje, só nos resta aquela velha resiliência, Povo Colorado!

PACHECO

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