4.3
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Tik-tok, se não me engano, é um site em que coisinhas engraçadas são feitas, normalmente inúteis, e por vezes com aspecto de vídeo cassetada. Pat-pot é a versão do Inter para esse site, quando em campo Patrick e Pottker, ainda mais juntos.

O Inter fez uma partida, digamos, média, de média para baixo, mas conseguiu três pontos, e fora de casa, coisa que não fazíamos há muito tempo. O resultado foi ótimo, o desempenho deixou a desejar, mas um time que quer alguma coisa em campeonato longo precisa fazer pontos mesmo jogando mal. Esse é um mantra que deveria ser repetido.

Coudet inovou na escalação, colocando Praxedes na posição que seria de Edenilson. O guri não foi mal, mas levou quase 60 minutos para uma jogada individual com as características que o levaram a destaque da copinha. Esse é o processo de construção da afirmação da gurizada, deixá-los jogar mais soltos. Praxedes começou burocrático, como vinha sendo nas últimas partidas, com passes simples, sem comprometer, mas sem ousar. Jogou em uma posição bem complicada em termos de risco da perda da bola, e foi meu destaque do jogo.

Lomba segue sendo ele, as jogadas mais perigosas do Coritiba partiram de impedimentos, agora sempre tardiamente marcados por conta das orientações do V.A.R.. Um chute de longe, e o Inter controlou o jogo.

Entretanto, o controle era do meio, das iniciativas, e a retomada de bola resultava em quase nada, sempre parando nas incompetência de Pottker com a bola, e na inaptidão de Patrick para o passe e deslocamento. Patrick é jogador de pelada, que joga sozinho até tentar finalizar ou cruzar. O passe, essencial para um meia ou jogador que quer jogar no meio, lhe faz muita falta; mas era volante na origem, o que explica muita coisa, só não explica por que ainda é aproveitado como meia/atacante.

Pottker não merece palavras, segue sendo o inexplicável do time do Inter, e nem mesmo função tática tem.

O resto do time teve que se ajeitar com esses dois desfalques, mais a natural lentidão de Lindoso. Marcos Guilherme teve intensa movimentação, mas seguidamente esbarrou em Pottker, e Moisés teve avanços contidos pela falta de parceria na esquerda. Guerrero seguiu isolado, mas parece que sua nova função, mais fora da área, pode render alguns frutos. Claro, não com Pottker.

A saída de bola do Inter segue com problemas, muito devido à pouca movimentação da peça essencial que fica na frente dos zagueiros, seja ela qual for, pois o problema se repetiu com Musto ou Lindoso, e, se Praxedes se firmar, Edenilson seria uma boa opção.

Aí as recorrentes tentativas de acionar Guerrero pelo alto. Guerrero é um gigante nisso, não sei se vi alguém fazer isso melhor, mas não é o ideal de sistema de jogo, muito menos o sistema que Coudet tentou implementar, e atribuo somente a uma fase de readaptação.

Isso leva Fuchs a errar muito no passe longo, e às inúteis tentativas de fazer o mesmo sem Guerrero em campo.

Nossos laterais ainda avançam pouco em relação ao ideal de Coudet, e temos um espaço pouco aproveitado no campo. Os dois, espetados como já vimos em outros jogos, estão muito contidos ainda, e o meio não vê ultrapassagens pelas pontas, afunilando o campo e facilitando a marcação.

Aí necessária a jogada individual, que só veio com Boschilia  e Galhardo em campo, mostrando a diferença que faz uma companhia de ataque que tenha o mínimo trato com a bola e com o passe. Boschilia ainda busca seu melhor desempenho, mas vem evoluindo.

O gol trouxe o conforto, e isso será uma constante no brasileirão com datas apertadas, com jogadores muito exigidos e sem muito tempo para se recuperar. É minha maior esperança para utilização da gurizada, e possivelmente não teremos um time constante com os mesmos 11. Acho isso bom, muito bom, desde que as primeiras opções deixem de ser Pat-Pot. E tem bastante gente para entrar.

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