Victor Wolff

Diagnósticos e remobilizações

4.6
(8)

Na semana passada manifestei aqui no BV a minha preocupação com as declarações do Coudet na coletiva pós-jogo, e com o silêncio da nossa diretoria depois da eliminação. Eis que nesta semana, segunda-feira, o Magrão se manifestou, numa espécie de “zona mista” quando o elenco chegou na Argentina para a estreia na Sul-Americana.

Ou seja, eu tive o que queria, apesar de que, depois de ouvir o Magrão, eu preferia o silêncio. Pra mim agora, a referida “luz amarela” da semana passada agora é uma luz amarela piscante, se me permitem a brincadeira.

As declarações do nosso diretor de futebol me preocuparam. Como o Coudet, ele falou que o diagnóstico do jogo foi que faltou um jogador mais “brigador”, de “imposição física”, no meio-campo. Um primeiro volante que o clube não tinha e foi buscar no mercado.

Espero do fundo do coração que esta tenha sido uma declaração “da porta pra fora”, e que no Beira-Rio o diagnóstico tenha sido outro. Nós tínhamos sim volantes brigadores à disposição: Gabriel, Rômulo, Bruno Gomes. Se não jogaram, ou se demoraram para entrar no jogo, daí é culpa do treinador, que escala os jogadores. Mas não pode que precisávamos do Thiago Maia para vencer o Juventude. Se esta é a avaliação, estou preocupado para nossa sequência de ano.

Magrão não falou, e imagino que não falaria mesmo, mas me pareceu sim que fomos eliminados pelo salto alto. A empolgação com os resultados no estadual entrou no vestiário, e os jogadores pensaram que passariam ao natural. O que eu gostaria de ter ouvido do Magrão é que eles perceberam que a queda foi sim por culpa deles, e que dessa mesma forma eles não vão mais errar. Mas infelizmente não ouvi isso.

Ainda estou preocupado com a eliminação da semana passada, por isso requento este assunto, agora com um novo elemento: a coletiva do Magrão. Talvez teria sido melhor ele não ter dado entrevista nenhuma.

Sobre o jogo ontem, tentarei manter dois padrões na minha análise. Primeiro, fugir do “se ganhou é bom, se perdeu é ruim”, porque é muito raso; e tentar falar alguma coisa diferente do que todo mundo já percebeu.

Não é porque não vencemos que o ano acabou. O time pareceu ainda estar cabisbaixo depois da eliminação do Gauchão. Mas esperávamos uma resposta rápida que não veio. Por que Mauricio, Wanderson e Alan Patrick jogaram tão pouco? Basta um time marcar um pouco mais forte que anula a habilidade? Coudet parece ter se irritado com eles também, porque os substituiu e os reservas entraram melhor.

Ficou evidente a falta que o Valência faz. É de longe nosso melhor jogador. E o Aránguiz distribuindo a bola rápido no meio também fez falta. Então são dois jogadores que provavelmente voltarão para o time titular e os que vão esquentar banco serão estes três que estão abaixo nos últimos jogos. Estou supondo aqui que Fernando e Thiago Maia não irão mais sair do time.

O bom de ter um grupo cheio de peças é que quem está mal ou corre ou está fora. Então não dá tempo para o Mauricio ou o Alan Patrick fazerem beiço sobre gostar ou não. Precisam entregar ou sairão. Este é meu esteio para não largar de mão nossas possibilidades este ano.

Mas ainda estou com a pulga atrás da orelha sobre a nossa diretoria de futebol e nossa comissão técnica. É preciso remobilizar rápido.

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