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A vida nos prega tantas peças que chega a ser quase como “chover no molhado” dizer que muitas vezes ‘nada é o que parece ser’. Meio confuso, eu sei. Daquelas assertivas de meio da madrugada, filosofia de boteco já quase que “duro da canha”, tão-somente na tentativa de parecer que se entende de algo ou de alguma coisa.

E é neste contexto que se enquadra o futebol, uma das maiores falácias da humanidade. Tanto por isso preciso mencionar aqui duma frase que bem resume tudo isso, em que pese tomada em descrédito por causa do último que lhe mencionou: a verdade de hoje é a mentira de amanhã.

Para eu não ir mais longe e falar de alguns exemplos do Internacional da década de 1980 e, principalmente, da década de 1990, lembramos do time de “craques” que montamos no começo da década que passou (acho que 2012), isso para não ganhar absolutamente nada. Ora, regional segue sendo obrigação até com juniores, fosse o caso. Em 2006 o time começou a ser montado dois anos antes, sob desconfiança, e ainda no curso daquela campanha foram chegando valores a se somar ao ideal campeão. Um time pode até ter maior ou menor “DNA vencedor”, em função das conquistas pessoais de cada um, mas vitórias individuais não significam, por si só, louros em equipe.

Minha relação com a música sempre foi muito capenga. Quando enfim alinhávamos o conjunto com músicos de envergadura, faltava dinheiro para adquirir algum equipamento novo. Quando tinha o equipamento novo, faltava alguma peça de envergadura em cima do palco e assim cruzávamos noites com algum quebra galho que estava por acaso sem tocar.

Em compensação tinha uma banda que parecia uma seleção. Músicos tarimbados pela fama, ônibus novo, equipamentos de última geração e um investidor por trás. Podia não ter um fandango pra tocar sequer, mas o cachê estava garantido. Tinha tudo para dar certo, mas não deu. Muito ego reunido junto nunca dá boa coisa ou vai longe. Cada qual queria aparecer mais em cima do palco, puxar a brasa para o seu assado e, por fim, a verdade é que não deu liga. Excelentes músicos individuais que não conseguiram transformar o coletivo em sucesso.

E nós, que mais de uma vez não tínhamos sequer o diesel para o ônibus, agradando sempre. Fazíamos um feijão com arroz em cima do palco tão bem temperado que o que mais importava – contentar o povo –  saía com naturalidade e humildade. Sem estrelismo e idolatria.

Moral da história: camisa sozinha não ganha jogo. Nem mística.

Hoje eu não acho que o Internacional tenha cacife para ser campeão de alguma coisa. Preciso ser honesto ou de nada me serviria já ser um velho. Mas eu tenho convicção que temos cacife para reverter o resultado adverso da Argentina e no tempo normal. Não sei se o grupo tem o “DNA vencedor”, mas alguns ali conhecem do caminho e se não estamos prontos, ferramentas temos para construir um grupo vencedor. Se o processo de construção está sendo cansativo para nós Colorados, haveremos de ter mais gana quando chegar a hora de comemorar a desforra e a glória. E elas chegarão.

Na falácia do futebol, a mística do lado de lá não passa disso: mística. A verdade de hoje é a mentira de amanhã. As derrotas de ontem eu creio que serão múltiplas vitórias já no próximo confronto e os que se sucederão; os dias de angústia ficarão para trás.

Muitos já não mais querem acreditar no Inter. Pois eu, esse velho humilde que muito já viu na vida de Colorado resolvi acreditar. Convido-os a acreditarem comigo, vamos juntos à mais essa jornada de glória.

Seremos, sim. Seremos novamente campeões!

 

CURTAS                                                                              

– Algum tempo falei aqui que o treinador anterior tinha sérias dificuldades de fazer leitura de jogo. Aí vem um treinador novo e eu estou cada vez mais apavorado;

– De Pena e Wanderson não podem entrar em campo no carteiraço;

– Mercado e Renê que sentiram o novo esquema, também;

– Acho que acertei no meu diagnóstico passado sobre Rochet e sua titularidade;

– Por falar em De Pena, ganhamos a primeira Libertadores improvisando um meia de lateral esquerdo. Não custa tentar, vai que né… É isso ou banco;

– Recuaria Alan Patrick  e colocaria Aránguiz pelo lado;

– Vejamos que a direção há algum tempo sabia da suspensão do Moledo e não providenciou outro zagueiro. Aposto que viram também (e faz tempo) que o reserva da lateral parece um tonel. E vamos ter de encerrar o ano capenga em duas posições;

– Seis jogos sem vencer, sendo cinco no brasileiro. Passou da hora de mudar esta sina antes que o time se esqueça de como se faz e do gosto que tem a vitória;

– Eu tento ter boa vontade contigo, Barcellos. Mas tu não se ajuda, impressionante!

 

PERGUNTINHA

Como está tua fé, Colorado?

 

Não tem outra alternativa senão fazer o Gigante rugir!

PACHECO

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