4.5
(15)

Em 25 minutos o Inter levou uma sapatada do Botafogo no gramado sintético do Engenhão, e segue sem conseguir vencer no Brasileiro.

Nada contra a derrota, todos os times que estiveram lá foram derrotados, e o Botafogo faz campanha ímpar no campeonato, invicto em casa.

Meu problema é como se deu a derrota.

Tenho que, faltando cinco jogos para a Libertadores, com o próximo na altitude, o tempo é de azeitar o time para os jogos contra o Bolívar, lembrando a necessidade de marcar pontos no Brasileiro também, até como decorrência do azeitamento do time e construção da mecânica de jogo.

Não há dúvidas que melhoramos muito, e projetamos o time para a frente buscando o gol, ao tempo em que sabemos trocar passes na defesa e meio.

Contudo, é o segundo jogo que o Inter não consegue jogar quando o adversário imprime um jogo de pressão. Foi assim no segundo tempo contra o River, e assim sábado no segundo tempo contra o Botafogo, até os 25, 30 minutos do jogo.

Nas duas partidas, em vantagem construída no primeiro tempo, desde o início do segundo tempo o time sofreu pressão e não soube aliviar a contundência adversária.

Desde já se afaste o cansaço e preparação física. Depois de 45, 50 minutos, houve 15 de descanso, e o Inter não conseguiu jogar desde o primeiro minuto. Vamos ao jogo.

O time começou bem, atacando, controlando o jogo, sofrendo em alguns ataques, mas conseguia jogar, construir jogadas e contra-atacar. O primeiro tempo foi bem parelho, com os dois times jogando buscando o gol. Maurício, que chuta, fez o primeiro em falha do goleiro, e o Inter se retraiu um pouco, mas ainda com o controle do que fazia. Algumas escapadas poderiam ter ampliado o placar, mas o passes não foram bons. O esquema era o mesmo contra o River, com Alan Patrick mais adiantado, e Wanderson fechando o meio com Aranguiz e Maurício, sendo Gabriel na cobertura e saída de bola. Rochet salvou o Inter em duas ocasiões e talvez o empate fosse mais justo.

No segundo tempo, como o River na Argentina, o Botafogo veio em alta velocidade e intensidade, com as trocas do treinador, tirando o jogo do meio e usando os lados do campo. O Inter ficou perdido. Com a bola, só se livrava dela, nem Alan Patrick nem Maurício, que deveriam fazer a função, conseguiam segurar a bola e organizar jogadas, e nenhum outro que poderia fazer a função de acionar os atacantes em velocidade, o fez.

Aí o Inter foi dominado e o Botafogo construiu o placar em falhas defensivas. Já com o time ajustado, Nico errou no mesmo tipo de bola que Uendel nos tirou o brasileiro contra o Sport, e Botafogo fez o terceiro em belo contra-ataque.

Embora defenda que, com 3×1, análises táticas vão pro lixo, o Inter melhorou, e acionando Bustos, livre, pela direita, poderíamos ter feito o gol e depois empatado, já que a mudança para três zagueiros funcionou inclusive para o time atacar.

De bom, vimos que Coudet aprendeu alguma coisa com o segundo tempo contra o River na Argentina, e que não é treinador de um esquema só. De ruim, a incapacidade de nossos meias de enfrentar um jogo com pressão do adversário, e tentar toques rápidos para colocar os atacantes em velocidade, aproveitando a subida do adversário. Neste ponto, Bruno Henrique foi muito bem, distribuindo o jogo e cadenciando o que restava de pressão do Botafogo, se credenciando a jogar que pode mudar o jogo quando entra.

Tivemos falhas na defesa, mas o Botafogo está jogando um futebol muito bom, e estão com justiça na ponta do campeonato, sabendo mesclar um jogo coletivo e aproveitar as individualidades. Lembro que, em março, se colocássemos os 11 do Botafogo para escolhermos, talvez Marlon Freitas tivesse espaço, e nenhum outro. Fogão encaixou como o Leicester naquele título inglês.

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