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Não sou um grande adepto da repetição de escalação. Acredito que a repetição do esquema tático e suas eventuais variações durante o jogo é mais importante que colocar os mesmos jogadores, porque acredito que os jogadores devem cumprir funções táticas definidas, e o bom treinador faz isso se entender para mais de um jogador da mesma posição, assim como consegue deixar um espaço para o improviso, a ousadia, a técnica individual.

Nunca critiquei o Aguirre pelo rodízio, e sempre achei que há um momento em que diversas situações devem ser testadas, diversos jogadores devem ser colocados à prova. Defendo que o gauchão serve pra isso, não necessariamente para definir um time titular, mas uns 15 jogadores titulares.

É óbvio que insistências equivocadas podem destruir todo um trabalho de testes, e essa avaliação é que faz um treinador subir ou descer degraus da importância que terá para o time.

Contudo, o momento do Inter pede repetição inclusive de jogadores, para que se firmem no feijão com arroz que precisamos praticar para angariar pontos e alcançar uma certa tranquilidade para fazer o que não foi feito no gauchão.

Guto pediu semanas de treino, e se é certo que a primeira semana apresentou um desastre, a segunda apresentou uma melhora significativa em relação ao próprio Inter, e o último jogo mostrou que há um sopro de organização tática cumprido até o final, mesmo com a mudança de peças.

O jogo de amanhã, que, parece, terá o mesmo time pela terceira vez consecutiva, servirá para tirar a prova de que a repetição deu algum resultado, e falo mais de desempenho do que propriamente do resultado da partida, embora em 90% das vezes um acompanhe o outro.

O que vimos nos últimos jogos foi uma defesa mais protegida pelo meio campo e uma participação maior dos dois meias/volantes no campo adversário, e uma troca de posições, ainda que tímida para meu gosto, entre nossos atacantes. Talvez, e é apenas especulação, a implementação de uma cultura tática, no primeiro momento, iniba o destaque individual, a ousadia, principalmente de quem esperamos mais, D’Alessandro. Talvez a segurança de que possa ser substituído sem uma perda absurda o deixe um pouco mais à vontade para errar.

Infelizmente, o passado recente desta temporada mostrou oscilações muito grandes, com excelentes jogos contra Corinthians e Palmeiras, ainda que em alguns períodos do jogo, e desastres absolutos como Caxias, Novo Hamburgo, Paysandu e Santa Cruz, e não me interessam hoje os motivos.

O time busca uma regularidade, um equilíbrio, e parece que joga fichas na repetição da escalação.

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