4.9
(11)

Foi um jogo em que o Inter dominou e controlou o Corinthians do início ao fim, talvez com uns 10 minutos em que os gambás imprimiram outro ritmo, ainda no primeiro tempo, mas, de resto, domínio absoluto.

Entendo que a ansiedade do torcedor, onde me incluo, por vezes ataca e pergunta porque tanta troca de passes antes de concluir a jogada, mas o jeito de jogar do Inter de Coudet de 2023 segue esse modelo, um pouco diferente de 2020.

Destaque absoluto para Aranguiz jogando como 5, controlando a saída de bola, organizando as jogadas, combatendo e comandando o meio campo. Se apostava em Rômulo ou Gabriel com a saída de Johnny, ao que parece teremos outro nome no lugar. E aqui vai um mea culpa, já que estava receoso com Aranguiz, um jeito mais ameno de dizer que fui contra a contratação, e o chileno simplesmente está arrebentando em campo.

Com todos os “entretantos” possíveis, relacionados à idade e condição física, fez a função mais difícil no esquema do Coudet como se sempre jogasse ali, mesmo descontando que Mano estivesse do outro lado. Nesse esquema, Bruno Henrique também foi muito bem.

Claro que foi uma partida de excelência do time, que mostrou maturidade nestes três últimos jogos, justificando a confiança de alguns de que jamais corremos riscos, mesmo com os tropeços em casa.

Aliás, pareceu que o Inter estava jogando em casa.

Mesmo Renê, com duas falhas, precisa ser falado. O início da jogada do primeiro gol, com passe de direita no deslocamento de Aranguiz, mesmo pressionado e de costas para o campo adversário não é um passe fácil, e não sei quantos laterais esquerdos no Brasil fariam esse passe. Dali Aranguiz liga BH e vira um gol coletivo que exemplifica o estilo de jogo que o Inter implementou durante toda a partida.

Não é pouca coisa, as redes sociais estão divulgando os feitos desse time quebrando tabus, ganhando no Mineirão do Cruzeiro, na arena Pantanal, no impressorão, fazendo um bom número de gols, pena que demoramos tanto, mas acredito que é parte do processo.

Também acho que um rancoroso Mano do outro lado ajudou um pouco, e vi alguns cumprimentos bem frios dos jogadores após a partida, culminando com uma declaração estapafúrdia sobre bixo.

O quarteto ofensivo do time foi muito bem. Wanderson e Maurício, autores merecidos dos gols, bagunçaram os marcadores com as inversões de lado. Enner simplesmente ganhou todas em velocidade e ainda teve um golaço anulado por um impedimento com a linha vermelha no vácuo. É o Corinthians, não esqueçam. Alan Patrick foi fominha em outra boa jogada, tentou o gol quando poderia e deveria ter feito o passe.

De qualquer forma, foi uma vitória acachapante pelo domínio, que não resultou no placar, e o mais importante nesse time é que sabe o que fazer com a bola, seja no seu campo, seja no campo adversário, em casa ou fora, cadenciando ou contra-atacando, e isso é mérito do treinador.

Ainda que a falta de titulares tenha sido o maior ressentimento no desempenho do time, fica claro que o Inter tem um modelo de jogo, e que precisa de peças para esse modelo e para ter uma alternativa, mas é mais fácil reconhecer como o Inter evoluiu.

Projetando 2024, o Inter precisa de reforços e dispensas. Não vejo como Luis Adriano seguir, nem mesmo Pedro Henrique e Campanharo. Precisamos de um zagueiro de imposição física e na bola aérea, possivelmente um ou dois meias para os lugares de Aranguiz e Maurício, e um atacante para jogar com Valência, além de um lateral esquerdo para disputar posição, embora siga achando que Renê é titular e será bem difícil tirar a vaga dele.

Essas seriam minhas prioridades, mesmo sabendo que teremos outras negociações periféricas.

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