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As eleições terminaram, felizmente, Barcelos saiu vitorioso e terá mais três anos para cumprir suas promessas, e, principalmente, dar seguimento aos acertos do último semestre, e aprender com os erros dos cinco primeiros.

Da mesma forma que ano passado, terminamos bem o campeonato, em termos de desempenho do time, esquecendo o lugar na tabela, e, da mesma forma, em princípio será mantido o treinador e uma base do time. Ano passado não deu certo. Há uma pequena diferença em relação ao ano passado, o time não terminou com bom desempenho após a lesão de Gabriel. Neste ano, as últimas três partidas foram bem alvissareiras. Mas essa é conversa para quando o futebol voltar.

Minha conversa hoje é sobre eleições.

Nesta nova fase, temos fakes e brigas estapafúrdias até em eleição para síndico, quando há correntes rivais, e o Inter teve. Natural, por pouco tempo não teve, e a fiscalização da oposição é sempre bem-vinda.

Entretanto, há uma diferença básica em eleições para cargos políticos. Na administração de País, Estado e Município, os recursos são escassos e há escolhas políticas sobre como aplicar esses recursos, de modo que nem todos os eleitores e cidadão serão privilegiados com as escolhas. Funciona assim com impostos, obras e tudo o mais relacionado ao que é Público.

No clube de futebol, só há interesses comuns, e são básicos, time e troféus. No máximo algum tipo de privilégio nas mensalidades e ingressos, mas não é relevante, já que não há transferência de renda entre sócios e torcedores.

A discussão é sobre como alcançar esse objetivo comum, por isso toda e qualquer comparação com eleições políticas, ou mesmo avaliação de política partidária no clube de futebol é risível, beira a idiotice.

Da mesma forma é absurda a coleção de xingamentos mútuos entre vencedores e vencidos. É ridículo torcer contra para seu projeto de como alcançar a mesma coisa dê certo, é ridículo criticar a oposição por ter projeto diferente para alcançar a mesma coisa. Isso vale para estabelecer quem é o vencedor, depois, bola pra frente, objetivos comuns.

Claro que importa a perspectiva de cada candidato, prioriza gauchão, copas, campeonato, investe em time ou infraestrutura de CT, busca jovens prontos ou cria no celeiro, tenta comissão permanente ou varia com o treinador, todas essas são escolhas do dirigente eleito, ou dos dirigentes eleitos e conselho, e foram eleitos porque apresentaram suas armas na campanha, e a eleição democrática decidiu que armas serão usadas pelo clube na próxima gestão. Certos ou errados, saberemos em breve, mas nunca saberemos se o outro estava certo, então as ofensas são absurdamente ridículas.

Assim também é ridículo estabelecer quem é mais colorado que outro, se vai no estádio ver jogo treino contra o time do presídio ou só vai na semifinal de Libertadores, se tem nome de família no panteão do Estádio ou se é colorado filho de gremistas ou palmeirenses. Colorado é torcedor, e todos são bem-vindos, torcida não escolhe origem, quer é grito na arquibancada e amor pelo clube. Discriminar torcedor que se importa, que não se importa, que não se abala, que torce pela internet, que fica ansioso por cada jogo, até de subs, é jogar contra o clube.

Torcida é massa, não tem colorado que não se empolgue no meio da massa de colorados cantando, pedindo gols, reclamando dos erros, vibrando em cada jogada do time, ninguém sai impune do estádio, lá ninguém torce contra, só quem não é colorado.

Claro que teremos momentos de raiva e descontrole em quem apostava em outro candidato, normal, mas duvido que perdure em uma tarde no estádio, e se não quer ir no estádio, ok. Mas torcer para candidato é muito diferente de torcer para um clube, e talvez quem tenha essa mágoa constante deva repensar sua condição de colorado, porque paixão pelo clube é incondicional.

De resto, desejo que Barcelos pense nesses três anos futuros com a cabeça no clube, que busque títulos e time, com controle das finanças e que abra o clube para os vencidos na eleição, que podem ter boas ideias, que podem ajudar o clube em algum momento, mas principalmente desejo que se entenda presidente de uma torcida que só tem um objetivo comum, e não de um projeto.

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