4.3
(32)

Não quero fazer desfeita à frase de que grenal não se joga, se ganha, mas penso que, para ganhar, temos que jogar, e foi o que fizemos.

O adversário entrou na pilha de que grenal se ganha, jogou pela arbitragem, bateu, tentou cavar faltas e pênaltis inexistentes, enquanto o Inter jogou futebol, competiu e ganhou.

O placar não mostra o passeio que foi o jogo, com o Inter empilhando chances desperdiçadas desde o primeiro minuto com o pênalti não marcado, depois de um impedimento em recuo de bola. A arbitragem rasga a regra sem nenhum pudor. Logo adiante a vantagem no contra-ataque foi barrada pela marcação de uma falta, mas só depois que a vantagem era clara.

Foi até bom o pênalti não marcado, o Inter viu que precisava superar também a arbitragem se quisesse alguma coisa, e quis.

O primeiro gol veio de uma longuíssima troca de passes, até achar o jogador em posição melhor e colocar pras redes em dois tempos. Quem achava que o experiente Valência sucumbiria aos gols perdidos na quarta, errou.

O Inter repetiu o jogo contra o Flu, e conta o Galo. Assim como eles, os tri-rebaixados não conseguiam entrar na área do Inter, não conseguiam concatenar jogadas, não conseguiam infiltrações, a grande arma de Renato fujão.

Aliás, esse Inter do Coudet em sua nova passagem revela um treinador que aprende jogo a jogo, e é diferente do de 2020. Esse Inter marca muito. Coudet transformou Wanderson em um jogador que sabe marcar e sabe atacar. Junto com Aranguiz, os dois foram incansáveis na linha à frente de Johnny, deixando Alan Patrick e Maurício mais confortáveis para receber as bolas roubadas.

Pelo alto, Vitão foi soberano, e Mercado espanou qualquer ataque adversário.

Claro que ainda temos falhas e ajustes, precisamos aprender a mandar a bola longe em alguns momentos, para se recompor. Os gols que levamos foram de falhas pontuais, até infantis, decorrente de um jogo relativamente fácil. Por pouco não complicamos um jogo com o adversário morto e esfacelado.

Aliás, outro aprendizado, para todo o time, o jogo só acaba quando termina, e não 10 minutos antes. Coudet fez ontem o que deveria ter feito quarta, garantindo o resultado, e não há nada de errado nisso, pois foi exatamente o que o apavorado Diniz fez ao empatar, chamando imediatamente um zagueiro. Mesmo que a imprensa queira endeusar nosso interino da seleção, Diniz não quis ganhar o jogo de quarta, mas ganhou.

Acredito que o arrefecimento do Inter a partir dos 30 minutos do segundo tempo se deve ao cansaço, herança de um primeiro semestre correndo errado, mas também de uma exigência maior no fechamento de espaços, mas para isso há banco de reservas e a escolha de Gabriel foi acertada dessa vez.

Lamento apenas o placar, pois o passeio foi tão grande, e o adversário estava tão desnorteado que era dia para fazer placar mais elástico.

O segundo gol nasce de roubada de bola e boa jogada individual de Wanderson, e o terceiro de uma belíssima aula de contra-ataque, passando por Enner abrindo os espaços e Alan Patrick deslocando o goleiro com maestria, depois de bela arrancada e passe de Maurício. Futebol em todos os seus fundamentos.

Jogando futebol, fica mais fácil ganhar os jogos, e muito mais fácil ganhar grenal.

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