4.3
(17)

Depois de uma viagem conturbada, sem tempo para escrever, retomo os posts.

Não consegui ver o jogo contra o Independiente de Medelín, mas assisti, ontem, àquele show de horrores.

Preocupante, do início ao fim.

Eu acredito que o time possa jogar com três atacantes agudos, até quatro, como foi ontem, mas não com Mano de treinador, pois ele não sabe jogar assim, e não faz a menor ideia de como distribuir o time ou organizar a marcação.

O que vimos foi um latifúndio de espaços vazios em todo o campo, enquanto, em alguns momentos, jogadores se acotovelavam no mesmo espaço reduzido. Nada de mecânica de jogo, de aproximações.

O CSA é um time muito fraco, veio como franco atirador, tentando fazer uma marcação alta em alguns momentos, e o Inter não conseguia aproveitar os espaços de forma coletiva. Por ser fraco, nada surpreenderia que tivéssemos goleado.  Perdemos gols com PH, Wanderson, Luis Adriano, em jogadas individuais onde eles se atrapalharam com a bola.

O meio foi quase inexistente. Alan Patrick é uma ilha de qualidade, mas anda sem companhia, e não apenas por culpa dos jogadores, mas pela distribuição espaçada do time.

O começo até foi promissor, parando no pênalti mal batido por PH, na sequência, outro gol de bola espirrada, com a marcação por zona deixando os jogadores livres. Tem sido constante essa marcação à distância e sem efetividade.

Nesse ponto, que Mano era conhecido por montar boas defesas, está sendo um desastre, com jogadores sem cobertura, sem saber se retornam ou abandonam a marcação.

Mas o CSA é muito fraco, e o empate veio ao natural, assim como a vitória, embora os gols que dariam tranquilidade não tenham vindo, e placar apertado sempre dá margem a outro gol espirrado, fazendo Keiller nos salvar duas vezes.

Só que o time anda nervoso, e Keiller é o mais nervoso de todos, se apavorando a cada bola recuada, hesitando na saída do gol, não saindo quando necessário. Fez duas defesas excepcionais, mas quase leva um gols de cabeça em uma bola que deveria ter interceptado no escanteio. Goleiro sem segurança não é bom, por melhor que seja, e Keiller atravessa fase de total insegurança, contagiando a defesa.

Vitão e Mercado jogam sem proteção. É constrangedor ver Mercado reclamando do posicionamento de Baralhas, sempre fora do lugar, e dos atacantes que se limitam a marcar presença no campo defensivo, sem oferecer resistência ao adversário.

No segundo tempo, Mano fez uma salada incompreensível. Se era pra fazer Vitão jogar na lateral, porque não um zagueiro que está no banco, Nico, em vez de outro lateral esquerdo e improvisar Renê, nosso melhor defensor?

Até deu certo, Tahuan Lara fez boa partida, deixando clara sua vocação ofensiva. Matheus Dias, completamente perdido na lateral, se encontrou no meio, na sua posição. O time melhorou, mesmo porque o CSA é muito fraco.

Contudo, o Inter precisa de um centroavante, e de um volante. Luis Adriano fez um jogo horroroso, não apenas pelo gol perdido, mas porque errou tudo o que fez, além de estar sempre mal posicionado. Não adianta ter dois pontas agudos e ninguém no meio, mesmo que isso seja atribuição do treinador, é quase instintivo ter alguém na área para fazer gols, e o Inter não tem. Luis Adriano cabeceou uma bola sozinho, e perdeu outro gol sem goleiro.

Quem aproveitou a chance de jogar contra um time fraco foi a meninada. Tahuan entrou bem, sabe bater na bola, merecia o gol no chute de fora da área. Lucca se posiciona na frente de Alemão, que parece pesado. Duas chances e muita briga. Se antecipou no cabeceio (coisa que nenhum outro atacante do Inter faz), e fez um bom drible com arremate dentro da área.

Matheus Dias, como volante deixou claro que é inexplicável ser usado como lateral direito, mas Lucas Ramos entrou sem saber onde jogar ou como jogar. Depois de cinco minutos em campo, Mano o chama para conversar e passa novas orientações, inacreditável. Mas puxou um ou dois contra-ataques com bons passes.

De Pena foi um dos principais jogadores do time no ano passado. Dominava o meio, chegava perto da área, chutava, passava, cobrava faltas e escanteios. Com o acúmulo de Alan Patrick e Maurício, passou a jogar menos, mais longe da área, com mais funções de marcação, mas sem a proteção de um primeiro volante. Anda não se recuperou, mas mostra qualidade quando chega na frente, sabe tabelar, trocar de posição, fazer o jogo fluir. Perdeu um gol ontem, e a torcida começa a pegar no pé do jogador, muito por conta de redes sociais. Ainda acho que é jogador importante, mas Mano tem destruído seu jogo.

E se há oferta por Alemão, por mais que eu goste do jogador, precisamos vendê-lo. Parece pesado, não consegue dominar a bola, embora mostre muito mais vontade que Luis Adriano.

Enfim, foi um jogo medíocre do Inter, assustador no aspecto tático e de conjunto, e certamente o mais bagunçado de todos os treinadores que atuaram sob o comando de Barcelos.

Temos jogadores de qualidade, alguns bem acima da média, mas não temos um time, uma forma de jogar, uma organização defensiva e repertório de ataque, e tínhamos tudo isso ano passado.

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