0
(0)

 

O Inter é o amparo para os 3 temas do post de hoje, mas apenas para comparar situações.

Primeira: o ex presidente do Barcelona, Sandro Rosell, está preso desde maio por ser acusado de desviar 6,5 milhões de euros da venda dos direitos televisivos da seleção brasileira de futebol. Seu sócio brasileiro – Ricardo Teixeira – está no Rio e não pode ser preso pois a ação corre na Justiça da Espanha, mas Teixeira também é investigado.

No Brasil quase ninguém vai preso. O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) Carlos Arthur Nuzman o foi mas deixou a prisão 15 dias depois, por conta de um habeas corpus concedido. Agora, réu de uma ação, está em prisão domiciliar. Nuzman tem 75 anos. Vida longa a ele e espero poder acompanhar seu processo nos próximos anos para ver no que vai dar.

No Inter temos um ex-presidente que tem longa história de desmandos, identificados por auditoria da Ernst &Young. Uma comissão foi nomeada e encontrou diversas irregularidades em relatório entregue no final de setembro.

Nem comento nada. No Brasil quase ninguém que é alguém vai preso.

 

Segunda: Jefferson jogou contra o Paraná. Mauro esgotou o assunto sobre quem é, porque, etc. Essas invenções ocorrem sem que ninguém preveja e assim como os nomes surgem, desaparecem.

O Barcelona tem uma equipe – Barcelona B – que estava na 3ª divisão do campeonato espanhol e esse ano subiu para a 2ª. Nesse time joga Marlon, zagueiro que era do Fluminense e em quem depositam expectativas, assim como tem outros 6 ou 7  meninos, sendo 1 goleiro, 2 meias e 3 atacantes. Imaginem a qualidade desses jogadores para serem cogitados subir para o Barça A. E pensem no que vão valer os que não forem aproveitados e vendidos (negócios em termos de milhões de euros).

Ninguém aparece no Barça A caído de lugar incerto e não sabido. Tudo é preparado com calma e ordem. O Treinador já falou que para o próximo ano quer desligar 3 do plantel titular para abrir espaço a  meninos do Barça B.

Ou seja: jogadores sabem que o clube investe neles e se forem competentes, terão espaço. A questão no Barça é que por ser um timaço é difícil um menino achar espaço, mas mesmo assim jogam no titular algumas crias da casa como o Piqué, Busquets e o Sergi Roberto. No Inter de hoje só tem o Winck e mesmo com um time fraco tecnicamente, não consegue subir ninguém, ou pior, não deixam.

A política colorada é desvalorizar os de casa e comprar nabas a preço de ouro. Até poderia parecer que há algum interesse que desconheço nesses processos. O interessante é que o mercado da bola paga bem por jogadores jovens e promissores, mas mesmo assim não se observa o Inter formando e vendendo. O último vendido – Alisson – foi negociado em 2015, se não estou enganado.

O Inter só gasta, nunca ganha. Curioso isso, não?

 

Terceira: Toda partida do Inter é um jogo difícil, nem tanto pela pobreza técnica dos adversários, mas mais pela do próprio Inter. É um jogo difícil, mas de se ver.

Nesse sábado, no mesmo horário (pelo fuso) jogaram Barça x Málaga e Criciuma X Inter. O Málaga é o último colocado no campeonato espanhol; tem 1 ponto ganho, fez 4 golos e sofreu 20. O Barça é o 1º com 25 pontos, 26 golos pró e 3 contra. Uma diferença abissal.  Comecei vendo o Inter num início avassalador, mas depois não deu mais para aguentar o tal jogo difícil… de se ver.

Deixei o computador com o jogo do Inter e fui ver o do Barça pela TV, aqui em Barcelona: via um e ouvia de longe o outro. O primeiro gol do Barça ocorreu aos 2 minutos, com a bola tendo saído ao menos um palmo pela linha de fundo e mesmo assim, com essa injustiça, o  Málaga com todas as suas limitações encarou o Barça, teve chances de gol e só foi tomar o 2º gol porque Iniesta chutou e a bola caprichosamente bateu no zagueiro e encobriu o goleiro, caindo no ângulo.

Ou seja: jogo difícil, mas não de se ver pois é jogado, corrido, limpo, com arte, habilidade e esforço. Futebol é espetáculo e o público pagante e os sócios são respeitados; aí em cada partida deveria haver queixas junto ao Procon pois os assistentes das partidas pagaram e não receberam o que lhes deveria ser entregue.

A mortal jogada de contra-ataque que resultou no primeiro gol é típica de um ataque de asma. Já escrevi que golos saem por acaso e por culpa da fragilidade dos adversários, mais do que por méritos dos nossos. A foto abaixo é paradigmática disso: o centroavante cruza para um lugar coalhado de jogadores do outro time e , por acaso, a bola vai entrar pois foi tocada pelo zagueiro. A sorte está aí e assim vamos caminhando.

 

No jogo do Barça, mesmo com a bola totalmente fora e com 9 jogadores do Málaga dentro da área, o Barça mostra 4 jogadores ali. E isso porque ali é onde tudo ocorre; o objetivo do jogo é o golo. Jogar atrás, com uma porção de resguardos defensivos contra esses timecos, cheio de volantes e entrar na área com meio jogador (no caso o Sasha) só vai fazer gol por sorte mesmo.

Escrevi isso ontem. Hoje pela manhã reli e fiquei pensando: sou injusto? Com esses números, o que posso querer mais? Resolvi que não faço injustiça; o time é fraco tecnicamente, inexistem jogadas ensaiadas, o treinador é insuficiente. Ocorre que a concorrência é pior e como dizia Millor Fernandes, em terra de olho quem tem um cego; errei!

PS: O título do post e uma homenagem ao Mauro Loch. “Homenagem” é o eufemismo do plágio. Mauro, sinta-se honrado e não me processe, por favor.

How useful was this post?

Click on a star to rate it!

As you found this post useful...

Follow us on social media!