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Não gosto do Tite, nunca gostei, acho retranqueiro e sem alternativas, e, pior, midiático ao extremo, e cheio de mimimis.

Mas Tite é um exemplo de mudar um time com os mesmos jogadores, de alterar o esquema e fazer um time jogar, fazer gols e vencer partidas, sem mudar drasticamente as peças do time anterior. Tite reorganizou a seleção, trouxe um ou dois jogadores diferentes e a fez jogar em um esquema não tão longe daquele que Dunga usava.

Tite tem a seu favor excelentes jogadores, como Neymar, Gabriel Jesus, Coutinho, mas seu maior mérito é fazer alguns jogadores render o que nunca renderam em outros times. É mérito dele reposicionar Renato Augusto e, principalmente, fazer Paulinho jogar, pois nunca jogou em qualquer outro lugar o que joga com Tite, desconsiderando, claro, a China, ainda embrionária no futebol, mesmo com a inundação de bons jogadores contratados.

Comecei falando de Tite para chegar em Guto, que comprovou, na quarta, o que muitos aqui diziam, sobre sua insuficiência.

Difícil analisar uma partida só, com todo o histórico diferente que a envolve, em se tratando de uma competição que o clube não quis bancar, mas ficou evidente, pelo menos para mim, que, em campo, o Inter quis ganhar o jogo, e aí vem a insuficiência do nosso treinador.

Não lhe tiro o mérito de melhorar o time, de, com quase os mesmos jogadores, assumir um esquema e fazer render. Guto não tem Neymar, Coutinho e Jesus, mas a série B não demanda essa qualidade para se dar bem, e, é fato, Guto encaminhou seis vitórias consecutivas, devolveu a confiança e temos um time organizado, por mais críticas que possamos fazer ao time ou a este ou aquele jogador, é visível que cada um sabe sua função, onde jogar e o que fazer com e sem a bola.

Só que Guto ainda não havia passado pela situação de ter que virar um jogo, já com o time estabilizado, sem a pressão do resultado imediato, e, quando precisou, acho que se mostrou incapaz.

Guto trocou seis por meia dúzia, mesmo algumas com mais qualidade, mas nada além disso, e nas três substituições que fez. Ou seja, acreditou que trocando a laranja o suco poderia melhorar. Pode, mas não vira caipirinha. Contra o Galo, mesmo considerando os milagres operados pelo Giovani, o Inter não cresceu ao ponto de mudar o jogo. Já havíamos perdido gols no primeiro tempo, nos pés do Carlos, que inexplicavelmente voltou, e no segundo tempo paramos nas mãos do goleiro em vez dos pés de nossos atacantes, mas o jogo não mudou.

Talvez Guto tenha pensado que era suficiente, já dando mostras de sua insuficiência. Já que não valia nada para o clube, porque não arriscar, porque não tirar um volante e colocar um atacante ou um outro meia com mais capacidade de criação e definição? Porque tirar o 9 para colocar outro, e deixar a área abandonada; porque não sacrificar um lateral por um jogador que pudesse marcar e acrescentar um pouco mais na frente, já que o objetivo, em campo, era a vitória?

A resposta para essas perguntas está na incapacidade de mudar o jogo, e isso desqualifica um treinador para a série A. Pelo menos, até o momento, Guto tem sido suficiente para os objetivos desse ano, mas, como já disse em outro post, é hora de pensar em 2018.

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