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Danilo Fernandes, Winck, Klaus, Cuesta e Uendel. Dourado, Edenilson, Gutierrez e D’ale. Nico e Pottker.

Até parece mentira, mas neste sábado, no dia oito de julho, centésimo octogésimo nono dia do ano, é possível que pela primeira vez na temporada o Inter coloque em campo o time que, hoje, talvez seja considerado o “ideal do momento”, considerando o atual grupo de jogadores. (Faço questão de usar as aspas porque sei que cada torcedor tem o seu time ideal, e até mesmo as minhas preferências são alteradas de acordo com o desempenho do time e de cada atleta). Em meio a contratações equivocadas ou tardias, avaliações incorretas, problemas contratuais, lesões, cartões, convocações e outros obstáculos, nunca o time que se esboça para o jogo contra o Criciúma jogou junto.

E aí está um dos principais motivos para estarmos enfrentando essa grave crise dentro de campo. Um time que não treina e não joga junto não adquire conjunto e não evolui técnica e taticamente. Essa grave falha é consequência, sim, de algumas incontingências, mas em especial de dirigentes incapazes de fazer uma correta avaliação dos jogadores presentes no plantel e de jogadores a serem contratados.

Lembramos bem dos erros cometidos pela pífia administração anterior e das graves falhas cometidas na gestão do grupo de jogadores na transição de 2015 para 2016. Resumindo, tínhamos um grupo que disputou a semifinal da Libertadores e ficamos com um grupo que foi rebaixado no Brasileiro. Isso é um exemplo de pura incompetência em gestão.

Também já falamos aqui sobre os problemas ocorridos neste ano. Na ânsia por se livrar de alguns jogadores do grupo rebaixado e trazer rapidamente seus substitutos, o comando do futebol acabou contratando peças para posições erradas e de qualidade insuficiente ou, no mínimo, questionável. Assim, o que pareceu inicialmente ser agilidade nas negociações se mostrou uma pressa desnecessária que acarretou em mais gastos para o clube.

Os mandatários atuais seguem a cartilha de gestão que deu certo no passado, mas que hoje já não parece funcionar. Nossas contratações ocorrem mais por ocasião do que por necessidade ou planejamento. Se antes conseguíamos manter as finanças em dia com a venda de jogadores, nos últimos anos essa política não deu certo. Aliás, essa estratégia não tem como dar certo em longo prazo porque clube nenhum no mundo consegue produzir um jogador extraclasse por ano. A administração baseada no “compra agora e quem vier depois que se vire para pagar” já trouxe e pode continuar trazendo sérias consequências para o clube.

O tempo dos mandarins teoricamente já acabou, mas parece que estamos vendo a perpetuação de uma forma de administrar que ficou literalmente no século passado. Além disso, alianças políticas são feitas unicamente no intuito de alcançar a continuidade no poder. Onde estão hoje os nove ou dez grupos que se candidataram na última eleição? Ao assistir a todas essas aberrações sendo feitas, nos perguntamos o que pode ou deve ser feito para mudar esse quadro. Vejo algumas pessoas dizer que o MIG controla o Conselho. Mas sei que entre os mais de 300 conselheiros existem pessoas realmente interessadas e dedicadas a trabalhar para o clube.

Infelizmente, no entanto, não encontro hoje uma voz forte, unida e ativa na oposição colorada, tanto em indivíduos quanto em grupos. (E falo aqui da verdadeira oposição, não aquela que é fabricada a favor desse continuísmo que vemos nos últimos anos). Sim, temos alguns personagens que mantêm uma postura crítica ao que é feito na administração do clube. Embora admirável, isso é muito pouco. Esta é a hora para a oposição não apenas criticar, mas proporcionar um debate junto aos sócios e demais torcedores sobre a realidade do clube, trazendo a público a situação atual e propondo sugestões e projetos que venham mudar, renovar e modernizar o Inter em termos administrativos e estruturais.

Este silêncio é preocupante. Não só porque escancara uma provável inexistência de lideranças capazes de promover alterações reais em médio e longo prazo, mas também porque nos tira a esperança de ver dias melhores. Quando chegar a época de novas eleições, em quem votará o sócio-torcedor “comum”, aquele que só quer ver os jogos e torcer para o time? Nos mesmos nomes que ele já conhece há anos, mesmo que não saiba ao certo se são competentes, ou em desconhecidos que começam a aparecer na mídia três meses antes da votação?

A política sadia de um clube também requer uma oposição forte que fiscalize e mantenha a administração em cheque. Quando isso inexiste, ficamos diante de um cenário em que todo tipo de absurdo possa ocorrer em diferentes níveis. Mesmo que sejam poucos, os oposicionistas precisam se organizar e se fazer presentes para que possam ser ouvidos, tanto por quem está lá dentro quanto por todos nós que estamos aqui fora.

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