Mauro Loch

DE VOLTA PRA CASA

4.9
(13)

Não há como dizer que foi um jogo bom do Inter com esse placar negativo diante de um adversário que oferecia resistência mínima ao time.

E isso ficou bem claro desde o início do jogo. O Inter jogou no campo do Vasco, que apenas usava bolas longas, normalmente sem direção, para tentar sair da marcação.

Rômulo e Bruno Gomes faziam a recuperação de quase todas as bolas que o ataque perdia, e, na bola longa, tanto Igor Gomes como Fernando eram soberanos. O Inter conseguia construir pelo lado esquerdo e pelo lado direito, mais pelo jogo de seus laterais, que combinavam com Alan Patrick e Bruno Henrique. Até a movimentação de Lucca melhorou e conseguia abrir um espaço.

Mas o problema segue sendo o mesmo, e ficou mais evidente ontem com tanta recuperação de bola e jogando dentro do campo adversário: não fazemos gols.

Particularmente, acho bem improvável que façamos gols com Hyoran em campo, e talvez esse venha sendo o maior erro de Coudet no ano. Já disse várias vezes aqui que Hyoran não é mau jogador, é bem técnico, chuta com as duas pernas, tem um bom passe, mas é jogador sem sangue, sem vibração, e é fraco, perdendo todas as bolas. Ainda o achava inteligente, mas depois do lateral perfeito que Renê cobra, em que, com um passe pro lado Hyoran deixava o zagueiro às suas costas e ficava com o gol de frente, mudei de opinião. Jogador inteligente aproveita uma falha dessas.

Depois tivemos o acidente com Renê, quando praticamente acabou o primeiro tempo de um Vasco que não sabia o que fazer, e um Inter que não fazia o que tinha que fazer com a bola.

No intervalo, com as trocas, a insistência no erro. Em vez de abrir dois pontas, com Wanderson e Wesley, deixando o meio com um centroavante, Coudet mantém Hyoran no time, no lugar de um eficiente Bruno Henrique, e tira Wesley de sua melhor caraterística.

O castigo veio no erro de Robert Renan, que já havia se arriscado antes. O erro maior não é ter escorregado, mas não jogar com seriedade, o mesmo mal que o fez errar o pênalti. Ninguém duvida que tenha qualidade técnica, mas ontem foi a prova de que só técnica não é suficiente, se não entender o tamanho do jogo.

Depois veio o gol de cabeça em outra falha de marcação, e a tentativa de buscar o resultado, passando por erros na pequena área de Alario e Gustavo Prado. Antes do gol do Vasco, o Inter já tinha perdido duas oportunidades dentro da área do Vasco, uma em novo chute fraco de Alan Patrick, após belo drible para limpar a jogada.

Fica muito difícil para qualquer time buscar resultados fazendo um só gol por jogo, e o Inter tem feito isso contra adversários fracos. Contra Criciúma, Fluminense e Vasco, perdemos pontos por não fazer gols. Embora falhas individuais nos tenham proporcionado resultados ruins, não há desculpa para não apenas a pontaria falhar, mas a intensidade do chute ser tão fraca.

Acredito que o primeiro tempo de ontem mostrou que os jogadores estão se recuperando bem fisicamente, ainda que longe do planejamento ideal, mas era para finalizarmos mais e melhor.

De pontos positivos, achei que Bruno Gomes fez uma boa partida, muito boa até a desatenção do lateral, e que Prado entrou bem no jogo, mesmo perdendo gol, mas muito melhor de quando iniciou contra o Fluminense.

É claro que é possível que  melhoremos com o time completo, com Valência, e até com Borré e Rochet, mas eram ausências esperadas e o time, com o que tem disponível, deveria apresentar resultados melhores, mas não tem jogado o suficiente.

How useful was this post?

Click on a star to rate it!

As you found this post useful...

Follow us on social media!