5
(21)

Nos muitos altos e baixos que tive em minha vida, quando estava ‘por cima’ o que pegava era o meu quase “vício” por carros. Nascido e criado no lombo de cavalos, carretas e carros de boi, quando aportei em Porto Alegre e me deparei com um mundo que andava de automóvel, foi quase que paixão à primeira vista. Falo em ‘quase’, pois, veículos à combustão já haviam chego no meu rincão; recordo que seu Armindo, do hotel, tinha um Simca Chambord num vermelho puxado para laranja, com detalhes em branco na capota, seu Santinho tinha uma Rural Willis verde oliva e o Serjão da serraria dois caminhões: um Chevrolet sem freio (e sem arranque) e um hoje badalado Fenemê.

Mas na Capital a história era outra. E foi de andar nos Fuscas que dominavam os carros de praça na época, que surgiu minha paixão pelo icônico veículo da Volkswagen. Sim, sou um apaixonado por Fuca (desculpa, na minha terra era e segue sendo assim) e inclusive já contei uma história do meu último por aqui. Tive muitos: de todas as cores, de muitas idades e, todos, meus amores. Com alguns certo tempo fiquei, com outros apenas um pouco me dei…

Mas a história mais engraçada (e complexa) da minha vida com os carros não se dera com um Fuca e sim com uma VW Brasília 1980 verde abacate muito, mas muito inteira mesmo. O único defeito é que o dono anterior tinha trocado a direção original por uma esportiva daquelas pequenas e minhas mãos gordas sofriam sobremaneira nas curvas e conversões para qualquer dos lados. No ano de 1994 ou 1995 eu vivia na serra e tive de assumir a chefia da repartição no Vale dos Sinos. Era um mês de julho de um inverno bem frio, daqueles que não acontecem mais hoje em dia. Esposa adaptada ao trabalho e crianças na escola, mudei-me sozinho inicialmente, para morar numa pensão no centro da cidade e finais de semana voltar à família de ônibus, afinal, mal cabia eu na pensão que dirá uma Brasília…

Ocorre que com o passar dos dias a bateria da Brasília não segurava mais carga, chegava no sábado de manhã e ela não pegava de jeito algum. Troquei a bateria mas não ia muito longe e logo arriava a Brasília véia mais uma vez. Num ato de fúria, depois de meses com aquilo tudo, fui lá e vendi a minha verde abacate. Voltei pro Vale na segunda-feira pela manhã e passei a semana inteira incomodado, abichornado, em desalento. Na sexta-feira tomei o ônibus sabendo o que precisava fazer: precisava da minha Brasília de volta.

Pois recomprei no sábado seguinte e ainda tive que pagar um ágio para o teatino que soube muito bem tripudiar de minha aflição e do meu desespero pelo veículo.

Quando compreendi que o Internacional estava “recomprando” Bruno Gomes que, por aqui, jogou apenas uma partida, eu logo me recordei da epopéia com minha Brasa, top de linha (ao menos pro meu coração). “A volta do que não foi”. Ou melhor: até foi, mas em verdade não devia ter ido. Agora, ontem, essa história do Fernando, que deveria ter vindo e não veio, se arrependeu no meio do caminho e agora tomou seu rumo certo.

Talvez um cão arrependido tal qual fui três décadas atrás.

Em suma… No meu caso, paixão por futebol e carro, a rigor, é bem igual: nem mentira, nem verdade. É tudo o que um dia eu sonhei pra mim…

Também sonhei que vamos ganhar domingo e será bonito. Em vermelho e branco.

 

CURTAS                                                                              

– Chacho Coudet depois de perder a virgindade de vitória em clássico tem somente uma missão (como diriam os jovens): macetar;

– Mas não dá para entrar tão sonolento como em muitos dos jogos. Foco e canja de galinha não fazem mal a ninguém;

– Engraçada a dita “imprensa tradicional”: o Fernando do Sevilha era um baita reforço; o do Vila Nova não;

– Quanto a Bruno Gomes e Wesley, aprendi por eu mesmo que prudência também não faz mal a ninguém. Prefiro ver para crer (ou não);

– Não arriscaria Rochet e apesar de estar concluindo que Anthoni ainda não está pronto, a bronca deveria ser com ele. Inclusive, numa dessas é um “ou caga ou desocupa a moita”;

– Coudet que cuide da cobertura da lateral esquerda. Prioridade defensiva;

– Promessa de Gigante lotado e rugindo. Azar o deles;

– Lembrei daquela entrevista do Muricy sobre o clássico que viramos: Foi uma preparação muito mais mental do que na questão tática”. É isso(!);

– Se o time do Internacional entrar em campo para ganhar, vai ganhar!

 

PERGUNTINHA

Estás preparado, meu bom Colorado?

 

Sem clichê: clássico não se joga, se ganha! Vamo, vamo Inteeerrr!

PACHECO

How useful was this post?

Click on a star to rate it!

As you found this post useful...

Follow us on social media!