4.6
(11)

Creio que a estreia do Inter teve um futebol apresentado bem melhor que o resultado obtido, principalmente se considerarmos o jogo em casa.

Reinício tem tudo isso, perna presa, nervosismo, e até um pouco de displicência. Falhas vão acontecer, e Gauchão serve exatamente pra isso.

Este Gauchão, no entanto, se reveste de obrigatoriedade para o Inter, daí a pressão. O time foi vice campeão do Brasileirão, encaixou, manteve diversos jogadores, precisa de contratações pontuais, e não a reformulação do time. A exigência é título, pouco importa que o rival seja o Real Madrid.

Dito isso, vamos ao jogo.

Ano passado, Mano encontrou um esquema que deu certo, com Gabriel e Johnny na proteção da zaga, e principalmente nas subidas do Bustos, sendo que o lado direito, quando jogavam Johnny, Maurício e Bustos, se mexia com muita precisão, tanto no ataque como na cobertura.

O lado esquerdo, com Wanderson ou PH, mais De Pena e Renê, também rendia as melhores jogadas do time.

Alan Patrick não jogava muito, Taison sempre lesionado, e o ocaso de Edenílson, fizeram Mano acertar uma formação que melhor se apresentou, podendo incluir Alan Patrick no lugar do Maurício em alguns jogos.

Mas Mano perdeu Gabriel, perdeu a velocidade da recomposição e um volante que estava em todo lugar na defesa. Johnny se acertou jogando como 8, fazendo a proteção mas auxiliando o ataque, seja cobrindo Bustos, seja tabelando com ele e Maurício, e até Alan Patrick.

Com a perda de Gabriel, Mano não acertou o time. Não há, no elenco, jogador com a velocidade de Gabriel, e a capacidade de estar rapidamente nos dois lados da defesa. Johnny não é um volante rápido, nem é primeiro volante.

Ao escalar o time só com um volante, Mano entortou o time novamente para a esquerda, onde Alan Patrick e Wanderson se entenderam muito bem. Mas Maurício ficou ofuscado, sem função, já que marcava pouco e estava sem companhia para jogar. Creio que, pela direita, não jogamos no primeiro tempo, também em função de Bustos ter marcação individual. Não por acaso, quando Bustos caiu pelo meio, tivemos jogada iniciada pela direita, mas nada de profundidade. Não por acaso, Vitão deu dois passes excelentes no buraco deixado no lado direito.

E Mano demorou muito para ver isso. Nem precisava muito, pois mesmo com o placar adverso, o time criava chances em ataques e raros contra-ataques, pois Roth fez o gol e jogou com 11 atrás da linha da bola, nada diferente do esperado, mesmo sem o gol.

Aí Wanderson fica na cara do goleiro duas vezes, e Alan Patrick uma, além da bola aérea ter sido majoritariamente nossa no ataque.

Só que era um time previsível, que vencia a previsibilidade do lado que atacava pela qualidade do time, que terminou esbarrando na qualidade do goleiro adversário.

O gol que tomamos foi uma sucessão de erros. Renê foi displicente no passe, encalacrando Johnny, Keiller falha no chute (Weverton tem a mesma falha contra o SP no dia seguinte) e a zaga não acompanha o atacante, talvez por não esperar a falha de Keiller.

Não foi a única falha, em alguns momentos, houve bate-rebate sempre com sobra para o Juventude, que é um time fraco, com boas individualidades jovens, mas não poderia fazer frente ao Inter.

O segundo tempo começou com erro de Mano e da defesa. Vitão, que já errara no primeiro tempo, afasta mal uma bola, a defesa dá espaço e o chute desvia em Vitão, matando Keiller. O Juventude havia criado perigo em dois lances no início, também em bolas rebatidas.

Antes disso, De Pena faria um golaço, em um chute seco que o goleiro pulou só para fotografia. Alan Patrick perde na frente do goleiro, na pequena área, e parecia que o Inter engrenaria até goleada, tamanha a pressão e posse de bola. Mas o Juventude fez o gol acidental.

Quando precisou do resultado, no intervalo, achei que Mano viria com PH no lugar de Maurício. Faria todo sentido. PH sabe recompor e é rápido para isso. Bustos estava com marcação individual, subia pouco, havia um espaço enorme para ocupar, tanto que Alemão começou a cair para aquele lado, e daquele lado veio o gol de PH, que entrou no lugar de Wanderson. Esse era um jogo em que os dois poderiam e deveriam ter jogado juntos, principalmente porque Roth sacrificou um para marcar Bustos.

Depois foram quatro guris entrando em campo, mostrando que é o momento para serem utilizados, mesmo que Gauchão seja obrigação este ano, contra tudo o que tenho defendido. Matheus Dias é mais primeiro volante que Johnny, Estevão deu mais movimentação, e Lucca foi só participativo, da mesma forma que Alemão. Lucas Ramos entrou com personalidade, mas precisa jogar mais para o time, assim como Estevão.

O empate foi ruim, mas não achei que o time jogou mal, e sim estava mal armado, daí previsível, mais fácil de marcar. Creio que precisamos de reforços, pois precisamos de alternativa para Matheus Dias e para Johhny, e precisamos que Mano lembre o que deu certo ano passado, sem cair na balela de time ultra ofensivo por um lado só.

Veremos quarta o que vai nos apresentar.

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