Mauro Loch

É OUTRA FOTOGRAFIA

4.8
(19)

Acredito que foi a melhor partida defensiva do Inter com Mano Menezes, jogando como um time e com as coberturas funcionando muito bem, inclusive contra a velocidade de Bruno Henrique, que teve apenas uma chance.

Daniel não fez nenhuma defesa difícil, os chutes que levariam perigo foram travados pela zaga, e os cabeceios chegaram fáceis para ele.

Mercado fez sua melhor partida na zaga, e Vitão soube executar a proteção de Bustos. O ponto fraco, como já era esperado, foi Dourado, meio perdido, querendo ser Edenílson, sem a velocidade de Edenílson.

Aliás, já conhecem minha opinião, o time sem Edenílson rende mais, mesmo que com um segundo volante que não sabe atacar no seu lugar, mas que faz a função defensiva.

Por isso é Bustos que está espetado na direita, recebendo de Alan Patrick, depois de um giro que levou cinco marcadores para o lado errado, e não um volante que pensa ser meia avançado que não sabe o que fazer com a bola.

David também fez seu melhor jogo como atacante pelo meio, mas não quer dizer que tenha ido bem. Demonstra uma incapacidade de não ficar impedido nos ataques que é constrangedora para um atacante, além da dificuldade de dominar a pelota. A referência é que, tanto Alemão como Pedro Henrique, nos poucos minutos que jogaram, foram mais eficientes e produtivos que David, mesmo considerando que é David quem rouba a bola no primeiro gol, e ele que faz o passe para Wanderson no segundo gol, mas em ambas as jogadas, recebendo a bola de frente para o gol.

Gabriel como capitão foi um alento, mesmo com Mano dizendo, na entrevista, que Dourado seria a escolha lógica. Espero que um agrado público simples, assim como a braçadeira para Taison quando entrou. Gabriel foi quem mais desarmou, quem mais buscou o embate com o meio do Flamengo, quem fez faltas nos momentos e lugares certos.

Há uma jogada em que Bruno Henrique escapa de Bustos (B Henrique é um dos mais velozes do Brasil, se não for o mais), e é Gabriel quem socorre Bustos na cobertura, e, quando batido, Vitão toma a bola. Não consigo ver Dourado tentando enfrentar B Henrique em velocidade.

Renê deu conta do recado, e Pena, mais uma vez, foi o organizador do meio, permitindo que Alan Patrick e Wanderson atacassem com mais facilidade, muito embora o Inter não tenha encontrado facilidades, e valeu-se da habilidade dos seus jogadores para construir o placar.

Poderia ter sido mais, sem dúvidas, como o Fla poderia ter encrespado o jogo com um gol em outro momento. Apesar do Roger Flores dizer que o Fla perdeu, quem ganhou o jogo foi o Inter. Wanderson, no segundo gol, usa o momento certo para bater o melhor zagueiro brasileiro em atividade no Brasil, segundo os flamenguistas, tirando do melhor goleiro que não jogava a quatro meses no Brasil. R Caio pensa em virar, mas Wanderson já tinha chutado.

A Patrick cansa, está fora de ritmo e forma, mas é um diferencial com a bola, e, quando o time foi mais apertado, fechou uma linha de 5 no meio, mostrando que Mano aprendeu com os erros contra o Corinthians. Chamar Johnny também foi um acerto, corrigindo o lado direito. Aliás, segunda partida que Johnny entra bem, com confiança. E segunda arrancada papa-léguas do Pedro Henrique, pela esquerda novamente, servindo um novamente displicente Taison.

A cena do dia foi De Pena tirando Marinho do jogo, ao mesmo tempo em que ganhava segundos falando coisas desnecessárias ao árbitro. Uma bela contratação.

Enfim, um belo jogo do Inter no aniversário do Mano, que vai se ajeitando aos poucos, principalmente com as modificações que todos pedem aqui no blog. Creio que ficou claro para todos que Edenílson não é imprescindível, e mais, é jogador que trava o time. Não por acaso foi o jogo em que mais fizemos gols no brasileiro, não por acaso que fizemos nossa melhor partida defensiva.

O time ainda precisa de ajustes, principalmente de um centroavante e de um extrema canhoto que jogue pela direita, que talvez seja David, e não me incomodaria um zagueiro canhoto que tivesse mais imposição na bola aérea, mas insisto que as saídas são mais importantes que as chegadas, exceto no caso do 9.

Muito importante dizer que, do time do ano passado, apenas Dourado esteve como titular, e Mercado, que chegou com Aguirre, a vitória e boa atuação tem muita explicação nesse fato.

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