MUDANÇAS

Se eu fosse o David Com Câimbras, o título seria “Uma derrota maravilhosa”.

Particularmente, não achei tão ruim assim, mas nada sobre desempenho ou resultado, e sim pelo que vimos sobre o Inter.

Não precisa ser muito esperto para ver que o time de ontem tem apenas Bruno Mendez de novidade. O resto é o time que perdeu para o Olímpia do Paraguai, mesmo depois de duas vitórias, e perdeu para o Vitória da Bahia na Copa do Brasil, sem Taison.

Mesmo sem Taison, não é possível imaginar que esse time que jogou ontem tenha perdido para o Vitória, em casa, ou mesmo  não tenha ganho do Juventude ou Cuiabá, embora o componente desses jogos não tenha sido apenas técnico.

Isso digo porque o jogo de sábado mostrou claramente o quanto não são profissionais nossos ac(l)amados jogadores sem títulos, que jogam quando querem, da forma que querem, e por isso minha insistência em apontar o dedo para esses jogadores, e não para quem comanda(?) o time da casamata (mesmo achando o trabalho insuficiente), deixando claro o recado para a direção sobre que futuro querem para o clube.

A diferença da nossa goleada lá no Maracanã reside basicamente em quem defendeu. Enquanto Diego Alves não viu as bolas que entraram pelos pés de Yuri Alberto, Lomba, nosso falso 1, não viu as bolas decisivas que entrara no seu gol. Até aí, nada diferente, é o Lomba, com histórico de quase nenhuma vitória nos jogos que atuou, e apenas um sem levar gols.

Lomba faz defesas difíceis sim, repito que algumas são fáceis que ele faz parecer difíceis, mas ontem fez duas difíceis, mas levou um gol em uma bola defensável, o primeiro, no primeiro chute. A presença de Lomba no gol diz muito sobre a posição na tabela e sobre o Inter.

Não vimos um show de Michael, talvez pela atuação de Saravia, que manteve o baixote na linha. Bruno Mendez mostrou que precisa ficar, com ou sem Cuesta, e Moisés mostrou muito mais força do que qualquer outra coisa.

Nosso problema central são os volantes que ocupam o meio-campo, e passa por Aguirre também. Lindoso e Dourado são lentos, principalmente na recomposição, e deixaram os zagueiros no enfrentamento direto com os atacantes do Fla. O placar poderia ter sido mais elástico, sim, para ambos, mas eles perderam mais gols na frente do goleiro e por seu viés individualista. E Aguirre não resolve o problema da colocação dos volantes na frente da área.

Já o Inter voltou a ter seus jogadores decisivos sem decidir nada no momento importante. Edenílson teve três oportunidades e não fez, Patrick duas. Taison fez um, errou outro, e Palacios parou na defesa importante de Diego Alvez. Aliás, Palacios foi muito bem novamente, imprimindo velocidade quando precisou, cadenciando, chamando a bola e infernizando a entrada da área do Flamengo, mas falta parceria. O passe para Taison fazer o gol não é um passe fácil, nem decisão fácil, e foi muito bem, agora com mais coragem para o chute também.

Certo que Yuri fez falta, bastante, principalmente para segurar os zagueiros, mas Palacios criou uma opção que ainda não existia, e o time piorou com sua saída.

Enfim, esses mesmos jogadores, jogando algo parecido com o que jogaram sábado, conseguiriam resultados melhores, se fosse essa a vontade, e claramente não foi. O que está no colo da direção é seguir com esses mesmos jogadores e ficar dependendo de sua vontade, ou aproveitar o final de campeonato para remodelar o elenco.

No domingo, o sub-20 derrotou o São Paulo no Beira-Rio, fazendo 2×0. Não temos um grande time, nem grandes jogadores. Tirando o mais novo de todos, Tauan Lara, não vejo nenhum com aproveitamento imediato, fora os que já foram para o principal, embora Lucas Vital pudesse ser testado. É um time que passou por modificação na maneira de jogar com a troca do treinador, e é muito aguerrido e vertical, mas não inspira ainda muita confiança.

Mas a gurizada oscila, e, de repente, algum desponta. Cardorini era reserva do V. Mello, e, com sequência, encorpou. Então o que importa é um bom trabalho de base para que possam despontar.