Mauro Loch

UM DOMINGO QUALQUER

4.7
(16)

O título é um filmaço do Oliver Stone sobre futebol americano.

Foi uma manhã de domingo perfeita, com 2×0 aos cinco minutos, de Yuri Alberto e Taison, e depois um passeio com direito à piquenique.

Claro, a imprensa oficial viu que a Chape ganhou o jogo no segundo tempo, depois de levar 5 gols, fazer dois certamente é uma grande vitória.

Mas parece meio óbvio que houve uma goleada, uma mudança estrutural no segundo tempo, e um relaxamento natural, inclusive com gols perdidos.

No inicio do jogo, o Inter foi com voracidade na marcação, roubou bolas e Taison imprimiu velocidade ao time, tanto na condução como no passe, sem aquele toque lateral esperando o resto do time chegar, e sim a bola na frente fazendo o companheiro correr. Assim construímos 4×0, que só não foram 5 porque o VAR precisava aparecer em um jogo sem problemas.

Depois reclamam que o Brasil não vence europeus, pois qualquer disputa é falta. O detalhe é que o jogador da Chape sequer reclama do lance. Ainda assim, foi um primeiro tempo acachapante.

Tudo bem que a Chapecoense é lanterna, e que Keiller não jogou (sim, é nosso, e era reserva enquanto Lomba e Danilo desfilavam sua indiferença; aliás, Danilo salvou o Bahia), mas essa Chape bem treinada pelo bom Pintado não ganhou do SP por detalhe e fez um excelente jogo contra o Galo.

Quem jogou ontem foi o Inter. Jogou muito, e creio que a torcida de volta tem muito a ver com isso, fazendo os jogadores correr no ritmo do motor Taison.

Contudo, alguns detalhes ficaram bem relevantes e visíveis ontem.

O primeiro é que Maurício, no primeiro tempo, perdeu 3 gols. Não vejo isso como ruim, sempre digo que prefiro os jogadores que perdem gols aos que nunca tem a chance de perderem, e trago isso como importante porque falava, na semana passada, que precisávamos saber jogar sem Edenílson, colocado pela imprensa como a base do time do Inter.

Não lembro de o Edenílson ter perdido 3 gols em algum jogo, ou feito um e perdido dois, ou feito dois e perdido um (talvez contra o Flu). Taison encontrou alguém que jogou no seu ritmo, além do Yuri Alberto. E é um ritmo diferente de Patrick e Edenílson.

Patrick jogou, sim, como ressaltou um jornalista oficial, foi importante no primeiro gol porque tentou o chute, e deu assistência para o segundo. Minha opinião é que não fez mais que a obrigação, como se disputar o lance no primeiro gol fosse qualificativo.

E jogou porque a torcida empurrou, e porque os reservas que ingressam estão aparecendo, aos poucos, mas aparecendo.

Outro ponto importante é que Lindoso fez um péssimo segundo tempo, e não pela displicência de Cuesta e Moisés nos gols do Mike, mas porque é lento e não sabe jogar como primeiro volante. Sem Dourado ou outro, ele se desmancha. Se teve atuações razoáveis, é porque o contrato acaba, e torço para que vejam que Lindoso não pode ficar no clube em 2022.

Gostei do Cardoini, centroavante clássico, que, com 19 anos, soube fazer a parede muito bem em vários lances. Já o tinha visto no sub, mas seu primeiro jogo contra zagueiros profissionais foi muito bom.

Embora Boschilia tenha entrado com Heitor muito mal no jogo, dá pra ver que é de outra turma, que busca o passe mais vertical e se apresenta mais que um volante. É um jogador com 25 anos, de boa técnica, que pode ser adaptado a esquemas, mas que pode mais do que demonstrou depois da lesão.

Gustavo Maia também foi bem, deslocado mais pelo meio, andou pelos dois lados do campo, perdeu um gol de cabeça e desperdiçou um ataque com um cruzamento ruim.

Enfim, o Inter fez o resultado no primeiro tempo e Aguirre fez o que eu pedia, colocar os guris, testar novos modelos em um jogo, depois da vitória garantida, sem a pressão do resultado.

Gostei da indignação de Daniel ao sofrer o gol, e pouco me importa não devolvermos 5×0, não é possível rivalizar com a Chapecoense, cada um com seu tamanho.

Agora é seguir com vitórias para poder pensar em 2022 com tranquilidade, escolhendo bem as partidas para fazer teste com os guris. Nosso novo zagueiro, Gustavo Maia e Palacios, e o próprio Cardoini, merecem mais jogos, e poderiam inicial com os titulares.

p.s.: como é bom ver a torcida no Beira-Rio.

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