DESPERDÍCIO

Fica complicado falar sobre o jogo de ontem com a bomba da possibilidade da saída do treinador.

Sei que muitos não gostam do Coudet, assim como sei que ele comete erros que todo treinador comete, mas minha predileção pela continuidade do trabalho dele não é apenas pelo que o Inter já apresentou em campo, mas pela mudança de paradigma que até agora conquistou.

Se também que muitos o comparam com o Odair, o qualificando apenas como um Odair que habla, sem notar as diferenças gritantes entre os dois.

Mas vamos ao jogo primeiro. O Inter desperdiçou dois pontos em jogos de seis pontos. Era obrigatório conquistar duas vitórias sobre o Coritiba, que tinha o pior ataque do campeonato, além de ser um time absolutamente previsível.

O início foi de amplo domínio contra uma retranca. Acredito que vi termos 80% de posse de bola, e o gol saiu exatamente de uma bola rodada de um lado para o outro até Heitor cruzar com liberdade e Yuri fazer gol de centroavante.

A partir daí, freio de mão puxado novamente, controle do jogo e erros. Antes mesmo Patrick e Lindoso já haviam errado grosseiramente, mas parece que poucos falam quando esses erram, concentrando as forças em Zé Gabriel e Musto.

O controle do jogo esbarrava em poucas finalizações, com Patrick errando tudo na frente, em suas jogadas individuais, e Edenilson pouco participativo. Marcos Guilherme segue no modo correria e péssimas finalizações.

O desentrosamento entre Yuri e Abel e com os demais, também é evidente.

Mas tudo isso ainda seria mais do que suficiente para ganhar do Coritiba. Veio o segundo tempo, e o time morno novamente, levou um gol em falha coletiva, desde Heitor que não mata a jogada, passando por Cuesta e Edenilson.

Ainda assim, o time era melhor, e, mesmo com a expulsão de Heitor (acho que poderia ter evitado o contato), fizemos outro, com Nonato aproveitando o rebote de um chute pífio de Patrick, quando a bola era na direita com Edenilson livre.

Perdemos a chance de matar o jogo com Patrick, em bela jogada de Moisés pela direita (sim, isso aconteceu), que, depois de dominar no peito, concluiu mal, e com Abel, que chutou uma bola que era para Edenilson, livre, na pequena área.

Aí, depois de 15 minutos que o Coritiba mal chegava na intermediária do Inter, em um balão de cruzamento, com um  Lomba em silêncio, Rodinei coloca pra escanteio. Até aí, aceitável, criticável,  mas possível, não dá pra ter medo de escanteio.

Só que o único jogador do Coritiba que cabeceia sobe quase sozinho pra desviar. Inacreditável que tenham deixado subir e ainda cabecear o jogador que é conhecido como zagueiro goleador.

Daí foi um sem número de tentativas frustradas, sem chutes, arremates ou jogadas combinadas, mais pra desespero do que pra organização, tudo diferente do que foi para conseguir o primeiro gol.

Essa instabilidade é que incomoda, principalmente em jogos fáceis, em que o outro time oferece quase nada de resistência.

Bem, esse foi o jogo, e a bomba que segue é a possível saída de Coudet. Ao que parece, a briga com Caetano foi bem mais forte, e Medeiros não deve ter feito nada em nenhum sentido, possivelmente perdendo os dois.

As notícias são da saída, e busca de Abel ou Dunga, ou o que for.

Não acho a saída um bom negócio. O time tem uma forma de jogar. A saída  agora significa D’ale de titular, com três volantes e laterais presos na intermediária, e cruzamentos à exaustão, seja qual for o treinador. Parece que seguiremos com a Daledependencia, que saca os treinadores que não o colocam como titular, e veremos seu poder aumentar no vestiário, mandando em quem vier, com o beneplácito de muitos da torcida, inclusive daqui do blog.

É tudo aquilo que quem gosta de futebol não quer, além de ser uma saída imediatista e confortável. Quem vem já tem desculpa pronta, e, no único ano que começamos a fazer algo diferente desde Aguirre, vamos torrar o tempo com retrocessos e permanência do MIG, por absoluta incompetência de gerir as pessoas do futebol.

Enfim, um ano de preparação será perdido, mais uma vez.