3.8
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15 minutos é o título de um filme com Robert De Niro e outros bons atores, que começa leve e termina pesado. 15 minutos também é  parte de uma das mais famosas frases de todos os tempos, cunhada por Andy Warhol.

15 minutos também foi o tempo aproximado que o Inter jogou futebol contra o Galo, na importante vitória que o mantém temporariamente na liderança.

Nestes 15 minutos, houve passes, troca de posição, tentativas de ataque, que resultou no belo gol de Galhardo, depois de um improvável passe de Patrick. O Inter poderia ter ampliado em bela jogada de Edenilson no fundo, mas encontrou o pé direito de Patrick.

Depois disso, o time abdicou de jogar futebol, e passou a ocupar os espaços defensivos, devolvendo a bola ao Galo a todo o momento. Não gosto da postura, nem um pouco, mas foi executada com maestria, não permitindo que os mineiros concluíssem ao gol de Lomba, que, se não me engano, não fez nenhuma defesa. A força aérea mineira também nada fez.

Tirando umas duas falhas na defesa, o Inter bloqueou o ataque adversário, que rondava a área e laterais, mas nada de ingressar na zona de perigo ou conseguir espaço para conclusão.

Mas já vimos isso antes, e não gostamos, não há porque gostar agora.

Contudo, e isso é muito importante registrar, não foi a postura do Inter nos demais jogos, mesmo com um a menos. A questão é se foi opção do treinador, ou o Inter foi remetido à linha defensiva pelo jogo do Atlético.

Qualquer das opções não é boa, mas é fato que o Inter ficou encaixotado. Razões ficaram claras, pois não houve capacidade de reter a bola por nenhum jogador do meio. Desde Lindoso até Marcos Guilherme, passando por Boschilia e Patrick, e Edenilson, nenhum jogador do Inter conseguiu segurar a bola, olhar o jogo e tentar alguma coisa que fosse diferente de entregar a bola para o Galo.

Tem explicação, claro, e passa pela falta de Guerrero. Guerrero é mestre em jogar de costas para o adversário, seja quantos forem do outro lado. Mestre e, se bem lembro, o melhor que vi fazer isso nesses anos que assisto futebol.

Coudet escolou o time a procurar Guerrero na frente, certo, e com razão, de que ele seria capaz de distribuir o jogo, seja recuando, seja com Galhardo infiltrando, seja na velocidade de Edenilson, seja para esperar que o bloco de ataque do Inter chegasse no campo adversário e partisse para a área. E assim tem sido, mas Guerrero está fora.

Aí o time procurou Galhardo e Marcos Guilherme, ambos sem o talento que Guerrero tem para a função. Chegava a ser ridículo ver M Guilherme disputar bola aérea com Rever, e Galhardo tem outros fantásticos talentos, mas não o de jogar de costas para o adversário.

Ainda assim, nossa saída de bola recuperada estava muito ruim, com muitos erros de passes e jogadores isolados, cercados pelos adversários. Os laterais, depois dos 15 minutos iniciais, também ficaram contidos, e o Inter insistia em devolver a bola ao Galo.

O segundo tempo veio com o Atlético em desvantagem e mais ofensivo, e voltamos com os mesmos erros do primeiro tempo, sem conseguir reter a bola, acertar passes, realizar jogadas. Coudet então arrumou o posicionamento defensivo com Musto. O sempre criticado Musto tem uma vantagem sobre os demais, ele se posiciona melhor, e organiza melhor o meio na parte defensiva do que Lindoso, mas ainda cometer erros, como afastar errado um cruzamento que quase resulta em gol de Sasha.

Depois veio D’Ale, que entrou muito bem, com a bem executada tarefa de reter a bola e fazer com que os outros se movimentem mais, o time ficou mais seguro, e perdemos duas chances, uma em um erro infantil de Patrick no passe, sempre no passe, e outro no cansaço de Galhardo, que deveria ter sido fominha e finalizado. Mas D’Ale não é solução, e isso tem que ficar muito claro, até porque não tem a intensidade exigida para o jogo de Coudet.

Mais no final entraram Moledo e Peglow. Peglow vai cavando lugar no time, é inteligente, bate bem na bola e é bem rápido. Se Marcos Guilherme seguir nessas jornadas pouco inspiradas, o guri já lhe toma o lugar e busca a titularidade.

Sampaoli monta times ofensivos e corajosos, destroçou o Corinthians em 45 minutos, e o mesmo com o Flamengo, disparou uma metralhadora de conclusões contra o Botafogo (que tem um guri com físico de jogador de vôlei cubano sub-20 que destruiu o jogo) e fez um jogo ruim contra o Ceará. O Galo conseguiu dominar o Inter, marcou bem a saída de bola e se aproveitou da incompetência do time em acionar os jogadores rápidos, mas perdeu o jogo.

Não foi uma boa partida do Inter, mas repito meu mantra, time que quer alguma coisa tem que ganhar mesmo quando joga mal. Só espero que tenha sido um jogo de exceção, pois o Inter que quero é aquele que mandou no jogo contra o Santos.

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