Bruno Costa

A hora da fumaça!

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Compromissos profissionais inevitáveis me afastaram daqui na semana passada, pela primeira vez desde que cheguei – ressalvados os períodos das Copas e do final do ano. Quisera o destino que eu não tivesse aqui justamente após uma eliminação dolorida da Libertadores, nem tanto pelo adversário, mas pelo que o Internacional apresentou ou deixou de apresentar, ao final de contas.

A magia do futebol, todavia, é justamente dar a chance ao torcedor de ver seu time ir do inferno ao céu em uma semana. Estamos na final da Copa do Brasil, depois de uma década e às vésperas de comemorar 27 anos do (único) título que temos no torneio. A hora da virada, aquela em que depositei minha confiança na última vez que cá estive, em verdade, parece ser agora. A hora da virada é a hora da fumaça!

E que torcida é essa a nossa. Nunca comparem!

O espetáculo das ruas de fogo já virou marca característica a cada jogo noturno no Beira Rio, mas nada foi como ontem, com aquele esplendor e exuberância. Nada. Em campo o time sob entrar contagiado pela força rubra que vinha da arquibancada, do pátio, das ruas no entorno, dos bares e da casa de cada Colorado apaixonado e fez uma partida de quem quer ser campeão. De quem deixa a torcida sonhar. Essa é a realidade, afinal: sim, nós podemos sonhar.

Os esforços de Guerrero para estar em campo pelo Inter, ontem, premiaram a torcida com dois gols, um deles popularmente conhecido como golaço. Outro golaço foi o de Edenilson, numa noite, enfim, em que a atuação do time foi segura e que a equipe adversária somente conseguiu criar algo quando nós mesmos deixamos. Nosso lateral esquerdo, para não dizer que tudo foram flores, ainda tem penado e foi por falha dele uma das únicas chances de gol do Cruzeiro. Odair, dessa vez, não matou o ímpeto entrando com um time de masters, embora mais uma vez tenha retardado um pouco (a meu ver) mudanças para dar fôlego ao time.

Mas estamos na final e o título é bastante possível. Como ganhar?

Bom, de início é uma ideia muito perspicaz entender que jogar se defendendo na casa do adversário nunca foi e nem será uma decisão. Começo por aí porque os jogadores, pelo que se observa, efetivamente querem ganhar este título. E na bola, convenhamos, temos mais predicados que o adversário. A favor deles aquele gramado sintético que não é lá a maior desgraça do mundo. Basta entrar concentrado e ciente que o adversário tá dentro de campo, mas não é o gramado.

Mais importante, ainda, é lembrar que é o Inter! Ganhamos tudo que já disputamos e jogar final não nos apavora. Com todo respeito ao adversário, mas de furacão é só o apelido. Se entrar em campo pensando somente em ganhar, vencemos nos dois jogos. E voltar a vencer um título nacional, depois de tanto tempo, pode ser sim ter certeza que o passado ganhou um ponto final e que novas (e boas) histórias serão contadas daqui para frente.

Eu acredito, não pode ser diferente: seremos campeões! Nem que seja na base da fumaça.

Vamo vamo INTER!

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