Mauro Loch

APESAR DE VOCÊ …

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Foi uma vitória onde o placar diz muito pouco sobre o jogo, mas ainda assim animadora.

Não tanto pelo desempenho, que achei muito bom no segundo tempo, mas por situações de jogo que colocam o time em ascensão, apesar das bobagens do Odair.

Sim, nosso hoje elogiado treinador fez algumas bobagens, que por muito pouco não resultaram na perda dos 3 pontos.

A começar pelo esquema do início do jogo. Odair repete o erro das outras partidas, armando o time no teimoso 4231, ou 4141, deixando o nosso flanco direito totalmente aberto, por onde o Cruzeiro deitou e rolou no primeiro tempo, ao mesmo tempo em que avançou Nico e deixou Edilson livre em diversas oportunidades, nem sempre aproveitadas pelo time do Mano.

Logo aos dois minutos, D’Ale perde bola onde não se pode perder, e Thiago Neves perde gol que não costuma perder. Nonato, em seguida, atravessa bola que não pode atravessar. A felicidade está na zaga segura, mas o protetor do meio tem a mesma lentidão do titular, embora Lindoso tenha feito uma boa partida no desarme e passe.

O primeiro tempo foi do Cruzeiro, com domínio em nosso campo, ainda que as estocadas de Nico nas costas de Edilson, aproveitando a lentidão de Dedé, não tenham resultado em gol, por ali, com velocidade, Iago, Nonato e Nico foram perigosos, um trio que merece continuidade.

O gol veio por acaso, com o Inter ainda tentando se achar em campo, provando que Guerrero é quem deve bater faltas de curta e média distância.

Em seguida o troco, e uma tecla que uso bastante: não é aceitável que a bola seja alçada a três passos do círculo central e nosso goleiro não a intercepte, ainda mais quando colocada na marca do pênalti, o lugar óbvio de Mano Menezes em todos os times que treinou. Lomba é muito fraco na bola aérea, mas muito mesmo, embora tenha compensado depois com, pelo menos, três defesas que impediram gols, uma delas muito importante, no momento de instabilidade do time depois de levar o gol.

Aí veio o segundo tempo, e, novamente, o Inter não voltou apático. É a segunda partida em sequencia que isso ocorre, quebrando uma rotina de todos os jogos anteriores, quando Odair estragava o time no vestiário.

E mais, voltou ao esquema no qual o time parece render mais, levando Nico para a direita, deixando D’Ale como centralizador no meio,  mas no 442, aproveitando a velocidade de Iago, a vitalidade de Nonato e a liberdade de Nico jogar em todo o ataque, e ainda fazer a contenção do lateral esquerdo.

O time tomou conta do jogo, e o Cruzeiro só ofereceu perigo em jogadas isoladas, mesmo que bastante perigo.

Não durou muito, porque inexplicavelmente Nonato foi sacado do time para a entrada também inexplicável de Parede. Aí Mano posiciona Thiago Neves entre a linha de Edenilson e Lindoso e a defesa, e o Cruzeiro cresceu um pouco. Sorte que o pênalti e a inesperada excelente cobrança de Sobis estabilizaram o jogo e deram chance a Odair corrigir o erro com Sarrafiore, pela primeira vez jogando sem a necessidade de grudar na linha lateral.

Essas pequenas ocorrências no jogo é que me deixaram um pouco mais animado, depois de pirar com a teimosia de Odair em deixar D’Ale pela direita.

Guerrero é um centroavante que não erra gols fáceis, constante reivindicação; Zeca, apesar de uma falha, foi muito bem na contenção e melhor no auxílio da saída de bola, menos modorrenta e óbvia, finalmente um pouco mais veloz. D’Ale faz muito bem o papel da movimentação incessante no meio, mas cansa, por óbvio, e Odair tem que ver esse momento logo. Não depois de 15 minutos, como ocorreu ontem. Se a opção é por D’Ale, que o use onde tem melhor desempenho, e não aberto pela direita, e não quando cansa.

O time fica muito melhor sem Pottker também, e ganha muita movimentação com Nonato, uma movimentação que não é circunscrita a uma faixa do campo, como é com Patrick.

Enfim, as lesões novamente acertam o time do Inter, mesmo que Odair tente estragar o que conseguiu de bom, e o grupo deu uma boa resposta em um jogo difícil, contra um time que marca muito bem. Uma lástima aquela bola na trave do Nico, e o cruzamento um pouco alto do Iago, na bela jogada de tempo sobre o Edilson.

Esse, aliás, merece no mínimo uns 5 jogos de punição, única maneira de impedir que as agressões se multipliquem no brasileiro.

De resto, o VAR segue só vendo o que quer, não marcou o impedimento do Fred, nem o pênalti da mão do Dedé, acima da cabeça. Não vi o lance do puxão na camisa do Nico.

 

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