Davi

Ainda falta

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Se as contratações não foram de lotar o aeroporto, ou ainda gerar euforia ou otimismo, ao menos os termos foram interessantes: troca ou envolvimento de jogadores com baixo prestígio e sem perspectiva de utilização (Andrigo, Thales, Alex Santana, Gabriel Dias) por atletas com potencial de suprir carências em termos de grupo (Neilton, Lindoso, Galdezani) ou ainda negócios de ocasião, como o retorno de Sobis.

Eis aqui a palavra-chave, “grupo”, uma vez que os atletas acima não chegam com status de titulares, mas podem dar boa resposta e serão importantes num ano que se avizinha com calendário apertado, com 4 competições (Libertadores, Gauchão, Brasileirão e Copa do Brasil).

Particularmente, gosto do perfil dos negócios acima; me agrada muito mais que investir alto em jogadores de idade avançada com longos contratos, como se cogitou com Elias.

Quando as finanças não permitem grandes contratações nem investimentos muito ousados, é necessário dar mais oportunidades a base, ser criterioso e criativo nas contratações, e é claro, ficar atento ao mercado.

A lembrar que o ano de 2006 – o mais glorioso da história colorada – teve um plantel formado sem grandes investimentos, sendo os expoentes daquela conquista contratados sem muito alarde (Índio veio do Juventude, Eller da Turquia, Jorge Wagner e Fernandão estavam encostados na Europa, etc). O único jogador cuja contratação na época era uma unanimidade foi Tinga, mas este muito mais um negócio de ocasião que um investimento milionário.

É claro que o ideal seria o clube estar organizado financeiramente e poder investir mais para subir de nível em relação as suas pretensões na competição continental, ainda mais em um grupo que cada vez mais se anuncia com o da morte, haja visto o São Paulo ter ido com apetite ao mercado (a contratação de Hernanes e Pablo mudam o time de patamar na minha opinião).

Mas infelizmente não parece ser este o cenário, e sim o de vacas magras; no pensamento de médio e longo prazo, é melhor parcimônia do que gastar aquilo que não tem, ainda mais de maneira desenfreada como foi feito recentemente.

Se os recursos são limitadíssimos, é reiterado a necessidade de criatividade e sobretudo avaliar corretamente as carências que de fato deveriam concentrar maiores esforços financeiros.

O que não dá é ir numa competição continental com apenas dois zagueiros confiáveis e sem um lateral-direito cujo setor defensivo não seja uma avenida. Jogos da libertadores se caracterizam por times fechados com os atacantes adversários jogando às costas dos laterais e com muito cruzamento na área: em um time que não tomou gol apenas em 3 partidas do returno, este é um setor que traz muita preocupação.

E é claro, a articulação e criação, que dependem quase que exclusivamente de um jogador que, apesar de ídolo, esta com 37 anos, de um volante improvisado que teve um grande declínio no 2º semestre e é incógnita para 2019, e de outro, que apesar da bola parada e de entrar bem em algum ou outro jogo, não consegue manter um nível mínimo de regularidade e criatividade ao setor: sobra apenas Nico, o que é muito pouco.

Idealmente, sem perder nenhum titular, é necessário um camisa 10 e um lateral-direito em condições de titularidade, um zagueiro e um camisa 9 para compor grupo, já que Guerrero só joga em Abril e Jonathan Alvez já se mostrou insuficiente.

Não é pouca coisa.

Que estas carências não sejam subestimadas, sob o risco de uma eliminação precoce na competição continental ou ainda um falso protagonismo nas demais competições nacionais.

@Davi_Inter_BV

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