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Neste momento nós Colorados estamos no que antigamente chamávamos de encruzilhada.

Por um lado, caminhando à margem do precipício (do futebol ausente) proporcionado pelo trabalho muito ruim do antigo treinador que, com louvores restou, enfim, demitido. Sentido oposto, a solução encontrada foi buscar como novo técnico um cidadão que de uma hora pra outra abandonou Clube, time e torcida em meio a três competições e sem explicação alguma, coisa que só (vetado pelo jurídico – a frase da moda) é capaz de ser e fazer. E ainda por cima argentino.

Querem me enlouquecer. Importa referir que me chamam de louco e não é à toa. Gosto da loucura. Mas desta vez e nestas que só o Internacional me proporciona, terei de, enfim, recorrer à terapia.

Certa feita o Ernani, meu velho e bom amigo de décadas (um dos únicos que ainda me suporta) me chamou para uma aventura rumo à Argentina. Queria comprar pneus para um dos seus carros e não se tocara que as lojas estavam mesmo é no Uruguay. Por muito tempo achei que ele se confundia de propósito, até que percebi que não, o homem era desarranjado mesmo de nascença.

Partimos às 04h da manhã rumando a Jaguarão (nesta altura ele já tinha se dado conta do rumo certo) e levamos seu irmão na carona do seu Uno branco 2005. Quando ele apareceu de Uno no portão da minha casa eu ameacei voltar pra cama, mas fui convencido pela lógica de que voltar com 4 pneus rodando fazia mais sentido e ocupava menos espaço. Na ida foi uma aventura. Peguei a direção do veículo já com o sol querendo nascer e numa daquelas retas depois da entrada de Arroio Grande; encostei o ponteiro nos 180km/h. Sim, num Uno. Bastava uma pedra no caminho para eu nem estar aqui hoje.

Mas Deus me castigou mesmo foi com uma diarreia violenta na chegada a Rio Branco, culpa do pastel da Carmen que tinha comido na noite anterior. E para surpresa de todos o motor do Uninho ainda vivia depois da minha peripécia. Épico!

O Uno guiado pelo treinador anterior, todavia, já não tinha mais fôlego para um “tirão” até a Argentina (ou pra qualquer lugar que fosse). Foi longe até, muito pela insistência do dono do carro em não admitir que o motor já estava batendo e andava ainda muito mais na teimosia do que propriamente pela potência do veículo. Afinal, admitiu que era chegada a hora de trocar de carro.

Não gosto do Coudet como pessoa (do que nos mostrou até aqui), acho um chorão como típico são os argentinos e, principalmente, não gosto de argentino. Mas gosto muito do Internacional e mais uma vez estou disposto a superar minhas diferenças por uma razão simples a se admitir: a pessoa Coudet de quem eu (ainda) não gosto é o melhor treinador que poderíamos trazer neste momento. Sim, eu admito que foi sob o seu comando que tivemos o melhor trabalho tático/técnico da última década e se tem alguém que pode dar um padrão tático e técnico para este time é Eduardo Coudet.

Voltarei, pois, a assistir os jogos do Inter com vontade, eis que a tendência é vermos logo de arrancada algo que ao menos se parece com futebol. Quanto ao meu rancor, bom, quem sabe a terapia resolva. Dizem que quem ama perdoa, não é mesmo?

Pensando bem, haja terapia!

Contudo, ao menos estou desta vez de coração aberto…

 

CURTAS                                                                              

– Do passado não mais se fala. Seguimos em frente e que Mano Menezes seja feliz com seus bois;

– Quem viu os times da década de 70 em campo tem que gostar de tática. O novo treinador claramente gosta também. É um bom caminho de retomada;

– Li e concordo: depois do que estão sangrando muitos da imprensa e alguns que se dizem “torcedores” pela chegada do Coudet fica até mais fácil se acostumar com a perspectiva;

– Com padrão tático logo veremos que provavelmente temos no grupo mais jogadores do que efetivamente precisamos;

– De curto o grupo não tem nada, convenhamos;

– Dizem que Taison só está à espera da ligação. Tomara que esteja bem sentadinho;

– Parece que a diretoria, enfim, acordou para vida e resolveu preocupar-se menos com uns gaiatos aí. Pena que o faça já quando não tem mais quase nada a perder;

– Repiso: “Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e seguir em frente!” Inexiste qualquer outra frase que combine tanto neste momento com a nossa vida, Povo Colorado.

 

PERGUNTINHA

Em quantos treinos Coudet ajeita esse time do Inter?

 

Torcedor Colorado: voltamos ao modo ilusão!

PACHECO

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