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Você namora uma gatinha que não é lá muito linda, mas é gentil, amável. Sorridente, gosta até de seu cachorro; uma lady na rua e uma putinha na cama.

Aí você casa com ela.  Filhos chegam, ela começa a engordar e a reclamar de tudo; nada acontece de repente e você não nota diferenças. “Tensão pré, trans e pós menstrual” você pensa.  E ela segue engordando, perde a graça na vida e a vida é uma desgraça; cada vez mais sem atenção para você – sexo nem pensar há meses – e o celular, ah! o celular, agarrada nele como antes estava em você, falando com sua mãe, tia, amiga e amiga e amiga.

Jantar: “Bem, hoje prepara aí que estou com dor de cabeça e sem fome” (comeu chocolates o dia todo). Você prepara e come na sala, só, vendo a TV. Ela no quarto falando no celular com…. qualquer um. Não importa. Você está ali mas não está. É um sujeito oculto na sua casa.

Toma banho e vai dormir. Ao seu lado, onde antes havia um ser delicado, agora há um monte que ronca, de costas para você. Levanta as cobertas e aquele cheiro nojento de peido vem direto para seu nariz. Deita de costas para o monte ao seu lado e tenta dormir. E a própria imagem das duas covas juntas no cemitério, marido e mulher, tão juntos na morte em vida como há muito já não estão na vida já morta.  Que lindo! Que merda!

Algumas (muitas) vezes você consegue dormir, mas um dia, e esse dia iria chegar, você fica pensando no que era sua vida e no que é agora.

Você não é um velho imprestável e até está bem enxuto. Uma barriguinha mas todos tem, a calvície que começa mas cabelos são dispensáveis. As mulheres te olham às vezes: “Aquela gostosa do Financeiro, hum!, ela está tri a fim de mim” (você ainda usa o tri afim…!, e existem outras – a vizinha desquitada do terceiro andar, a mulher do padeiro, aquela loira da academia.

Mas não, te afasta de mim Satanás. Você fez uma promessa no dia do casamento: “Prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, Por todos os dias da nossa vida. Até que a morte nos separe …  “.

Você não acredita muito em religião, acha que existe algo superior, não sabe bem o que é e nem tem muito interesse em saber. Mas você fez uma promessa e afinal, essa aí é a mãe dos seus filhos, está contigo há anos. E você tem valores: vem de família honesta, esforçada, batalhadora pelo escasso pão de cada dia.

Mas ela não é a mulher com quem casei”, você se justifica. “Essa é outra, não é aquela”, e chega a inevitável pergunta que você se faz: “Vale a pena ficar nessa vida, o tempo passando, eu passando, e …. e o quê? Vale a pena ficar nisso e nessa?”.

Pergunto para você, raro leitor: Vale a pena ficar nessa vida?

Sem saber sua resposta, sigo perguntando: Vale a pena torcer por esse Inter? Esse é aquele que tínhamos paixão? O que conhecemos há alguns anos cheio de vida, que tinha uma realidade com força e um futuro de promessas maravilhosas, é isso que aí está? É o que sobrou de algo que chegou a ser o que foi e que poderia ser mais?

Ah! Agora chega Lucca, Zeca e sei lá que mais. Vai mudar algo? Honestamente, sem que ninguém saiba o que você pensa e sem dizer nem para você mesmo para que não corras o risco de ter que ouvir o que não desejas: acreditas mesmo nisso?

Por favor, não me perguntes o que eu acho pois não sei. Em relação ao Inter ainda estou na fase do marido que prepara seu jantar só, vai comer só na frente da TV e vai dormir acompanhado, mas só. Cheirando peidos noturnos.

Mas um dia, um dia, com certeza terei que responder: Vale a pena torcer por esse time assim como está?

Enquanto esse dia não chega, agora não quero saber, ouvir, ver, pensar. Deixa assim……

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