Airton Kwitko

BV: um palanque eletrônico

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Hoje, dois assuntos.

Primeiro: Se pudesse escolher a foto que é mais representativa do momento crônico que vive esse alquebrado paciente que se denomina SCI, nomearia essa.

Rindo de quê? Festejando o infestejável. Felizes, contentes, exultando de alegria por terem conseguido a “incrível” façanha de subir para a série “A”. Nesse dia após um glorioso empate com a estupenda equipe do Oeste, onde joga o espetacular Wilson Mathias, volante de 34 anos e de tão “gratas” lembranças para nós.

Durante todo o campeonato, onde talvez consigam sagrar-se vice-campeões, ostentaram um poder econômico de fazer inveja aos demais clubes da mesma série. Um verdadeiro abuso desse poder. Abuso do poder econômico é toda forma de atividade de eliminação da concorrência e domínio dos mercados.

Mesmo com esse poder o SCI não conseguiu seus intentos, pois não eliminou os nanicos – um bem nanico até poderá conseguir a façanha de ser o campeão – como não obteve domínio de nada.

Então: riem de quê?

 

Segundo: Volto ao tema que abordei en passant no post anterior. A ideia não é minha: é do Leco e achei muito interessante.

Basicamente: há anos nos vemos bradando contra o que aí está, política de clube que o afunda cada vez mais. Agora voltou a respirar com ajuda de aparelhos mas as perspectivas para o próximo ano são as mesmas de sempre: coadjuvante de luxo pelo poder econômico, não pelo futebol que apresenta. Ganhar títulos relevantes nem pensar. Temos dirigentes ineptos, há suspeita de malversação de grana do clube, os técnicos são sempre da categoria dos submergentes, jogadores medíocres com contratos longos e milionários e por aí vai. Nada que todos não conheçam.

E nós? Fazemos o que diante desse circo dos horrores?  Seguimos bradando contra, corneteando para usar a expressão adequada, xingando a eles e muitas vezes aos colegas do blog. E o que muda no clube disso ou com isso? Nada!  Nadica.

A ideia do Leco – a qual encampo de corpo e alma – é que o BV possa repercutir outras ideias, posturas, pessoas, e com isso dar visibilidade ao que talvez exista, mas que fica submerso pelo poder do establishment que controla o clube, os conselhos, os eleitores, a mídia.

Com essa feroz ditadura, como esperar que surjam vozes que sejam reais opositoras? É quase impossível acreditar que todos colorados estão contentes com o poder que domina o clube há vários anos. Talvez as dificuldades de se fazer ouvir – por não ter um palanque onde fazer seus discursos – seja uma das causas do silêncio que grita por mudanças.

Sugiro ao Big Boss que cogite seriamente em disponibilizar no BV esse palanque. Pode ser que nada aconteça e aí tudo ficará assim por mais tempo, mas pode ser que algo vingue dessa visibilidade oferecida. Com isso faremos a nossa parte como verdadeiros colorados, contribuindo para mudanças que se fazem necessárias e que nunca ocorrem. Sairemos da atual corneta para as fanfarras.

Tive o privilégio de assistir o Inter jogar lá nos Eucaliptos, de estar na inauguração do Gigante e ver o 1º gol ali marcado pelo Bigorna, de assistir as vitórias sobre o Cruzeiro e sobre o Corinthians onde nos sagramos campeões nacionais. Ver o que hoje existe cria um sentimento doloroso. Muitas vezes até reluto em assistir o que esses meninos de hoje cometem em campo. Nesse sábado nem vi o tal “xogo” contra o Goiás; no mesmo momento passava na TV o Real e Atlético, ambos de Madrid: partida elétrica, bem jogada, disputada lealmente e se vê o preparo tático e físico.

Digo isso porque mudanças no SCI se impõem e viver só de lembranças não é legal; precisamos de uma perspectiva futura, e como cantava Cazuza: “Ideologia, eu quero uma para viver”.

Então Big Boss, vamos dar ao BV a possibilidade de apresentar novas ideologias? Ganhamos todos: nós torcedores, o clube e o BV que pode se tornar o precursor de saudáveis mudanças. Façamos história e não apenas sejamos coadjuvantes da mesma.

Como estás buscando novos colunistas, sugiro que ao Leco – como “pai” da ideia – seja dada a tarefa de conduzir esse palanque. Até proponho um dia: às quartas.

Para encerrar, como falamos de lembranças, essa ai para alegrar os sofridos corações e mostrar que é possível se trazer de volta a alegria perdida, a emoção de ir ao campo para ver algo de bom, de se dizer colorado sem nenhuma ponta de tristeza. É o golo do Claudiomiro na inauguração do Gigante: eu estava lá como testemunha ocular da história.

 

 

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