4.7
(21)

Reinauguro minha coluna no BV deste ano no pior momento possível. Pelo menos assim não me chamam de faceiro.

Estou digerindo amarga e lentamente a nossa eliminação. O Gauchão acabou tomando proporções épicas conforme o colorado foi jogando bem e os pijamas foram se acovardando. Tanto que trabalharam fortemente fora de campo para mudar a cara do campeonato, e conseguiram.

Pois bem, não fosse por esse holofote violento que o torneio ganhou, talvez eu nem teria dado tanta bola. Se aquele zagueiro inconsequente não tivesse dado aquela cavadinha ridícula, talvez eu nem teria dado bola. Mas se tem uma coisa que a derrota serve é para escrutinarmos o que deu errado.

Nestes dois dias já deu tempo de todo mundo examinar tudo e apontar quem são os culpados. Na verdade, pra mim, se olhar bem, dá pra distribuir a culpa para todos. Mas existe um fato por trás de toda a culpa deste estadual em específico: faz anos que o Internacional não ganha o Gauchão, e com treinadores, dirigentes e jogadores diversos em todas as ocasiões. Então o que explica o que está acontecendo?

Não sei. Nem vou tentar inventar uma tese. Começo a olhar pra frente, e, pra mim, a luz amarela da temporada se acendeu mesmo foi agora, no pós-jogo. Explico:

Durante o jogo vimos o meio campo do Inter perder absolutamente tudo. O Juventude veio com a faca entre os dentes, e no pé de ferro, não sobrou nada pra nós. Daí o Coudet vem na coletiva e fala que é uma característica do time, ser técnico, não tem jogadores de imposição física. E que por isso, trouxemos jogadores “físicos” nesta janela: Thiago Maia, Fernando, Bruno Gomes, até o Borré etc. E isso é verdade. No Grenal ficou claro que o nosso meio campo marca fraco, com o Aranguíz correndo igual uma barata tonta na frente da área sem desarmar ninguém. Mas então por que o Coudet deixou o meio campo perder todas as disputas durante o jogo? O Bruno Gomes entrou e melhorou o time (como tem feito sempre que entra), então por que não corrigiu logo o problema?

Essa explicação “pela metade” do Coudet, atribuindo os problemas à falta de opções no elenco para o Gauchão, foi uma luz amarela para mim. Me parece uma desculpa e eu não acredito que este time perde para o Juventude sem os reforços. Faltou competência para o nosso treinador, e a falta de humildade dele na coletiva me deixa preocupado quanto a sua continuidade.

Agora a segunda luz amarela, ligada a referida continuidade: como ir adiante? Qual a leitura, os próximos passos? Estou preocupado que o Magrão, como diretor do futebol do clube, ainda não tenha vindo a público explicar qual o impacto dessa derrota no planejamento do ano, qual foi a leitura do clube sobre por quê perdeu, como pretende se mobilizar, o que será feito das atitudes irresponsáveis de Mauricio e Robert Renan, que botaram tudo a perder?

Nós como torcedores estamos há anos dando sustentação para a diretoria do clube, a comissão técnica e os jogadores. Nós sustentamos anos de Edenilson, ano e meio de Mano Menezes (bem depois do prazo de validade dele ter passado), e agora já estamos engajados de novo, com associações recordes, quarenta mil pessoas no estádio, camisetas esgotadas. E perder faz parte do jogo, mas de que jeito? Com qual resposta?

Se isto não vier a público, eu temo pela postura da diretoria do Inter. Assim como eu temo pela continuidade do técnico depois da leitura dele ao final do jogo. Considero evidente que isto precisa ser esclarecido. Nós temos um time muito bom e muito potencial. Mas para realizar este potencial, precisa-se de foco, força… e comunicação com a torcida. Caso contrário, acredito que continuaremos traçando o caminho dos últimos anos.

Me estendi, mas considerei que estes pontos foram pouco falados depois desta eliminação.

Saudações coloradas, preocupado, vigilante, mas ainda em busca do final feliz.

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