4.4
(28)

Eu admito empatar com o Caxias, até perder, mas empatar com o Caxias em semifinal, no Beira-Rio cheio, isso não é aceitável.

O Inter do final do ano passado era mais efetivo, jogou contra times retrancados e conseguia vitórias, tinha repertório de jogadas, e principalmente, bastante gente chegando na área.

Ontem, começamos assim, amassando o Caxias, e atacando pelos dois lados, recuperando a bola, marcando com mais vitalidade e com um pouco de pressão. Levamos dois sustos desnecessários antes de marcar o gol, em contra-ataque, quando tínhamos 4 dentro da área. Depois perdemos chances de ampliar o placar e deixar o jogo tranquilo.

Novamente, nos acréscimos, levamos um gol em que, salvo engano, havia apenas um jogador do Caxias na área do Inter, e a marcação falhou desde o cruzamento até, na minha opinião, o goleiro.

O segundo tempo foi igual, com o Inter pressionando e o Caxias se defendendo. O time estava bem, e a substituição de Wanderson por Pedro Henrique foi saudável, dando mais ímpeto ofensivo. Por incrível que pareça, o Inter não sentiu a expulsão de De Pena, e seguiu buscando o gol, sendo que Estevão perdeu sozinho com o goleiro. Até agora não entendi a saída de Maurício, só justificável por cansaço.

Ainda tomamos um susto, em jogada que, acredito, havia impedimento do jogador do Caxias, mas fomos eliminados nos pênaltis.

É mais um gauchão em que estamos fora da final, desta vez eliminados por um time que sequer veio para fazer gol no Beira-Rio.

Faltou ousadia, sobrou receio. Se queria a vitória, deveria ter voltado no intervalo com Pedro Henrique, tirado De Pena, com cartão, ajustado o time, mas Mano não criou repertório na pré-temporada.

Necessário, contudo, uma forte crítica à direção, pela falta de sintonia com os treinadores. Não significa isentá-los de trabalhos ruins, e Mano se enquadra nestes trabalhos ruins no gauchão.

O Inter trouxe Ramirez, conhecido por armar times no jogo de posição, que exige movimentação de todos os atletas, mas o elenco era composto por jogadores que não queriam se movimentar. Ed, Patrick, Cuesta, Dourado, e D’Ale, não estavam na mesma sintonia do treinador.

Aí veio Medina, que implorava pontas e jogadores agudos. A direção até tentou, com David, mas as opções eram sofríveis, e nosso ataque era composto de volantes. Saindo Medina, vieram os atacantes pelos lados, e Mano, teve a sua disposição, dois atacantes agudos pelos lados, dois meias ofensivos, e jogadores que jogavam tanto na frente como defendendo, como De Pena, e ainda dois laterais ofensivos.

Mas Mano é um treinador que não gosta muito de atacar, e a direção não lhe deu volantes, pelo menos um volante para o lugar de Gabriel.

Volto a dizer, não se trata de isentar trabalho de treinador. Com esse time, era obrigação não apenas chegar na final, como ganhar o gauchão, e era possível, bastava ajustar o posicionamento e funções do time, mas Mano não fez isso. Não é culpa dele os gols que erramos, mas é culpa dele os gols que levamos saírem sempre do mesmo lado, sempre do mesmo local, e nada ter sido ajustado sobre isso.

Particularmente, vejo a situação de Mano insustentável, injustificável a permanência, depois de tantos erros seguidos, e os mesmos erros, como se dependesse de apenas um jogador.

A falta de coragem reflete também no time, no risco.

Mano errou ao colocar Estevão no time, e ao selecioná-lo para bater o pênalti. Todos os cobradores anteriores eram destros. Não é porque Estevão é guri, Matheus Dias entrou para bater o pênalti e o fez com maestria. É convicção, e jogador que dá dois passos para bater o pênalti não tem convicção da força necessária para o último pênalti. E tinha Mercado, Bustos, e Tahuan Lara, que bate faltas, chuta forte e bem. Péssima escolha.

Mas um treinador que diz que o time atacou muito, em casa, contra o Caxias, em uma semifinal, com estádio cheio, não pode passar coragem ou confiança aos batedores de pênalti.

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