4.8
(21)

Depois de longas férias longe da internet, retomo considerações sobre nosso Inter.

Não vi os jogos contra Palmeiras, Bragantino e Cuiabá, e assisti ontem contra o River. Dos três anteriores, só os melhores momentos, resumidos em, talvez, 3 ou 4 minutos por jogo.

Nesse período, trocamos de treinador, veio Coudet e Bruno Henrique, e parece que a janela fecha hoje sem mais contratações.

Sobre a troca de treinador, Mano estava insustentável desde o Caxias, e minha crítica vai resumida ao que considero o maior erro de todo o período do Barcelos até o momento: o timming.

Sobre o time, é, nitidamente, outro time.

Ontem, e só posso falar de ontem, o time mordeu, marcou, estava organizado, jogadores trocavam de posição, mas enfrentamos um time melhor.

Algumas coisas se comprovaram ontem, como Rochet é melhor que John, sem nenhum demérito ao John, e nem tanto por duas defesas muito boas (algumas foram plásticas mas não impossíveis), mas mais pela saída na bola aérea, principalmente a longa, um defeito corrente em nosso goleiros.

Em um time bem armado, até Johnny funciona como primeiro volante, embora ache que seja um erro do Coudet coloca-lo ali tendo Gabriel, mas falo sem saber das condições do Gabriel.

Coudet implementou um esquema novo, tirou Alan Patrick da linha de 3 e o colocou na frente, trazendo Wanderson mais recuado. Isso faz com que Alan Patrick sofra mais o assédio de zagueiros e ele ainda não se deu conta disso, jogando em rotação menor que os demais jogadores, ainda tentando mais o drible que o passe.

Aranguiz é um acréscimo, mas falta mecânica ao time, ainda. Creio que a ideia seja Alan Patrick sem função de marcação, solto para receber a bola e acionar Wanderson e Enner, mas falta o lado direito como opção, e o time precisa entender que Alan Patrick não é jogador que se projetará na frente para receber passe. Isso ficou bem claro ontem, quando Wanderson tenta o 1-2 com ele e AlanPa não vai.

Enner está descontado, talvez cansado, talvez com outro ritmo, tem qualidade, mas falta ainda o entrosamento e a intensidade, falta tempo, e faltou timming para a direção também nessa contratação. Ainda assim, é um acréscimo, e fez o primeiro gol ontem em belo cabeceio. A bicicleta mostra que tem conhecimento de onde a bola vai.

Aliás, essa é a grande diferença entre o futebol brasileiro e o argentino. Os jogadores tem mais consciência de onde a bola vai. E a intensidade, claro.

Por isso gosto dos jogadores que hablam, quando não se acomodam à velocidade e cadência do futebol brasileiro. Isso ficou claro ontem, quando o River buscou reverter o resultado com base na velocidade e intensidade. Todos batem laterais, e repõe a bola em jogo com rapidez, não deixando o outro time respirar. O brasileiro não apenas não sabe fazer isso, como não sabe enfrentar isso.

Não vou achar culpados individuais pela derrota, até porque finalizamos menos que deveríamos, e acho que Coudet errou na estratégia quando retomamos a bola na pressão, buscando Alan Patrick em vez de velocidade com Enner e Wanderson. Poderia ter usado Pedro Henrique antes, mas também não sei das condições do jogador.

Sou muito fã do De Pena, mas tenho que reconhecer que não está em boa fase, e não joga pela direita. Talvez Coudet devesse retomar Gabriel como primeiro volante e testar Johnny ou Bruno Henrique pela direita. Rômulo, ontem, entrou frio, sem energia no jogo.

Mercado errou nos dois gols. No primeiro, tenta fazer uma linha de impedimento, e perde o tempo da marcação, e, no segundo, não intercepta o passe, feito no meio de quatro jogadores. Rômulo ou Campanharo, não sei qual, perdeu uma dividida por cima que não pode perder naquele momento e naquela posição, principalmente se a marcação é alta.

Aliás, com marcação alta, zagueiros e volantes precisam ser rápidos, nesse quesito não se enquadram Johnny e Mercado, mas lembro que os primeiros volantes de Coudet nunca foram rápidos.

Coudet tem uma tarefa difícil, pois joga no 4132 e não terá reforços para esse esquema, e ainda tem jogadores que não testou. Inter “jogava” no 4231 com Mano, em outro ritmo e muita desorganização. Temos um problema na lateral esquerda, que não é Renê, mas Tahuan parece não querer jogar de lateral nem controlar o peso. Régis (acho), da base, está voando como Iago, talvez seja opção.

Enfim, depois de 15 dias, temos outro time, e outra mentalidade, mas nitidamente um time que será prejudicado pelo timming errado da direção, nas contratações e troca de treinador. Não considero perder pro River de 2×1 um resultado ruim (toda derrota é ruim), até porque enfrentamos um grande time, e nossas conquistas nunca foram com supremacia total em mata-matas. O ruim do jogo foi termos ficado perdidos sem saber o que fazer enfrentando velocidade e intensidade, e jogaremos contra um time que não se preocupa com local onde joga.

Desculpem o post longo, mas é bom retomar a conversa com os amigos do blog.

Abraços.

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