Mauro Loch

PORQUE ODAIR DEVE SAIR IV

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Já é o segundo treinador que ocupa a casamata depois de Odair, e a sensação, vendo o Inter jogar, é que Odair continua lá.

Muitos pensam e dizem que o treinador, no Inter, não significa muita coisa, que não escala times ou escolhe jogadores, nem sequer define esquema tático, e isso parece se confirmar desde muito tempo, diria após Aguirre.

Isso porque o time joga igual, seja quem for que esteja na casamata, seja quem estiver em campo, com raríssimas exceções a comprovar a regra.

Ontem, voltamos aos famigerados três volantes, com requintes de crueldade para com a torcida, ao ter que ver Patrick jogando como atacante. Há notícias de interesse do Flamengo nesse jogador, que tem admiradores na torcida do Inter, mas não tem nenhum recurso aproveitável no ataque, pois não tem drible, não tem chute, não sabe cabecear, e nunca vi pifar algum outro jogador. Tem qualidade na marcação, mas não a exerce no Inter, pois está sempre voltando lentamente do ataque.

Aliás, por mais que Zé Ricardo diga diferente, o Inter segue no 4141, visível (e risível) quando o time forma uma linha de 4 para tentar pressionar o adversário, com jogadores sem nenhuma intensidade como D’Alessandro e Guerrero.

No jogo, os mesmo erros de sempre, um lado direito sem nenhuma cobertura, sujeitando a defesa (Heitor e Moledo) a combater três adversários. Por muito pouco o Flu não abre o placar por ali, até que Zé Ricardo, como Odair fez em um grenal, trocou Pottker de lado. Mas é Pottker.

Enquanto isso, do lado esquerdo, Uendel curtia uma depressão pela solidão de adversários, que se transformava em filme de terror quando tinha que sair jogando, se livrando da bola com um lançamento errado para Guerrero, mais uma vez sozinho enfrentando zagueiros. Onde estava Patrick? Não ajudou na marcação, na saída de bola ou no ataque, e desperdiçou o melhor lance do primeiro tempo ao tentar um chute ridículo, mesmo com o time em superioridade numérica no contra-ataque.

Afora isso, um time sem movimentação, exceto com D’Ale, e sem opções de passe vertical. Os dois gol surgiram em falhas de Muriel, honrando a goleira que o criou, aproveitadas por Pottker. Nenhuma jogada construída, nenhuma finalização perigosa, mas quem escala Pottker pelo lado esquerdo no início de um jogo, não mostra que sabe alguma coisa de futebol ou elenco, ou simplesmente não manda nada mesmo.

A identidade com Odair ficou ainda mais clara no segundo tempo, quando o time voltou mais modorrento, apático e desinteressado. Odair tinha o dom de piorar o time no intervalo, e isso também não mudou.

Zé também não alterou as substituições. Um cansado Guerrero por um cansado Sobis, Pottker por Nico, e D’Ale pelo outro jogador que, na ideia do treinador, deve ter as mesmas características que o substituído, Parede.

Nada contra substituir um jogador por outro de características diferentes, mas seguir com o mesmo esquema com jogadores muito diferentes, é uma espécie de burrice, estupidez, ignorância, idiotice, beirando a disfunção mental.

Enfim, o Inter segue na mesma toada de antes, vencendo alguns jogos sem apresentar futebol convincente, usando as mesmas peças, arquivando as mesmas peças. O gol do Flu nasceu de uma falha de Cuesta, que tem muito crédito, mas é importante observarem o quanto demoraram nossos defensores para chegar no jogador adversário, que conduziu a bola, enfrentando um zagueiro, de forma mais rápida que qualquer dos nossos jogadores voltando para a defesa sem a bola. Nada mudou.

 

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