4.9
(12)

Claramente o Inter alcançou seu objetivo no jogo de ontem, e isso é o que há de mais preocupante no momento.

A ausência de Lindoso, que poderia ser comemorada como uma janela para novas tentativas, resultou no mais do mesmo, desta vez com dois volantes da mesma posição e um atacante apenas.

A ideia era não tomar gols, trancar e truncar o jogo, e isso foi obtido.

Se, com dois volantes de contenção, a estratégia seria liberar os outros dois volantes para jogar mais na frente, talvez com os laterais, não deu certo. No jogo passado, contra o Santos, comentei que Mercado, zagueiro em seus últimos ofícios, havia deixado o lado direito  abandonado. Mesmo com Heitor, com mais propensão ao ataque, o lado direito era um deserto do meio para frente, e mesmo nos poucos minutos de Yuri Alberto por aquele lado, seguiu sendo área improdutiva.

Claro que mostramos solidez defensiva, contra um time que tem seu melhor atacante um lateral esquerdo dispensado por aqui, mas que ainda pagamos. As únicas chances foram em contra-ataques e lances de impedimento, e, ainda assim, produziram mais que o Inter no primeiro tempo, que sequer de lampejos se manteve.

A imensa quantidade de passes errados foi a tônica do jogo, e nos passes decisivos, nem Taison, nem Edenilson, nem Yuri, acertaram. O jogo foi pobre, miserável.

Não citei Moisés e Patrick, provavelmente quem mais trocou passes no campo de ataque, porque o lado esquerdo até tentou, mas conseguiu ser mais improdutivo que o abandonado lado direito. Isso foi uma proeza gigante.

Depois de abdicar do jogo por 80 minutos, a lesão de Taison e as substituições do lado esquerdo, mais Guerrero aparando as bolas aéreas, fizeram com que o Inter resolvesse que talvez pudesse atacar. Caio Vidal fez mais em 10 minutos que Patrick o jogo todo. Certo que o guri tem deficiências na recomposição, assim como a preguiça de Patrick na marcação, quando não é o Flamengo de adversário.

Maurício com Palacios deu movimentação e vida ao meio. Dourado distribuída para esquerda ou direita, mas o time não conseguia finalizar bem. Foram chutes fracos, bolas alçadas sem muito perigo, mas ficou a sensação de que, mais 30 minutos com essa formação e predisposição ao gol, somaríamos importantes 3 pontos.

Poderia ser dito que Edenílson, convocado, se poupou, mas isso se desmontaria com outros jogos, quando Edenílson jogou a mesma coisa, sem estar convocado. Não consigo entender a ideia de volantes atuarem como meia-atacantes, mas parece ser um mantra do Inter de Edenilson, Patrick e Dourado.

Desde Odair, o Inter espera uma falta no campo de defesa,  com desatenção adversária, para Cuesta lançar Edenilson em velocidade e consagrar um modelo de jogo preguiçoso e covarde.

Está cada vez mais claro que os treinadores são reféns de um grupo que quer manter essa formação, esses mesmos jogadores, esse mesmo futebol modorrento, sem ambição e criatividade, sem técnica e que funciona em alguns poucos jogos em uma competição apenas, esperando lampejos e falhas, acomodado no campo de defesa.

De nada adianta o novo perfil de contratações que parece se estabelecer no clube, com as notícias de jogadores novos com algum potencial de crescimento. Nunca vi ninguém jogar bem no banco de reservas, e, enquanto esse trio, ou quarteto, ou quinteto, ou grupo que comanda as ações dos jogadores estiver no Beira-Rio, veremos as novas contratações e a base com sede de gol, levando água para os volantes que pensam que são pontas.

A direção precisa corrigir os rumos que levaram à manutenção do grupo e contratação de Ramirez, ou transformar a figura do treinador em um simples apaziguador de seres humanos que jogam futebol com pouco compromisso.

O Inter não perdeu dois pontos em Goiânia, ganhou um, alcançou o objetivo, e esse objetivo é que preocupa.

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