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Foi um jogaço sim. Os primeiros 45 minutos foram uma aula de intensidade e marcação alta. No detalhe da TV, no segundo gol, eram 6 jogadores do Inter marcando a saída de bola do adversário, que estava com 4 jogadores. E tem gente que acha que Coudet é só um Odair que habla.

Um primeiro tempo primoroso, mas com algumas falhas, principalmente de quem encurta o campo. De qualquer forma, antes do primeiro gol, já tínhamos criado três situações com bola rolando. É bom frisar isso para os secadores que enxergaram gols só nas falhas do adversário, como se o gol do Fla não tivesse sido por falha nossa.

Não é uma falha isolada de Zé Gabriel, é um erro comum dele na antecipação. Já ocorreu outras vezes. Mas Pedro corre da intermediária ate a área e ninguém chega nele, por isso defendo termos um volante rápido, que não temos, exceto Edenílson.

Só que Edenílson e Patrick fizeram suas melhores partidas pelo Inter, conjuntamente, e Patrick, sua melhor isoladamente. Não lembro de outra atuação tão boa de Patrick, mesmo com suas limitações. Patrick perdeu o gol que seria 3×1, em excepcional bola de Edenilson. Quase do mesmo lugar, antes Galhardo e Heitor já tinham perdido gols muito parecidos, mas em outros momentos.

Abel também foi muito bem, junto com Heitor e Moledo. Uendel fez uma excelente marcação em Everton Ribeiro, e Marcos Guilherme marcou por dois em todo o campo, ainda saindo com velocidade contra a defesa do Fla.

Mas o Inter tem limitações bem maiores que o Flamengo, por isso a atuação, não o resultado, deve ser exaltado. As limitações do elenco não permitem um substituto de Edenilson e Patrick quando ambos estavam muito cansados, e temos que ressaltar que Coudet errou nas substituições.

A ideia, em todas elas, foi muito boa. Dourado entrou para fazer marcação de Gerson, e conseguiu, até porque Lindoso foi amarelado logo depois do gol, típico procedimento do árbitro que, veladamente, procurou ajudar o Flamengo, inclusive não expulsando Tiago Maia com o segundo amarelo. Gerson, aliás, está sobrando no campeonato.

Contudo, o ingresso de D’Ale, com a ideia de reter a bola e organizar o meio com mais fôlego, esbarra na limitação física de D’Ale, que não suporta um jogo com alta intensidade do outro time. Se Marcos Guilherme não tinha cansado, não haveria motivo para substituí-lo.

E, claro, Pottker jamais deve ingressar no time, seja qual o motivo. Embora a ideia tenha sido boa, de agregar velocidade, havia Fernandez e Peglow no banco, e qualquer deles faria um jogo melhor que Pottker, que não tem nenhuma capacidade de entender um  jogo.

Musto entrou sem comprometer, e Moisés também não falhou, mas fica claro que perdeu a posição para Uendel.

Digo que não falharam sem observar bem o segundo gol do Flamengo, pois Everton Ribeiro ingressa livre no miolo da área, local que nunca deve estar desprotegido.

O segundo tempo foi diferente. O Fla veio pela vitória, mas teve dificuldades para ingressar na área do Inter. Rondou, trocou de lado, girou a bola, mas não teve grandes oportunidades, mais em rebotes e cruzamentos com a bola desviada. Bolas na trave dos dois lados, mas ainda acho que as melhores chances, atacante contra goleiro, foram do Inter, e desperdiçamos.

O domínio do Fla era esperado, ante a intensidade do primeiro tempo, não creio que ainda possamos manter isso em dois tempos, o recuo com a saída rápida até funcionou, mas concluímos errado.

O fato é que enfrentamos um grande time, com belíssimas individualidades, que não fizeram grande diferença no placar, e mostramos um futebol, no mínimo, competitivo, aguerrido e com boa dose de eficiência.

De desagradável é ver a narração torcedora e imparcial. Só falava no Flamengo e nos desfalques importantes do Flamengo, mas nada sobre a ausência de Guerrero, Saravia, Boschilia e Cuesta. Não é propriamente uma reclamação, mas uma constatação. Essa torcida se refletiu também na arbitragem, embora sem lances capitais, acho que Tiago Maia deveria ter sido expulso por segundo amarelo, e 7 minutos eu ainda não consigo explicar, assim como a bola sair pela lateral e o Fla cobrar tiro de meta. A atitude mais evidente no favorecimento foi o amarelo ao Lindoso logo depois do gol, e as frequentes intimidações ao Lomba. Mas quem quer ser campeão, principalmente se os times da mídia estiverem em alta, tem que passar por tudo isso.

Falta um pouco de malandragem também. Fez 1×0, não é hora de bote no centroavante, é hora de falta. Se o Flamengo não ganhou nenhuma bola aérea a partir de bola parada, depois dos 45, deveriam ter abusado das faltas laterais. Lomba amarelado, é hora de sentir uma lesão que impede bater tiro de meta e chamar um zagueiro para isso. Pottker, sempre estabanado, pode atropelar alguém sem ser expulso. Enfim, há subterfúgios que poderiam ter sido utilizados, que sempre são utilizados contra o Inter, embora o ideal seria manter a bola no ataque.

De qualquer forma, foi uma exibição alentadora, tanto quanto esclarecedora do potencial e limites do time.

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