4.2
(17)

A impressão que o time passa é que, depois dos 30 minutos, consideram o jogo ganho, ou empate assegurado.

Não é recente, já entregamos jogos no final desde Odair, foi assim com Coudet, contra o Palmeiras e Flamengo, com Ramirez, contra o Táchira e Grêmio, e agora com Aguirre. Definitivamente, não é o treinador, embora tenha poucas lembranças de isso acontecer com Abel.

Mas foi com o mesmo grupo de jogadores, com capitães diferentes, situações diferentes dentro do campeonato, mas a  mesma sina de tomar gol nos minutos finais, além de não fazê-los.

Não digo isso para reafirmar que nosso problema é grupo e não treinador, e talvez ausência de imposição da direção, à qual estou dando o prazo até a janela para resolver algumas pendências e extirpar do grupo alguns jogadores que não apenas refletem essa situação, mas parecem apoiá-la.

Até lá, Aguirre vai se virando com o que tem, nitidamente testando e treinando durante os jogos.

Como disse na semana passada, não é o time do Ramirez, e ainda não é o time do Aguirre, e tem momentos de um e de outro, e de Coudet também. Aguirre começou no 4141, mas Léo Borges, talvez com a cabeça no Porto, não conseguiu fazer a função de fechar o meio e atacar, ficando no meio do caminho dos dois. Pior para o estreante PV, que mostrou habilidade, mas total desentrosamento, abusando de perder bolas sem qualquer cobertura. Ainda assim, parece promissor, principalmente pela idade e pela situação do time.

Daniel foi um bom goleiro novamente, mas a zaga não tem ajudado. Embora Pedro Henrique tenha tido boa atuação, erra no gol, junto com Dourado e Cuesta, compondo, com um irreconhecível Saravia, um sistema defensivo que foi fraco e desajustado, e teve sorte de encontrar um desajeitado Corinthians, que optou também somente por jogadas individuais.

O Inter também não se encontrava na frente, com um meio inoperante, errando passes, deixando de acionar o rápido Cuesta e Yuri. Maurício, o melhor do time, demorou muito a entender como jogar, e ainda assim, a ponta direita ficou esquecida.

Aí veio o pênalti, bem marcado, convertido, mas sem efeito nenhum nos dois times.

Aguirre viu o passeio de Matheus Vital e Mosquito pelos lados e consertou o time no 4231, alinhado Jonnhy com Dourado, brecando as avenidas laterais. Saravia, entretanto, e talvez seja sequela do Covid, facilmente ultrapassado diversas vezes. Na frente, Maurício ajeitava-se um pouco quando caía pelo meio e saía do isolamento da ponta direita, tentado alguma jogada com Yuri, já que, no outro lado, Peppatrick desfilava novamente sua inoperância. Embora fisicamente tenha fechado o meio, não atacou e pouco defendeu, mesmo sendo incessantemente procurado pelo resto do time, como fazíamos antes com D’Alessandro. Ainda tirou o pé de algumas divididas e novamente mostrou desinteresse na recuperação da bola no campo adversário, como na bola em que resultou no gol dos gambás.

Como parece que diretoria e comissão técnica não têm força para extirpar essas peças do time, se espera que a janela o faça, porque ficou imprescindível que o time jogue sem essa acomodação que todos sabem de onde vem.

A janela não serviria para reformular o time, mas para construir um, já que vários de nossos jogadores parecem mais preocupados com questões individuais do que com o grupo todo, e com os resultados. Não é apenas a zaga, mas precisamos de um volante com velocidade, que aguente 90 minutos, e de um meia para ajeitar o time, tarefa que Edenílson não cumpre mais.

A grande questão do momento é não se deixar levar pela desgraça do rival, e olhar para si mesmo com grande preocupação, já que pontuamos muito pouco e estamos finalizando menos ainda, e Aguirre sequer definiu qual esquema vai jogar.

p.s: Inacreditável ver o árbitro se explicando para a diretoria adversária no intervalo, tanto quanto levantar a mão para encerrar o jogo e recuar quando a bola vai pro adversário.

How useful was this post?

Click on a star to rate it!

As you found this post useful...

Follow us on social media!