4.2
(12)

Não vejo nenhum problema no erro, é parte do processo de mudança, e o futebol estará cheio de erros, como, de resto, os demais esportes. Shapovalov deixou de eliminar Nadal em um erro básico, a antiga madeirada, em um match point. Mas tentou o golpe.

O que não consigo admitir no estágio de alto rendimento, é a hesitação. No vôlei, o levantador insiste no ponteiro que erra uma bola, e em esportes como o skate e surf de ondas grandes, o melhor remédio para um tombo é a repetição da aventura, senão, aposenta.

Mas o Inter tem insistido na hesitação. Tomamos a virada na Venezuela por uma hesitação de nosso goleiro e Edenílson, assim como levamos gol no primeiro grenal a partir de uma hesitação de Lucas na disputa com o atacante. Ontem, nosso goleiro hesita novamente em lance com Moisés, e hesita fatalmente no primeiro gol, ao sair, voltar e ficar no mesmo lugar.

A bola é alçada lentamente na área, da intermediária, não há justificativa para não sair do gol. Em outro lance, hesita novamente na saída e Daronco marca falta de Matheus em Nonato, e ainda assim, erra. Hesitante também foi Lucas ao tentar cabecear com Ricardinho.

E nossos últimos resultados têm sido ruins exatamente pela falta de decisão de nossos jogadores. Dourado erra passe curto, fraco, pra trás.

Nossas declarações também são catastróficas. Um capitão não pode deixar transparecer medo, desde a piada do pirata das calças marrons, e não é admissível que um jogador diga que o time tem que recuar.

Ramirez também tem seus erros, não se tira zagueiro no calor da partida, senão por lesão, e, definitivamente, Marcos Guilherme não pode jogar no Inter, ainda que estivesse lá, não pode errar, nem dali, nem naquele momento.

O jogo não foi de estratégia ruim, seguimos com a ideia de controle e tentativas de ataque, mas finalizamos pouco, sempre em busca do ideal. Maurício bloqueou Rafinha, Palacios trancou Diogo Barbosa, e a única jogada do rival passou a ser a bola individual. Ainda é o rival de Portalupi, com jogada dos laterais. Depois de um pênalti pra lá de claro não marcado, que geraria a expulsão do goleiro, Cuesta e Edenílson fazem grande jogada, completada por Galhardo. E a ideia que Edenilson quer apareceu, recuo, baixar linhas, ficar satisfeito com o resultado.

Um erro de Zé Gabriel e Cuesta faz nosso goleiro nos salvar. Pelo menos os zagueiros foram na bola.

O segundo tempo começa com um erro, a inversão dos extremas. Maurício é lento, Diego Barbosa deitou o rolou com velocidade. Rafinha é muito mais lento, Maurício já tinha levando vantagem em dois lances, não era necessário mudar.

Aí vem a sucessão de erros. Apesar de recuar, pouco saía na recuperação de bola, e, quando saiu, Palácios não matou o jogo, em contra-ataque meio truncado. O castigo veio na falta do lento Dourado. Se era pra fazer falta, faz antes. Depois, marcação com espaço para Diego Souza, que só sabe cabecear com seu tamanho imenso. Em vez de trancar a corrida, optaram pela disputa aérea, sabendo que tem um goleiro que não sabe sair na bola aérea.

Depois do empate, o Inter retomou o controle do jogo, com um placar que não lhe interessava. O ingresso de Caio foi bom, mas Galhardo deveria continuar. Caio Vidal fez, em pouco tempo, o que o Inter deveria fazer durante todo o jogo: partir pra cima. Foi e deu resultado.

Mas o Inter hesita, não insiste quando deve insistir, e Miguel erra em trocar um zagueiro, em não tirar Dourado e em colocar Marcos Guilherme.

Temos outros jogadores que merecem mais chances que Marcos Guilherme, como Peglow. Não dá pra dizer que não serve e retomar quem sempre entra e não oferece resultados.

Apesar de tudo, o caminho está certo, não perdemos ou deixamos de ganhar por falhas no esquema, e sim por falhas individuais, algumas recorrentes. A estrutura do time vai ganhando corpo, mas algumas peças precisam ser urgentemente revistas. Moisés fez um jogo bom, assim como Nonato, e o melhor jogador do mundo foi bloqueado por Rodinei. Nossas carências no ataque devem ser supridas por mais iniciativa e por mais Caio Vidal no time.

Mas, na defesa, não temos opção que não seja contratação de um zagueiro que seja incisivo, decisivo, sem hesitações. E, mais importante, penso que precisamos de um volante que tenha velocidade e saiba passar a bola com mais intensidade. Não precisamos de um cão de guarda brucutu, mas de um volante que saiba conduzir a bola com mais naturalidade, que consiga se recuperar na velocidade, e que olhe pra frente na hora de passar. Enquanto Jonnhy não jogar, tenho que dizer que não temos esse nome no elenco, e a diretoria, mesmo com todo o problema financeiro, não pode hesitar em contratar, e não pode hesitar em se desfazer de jogadores que se firmam por lampejos.

E treinador, diretoria, e seja lá o que for, não pode hesitar em barrar Lomba.

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