4.6
(29)

Aos 20 minutos de jogo, estivesse 3×0 para o Cruzeiro, não seria anormal. A anormalidade estaria em que os gols teriam saídos de erros do Inter, não propriamente jogadas construídas pelo adversário. No primeiro, Johnny rebate mal e Wesley cabeceia nas mão de John, depois John escorrega em um erro bizarro, tão grande quanto o preciosismo de Wesley, e na jogada construída pelo Cruzeiro, interceptada, mas, rebatendo na zaga, sobre livre para o atacante errar.

O Cruzeiro era muito melhor, embora não tivesse forças para entrar na área, e até arriscou dois bons chutes de fora.

O Inter de Mano, marcando no 433, era um prato cheio para o adversários que joga com laterais abertos e meias se aproximando, reforçado pela movimentação dos extremas e atacante.

O Cruzeiro, porém, não é um time que assuste. Assustador estava a atuação do Inter, perdido em campo, sem concatenar jogadas.

A bolada que tirou Alan Patrick do jogo foi fogo amigo. E aí Mano deu as caras.

O Inter era dominado pelo Cruzeiro, principalmente no meio campo, sem recuperação de bolas e sem conseguir sustentar a bola por algum tempo para organizar jogadas. Em lampejos, Luiz Adriano recebeu duas bolas na área, fazendo uma boa parede na primeira, em que achei pênalti em Alan Patrick, e outra em que não soube o que fazer com a bola.

Com a saída de Alan Patrick, Mano tinha Aranguiz, De Pena, Estevão e Campanharo, embora nenhum da função, todos com capacidade de formar uma linha de marcação mais compacta, e trabalhar a bola para Wanderson e Luiz Adriano, deixando Maurício mais livre para flutuar no meio e organizar as jogadas, como no melhor momento do ano passado.

A escolha foi por Jean Dias, para jogar aberto pela direita, deslocando Maurício para a função de Alan Patrick. Não apenas isso, Jean Dias passou a ser o cobrador das bolas paradas, sem que ainda tenha mostrado credenciais para isso.

O time seguiu desmontado,  mas sem Maurício, que perdeu o pé dominante jogando pela direita, e com a inutilidade de Jean Dias. Se Mano pensou em alguma função para ele, não conseguiu executar. Não implementou velocidade, nem armação, e não conseguia fechar o meio na marcação.

Ainda assim, o Cruzeiro arrefeceu, e não conseguia impor o mesmo ritmo, mesmo mantendo a mesma mecânica de jogo. No final do primeiro tempo, Wanderson faz um cruzamento primoroso, e Luiz Adriano desperdiça um cabeceio sozinho.

O segundo tempo  veio com De Pena no lugar de Johnny, inexplicavelmente usado pela esquerda em metade do primeiro tempo. O time ficou mais equilibrado, também porque o Cruzeiro optou por recuar e explorar contra-ataques. O passe melhorou e o lado esquerdo, com Renê, De Pena e Wanderson começou a funcionar, ainda que o Inter pouco ameaçasse, até porque Luiz Adriano estava muito mal.

Com o ingresso de Aranguiz e Alemão, o time melhorou muito, e, com a saída de Jean Dias e o ingresso de Lucca, ainda mais, mesmo que o Cruzeiro já jogasse com um a menos.

Nitidamente, Alemão e Lucca, ou um dos dois, torna o time mais competitivo, mais brigador, e preocupa mais os zagueiros do que Luiz Adriano, facilmente dominado pelo adversário.

Aranguiz emprestou qualidade e organização ao meio; o Inter passou a girar a bola até ingressar na área de forma mais aguda. Bustos faz boa jogada, Wanderson chega atrasado, Alemão erra do gol, Lucca acerta um balaço bem defendido e Wanderson cruza uma bola que deveria ter chutado, já jogando pela direita, invertido com Lucca.

Um empate para comemorar pelos erros bizarros que cometermos e não foram convertidos, mas para lamentar no quesito de gols perdidos que liquidariam o jogo, em dois tempos bem distintos.

Segue preocupante a capacidade de Mano destruir o time fazendo escolhas erradas, e a inoperância de Luiz Adriano, que parece se poupar para uma ou outra jogada. Preocupa que Jean Dias seja o 12º jogador para qualquer posição, e ainda ser o batedor oficial de bolas paradas.

Preocupante também como Vitão e Mercado perderam quase todas as bolas aéreas para o centroavante cruzeirense, nos balões do goleiro e bolas longas da zaga.

Mano assusta invertendo pela segunda vez Johnny de lado, e fez isso com Wanderson também, já que não sabemos o que projeta de time com os reforços de Aranguiz e Enner Valência.

A arbitragem foi lastimável também, deixando de expulsar o cruzeirense pela agressão contra Bustos no primeiro tempo, sequer marcando falta, além de não marcar a mão do goleiro fora da área, mesmo que não tivesse jogador do Inter por perto. Não vou reclamar de dois impedimentos claros não marcados, porque o VAR corrigiria, mas a arbitragem em geral anda muito ruim.

Enfim, outro jogo ruim, com atuação péssima do time e do treinador.

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